Crítica: Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres (2011, de David Fincher)

Millenium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres | Kinófilos

Millenium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres é um filme do diretor David Fincher, um dos cineastas mais aclamados da indústria do cinema americano, porém, não se pode dizer que o longa é a primeira versão da história, pois esta sim, teve uma origem muito distinta.

A história de The Girl with the Dragon Tattoo começou na verdade com o livro de nome Os Homens que Não Amavam as Mulheres, de Stieg Larsson, escritor sueco que deu origem a trilogia Millenium e que ficou mundialmente conhecido por esta.

Posteriormente ao surgimento de seu livro, vale ressaltar que  as adaptações de Os Homens que Não Amavam as Mulheres, tanto o filme como o livro, são sequências de outra história da trilogia, o livro e filme A Garota na Teia de Aranha, confira a crítica deste aqui  no site no link a seguir:
Crítica: A Garota Na Teia de Aranha!


As histórias de Stieg Larson fizeram tanto sucesso, que posteriormente se tornaram ainda uma série de terror canadense, que estreou em 1996. E ainda uma série de revistas em quadrinhos que foram lançadas posteriormente ao filme de Fincher em 2012.

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Com o surgimento desta história, porém, David Fincher não foi o pioneiro a realizar uma adaptação para o cinema da obra literária,  primeiro foi a versão sueca do diretor Niels Arden Oplev, lançada em 2009. O ano de seu lançamento é o mais surpreendente para a ousadia de Fincher, que realizou seu filme menos de 2 anos do lançamento de sua versão anterior, e há de se concordar que o diretor de filmes mundialmente conhecidos como Seven, Clube da Luta, Zodíaco, Garota Exemplar, O Curioso Caso de Benjamin Button e entre muitos outros, não deixou a desejar. O longa que chegou aos cinemas norte americanos concorrendo ao Oscar e levando diversos prêmios, entre eles o Oscar de Melhor Montagem e prêmios de melhor Figurino e melhor designer em filme contemporâneo.

OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES - The Girl with the Dragon ...

David Fincher, ao realizar Millenium, não saiu de seu modo clássico de fazer cinema, de realizar filmes com a temática dos thrillers e este longa não ficou de fora, ao readaptar o livro que ficou conhecido como: “enigma a portas fechadas em uma vizinhança de uma ilha”.


E para realizar este longa, ele contou com a presença de Rooney Mara, a atriz que interpreta Lisbeth, uma personagem magra, repleta de piercings e tatuagens. Rooney conseguiu trazer para o papel a personalidade distinta de Lisbeth, apesar de, como ela mesma pontuou em entrevistas, as dificuldades psicológicas da personagem, como por exemplo sua acentuada fragilidade física. 

Para quem pensa que Rooney Mara foi uma das primeiras opções para o papel, se engana, de forma que diversas atrizes passaram pelos testes até Rooney ser oficialmente escolhida. Um fato que pode ter pesado para esta decisão é a atriz  já ser uma antiga conhecida do diretor, pois trabalhou com ele no longa A Rede Social.



Sequência de 'Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres ...


Outro ator que esteve presente nas gravações e que deu vida ao protagonista da trama é Daniel Craig, conhecido mundialmente principalmente por interpretar James Bond desde 2006, nos filmes do conhecido 007.


Daniel Craig foi outro que quase não participou de Millenium, devido a principalmente as gravações de 007, mas o destino se impôs ao seu favor, as gravações de 007 foram adiadas e sua atuação se fez presente no longa, interpretando o personagem Mikael Blomkvist.
Com uma história milenar, atores reconhecidos, um diretor pra lá de incrível e prêmios mundiais, Millenium não poderia ser nada menos do que fascinante. A produção que contou com locações na Suécia, Suíça, Noruega e Estados Unidos custou mais de 100 milhões de dólares e resultou em uma bilheteria de mais de 230 milhões de dólares arrecadados em todo o mundo.

O longa possui uma trama que te prende do início ao fim, de forma que apesar de ter quase 3 horas, o tempo passa rapidamente. De início podemos até nos perder com os plot’s distintos entre Mikael, Lisbeth e Henrik Vanger, de forma que cada uma delas nos chama a atenção por motivos diferentes, mas a trama se transforma de forma que todos os personagens são bem trabalhados, desenvolvidos e se encontram nos momentos certos para fazer a narrativa andar, o roteiro nos leva a ter empatia pelos três protagonistas desta história de suspense, thriller e drama.

Lisbeth nos fascina com sua personalidade tão característica, que no início pensamos ser apenas uma garota rebelde e hacker, mas seu dia a dia na trama é tão bem trabalhado, que percebemos a força desta personagem e principalmente o porque dela ser desta forma, sua força física, seu poder de persuasão, seu feminismo e sua inteligência; que são as principais coisas que a colocam no meio da trama complexa e fascinante de Mikael e Vanger, em busca do assassino de Harriet, que desapareceu a quase 40 anos, ao mesmo tempo que lida com suas ameaças pessoais.

Foto de Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres ...

A trama entre Mikael e Vanger se desenvolve de tal forma que na metade do filme, percebemos como as coisas não poderiam ter ocorrido de outra forma e nem tão perfeitamente colocadas. 

A partir daí o roteiro e a produção conseguem nos surpreender ainda mais, com a clássica trama de detetive, mas construída ao ponto de unir minimamente muitos personagens, imagens de arquivos, fotografias, diversos países, viagens internacionais, paixões, doenças e uma busca incensante por uma resposta impossível.



David Fincher opera ainda com uma trilha envolvente e de mistério, efeitos especiais realistas e convincentes e uma cinematografia que é tão natural que a montagem desaparece diante de nossos olhos, foi realmente digna do Oscar. Fincher age de tal forma que nos faz não querer tirar os olhos da tela, trazendo resoluções inesperadas, para problemas impossíveis.
Um problema existente porém, para todo longa que tem sua trama retirada de um livro, é que alguns detalhes sempre se escapam, a trama de Millenium é tão complexa, que apesar de não sentirmos falta de explicações, em alguns momentos detalhes nos faltam para a total compreensão de alguma pequena cena, mas nada que dificulte a compreensão do filme ou nossa paixão pelo diretor.

Millenium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres está hoje no catálogo da Netflix.



Título
Original:
The Girl With The Dragon Tattoo


Direção: David Fincher


Duração: 158 minutos

Elenco: 

Rooney Mara, Daniel Craig, Christopher Plummer

Sinopse: 

Um jornalista investigativo e uma hacker de computador são contratados para desvendar o desaparecimento de uma jovem há 36 anos. À medida que avançam na investigação crescem os riscos, pois a família da jovem não quer ter seus segredos revelados.
Trailer:



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