Mais um domingo, mais um episódio. A reta final para a série mais aclamada dos últimos tempos está, finalmente, tomando forma. No segundo episódio da temporada, tivemos o tão desejado crescimento de tensão, a sensação de cerco em Winterfell, que desmonta a anterior percepção de um paraíso de reencontros e amores, junto com o intenso arrepio na espinha causado pelos frios ventos do inverno.
Em vista do episódio anterior, tivemos uma considerável melhora. Talvez o caráter arrastado de uma introdução de temporada tenha ficado justamente no primeiro episódio. O segundo tomou rumos mais definidos, agora delineando alguns propósitos para futuros problemas. Ainda não justifica o passeio romântico de dragão pelo Norte, mas é inegável que algumas coisas ficaram mais claras.
Isso acarreta no tão sonhado peso dramático necessário para a temporada final que disse em minha crítica ao primeiro episódio. As meras conversas em frente ao fogo, os romances adormecidos e os atos de heroísmo, mesmo das crianças, ficam mais emotivos, visto o provável destino de todos eles. A Knight of the Seven Kingdoms é a calmaria antes da tempestade. Winterfell poderia ser
resumido e subsumido ao segundo episódio sem o menor problema, faria seu
conteúdo ganhar maior importância, inclusive. Como, por exemplo, na tensão entre Sansa e Daenerys, que saiu de uma mera troca de farpas para uma concreta inimizade política com um futuro espinhoso, mesmo se ambas sobreviverem ao Rei da Noite.
Apesar das peripécias do destino em cumprir seus votos, suas ações sempre seguiram a linha de tal filosofia, e ainda seguem. Um dia prometera proteger as filhas de Catelyn Stark , e podemos dizer que jamais fez o contrário. Foi uma cena linda, e a atuação de Gwendoline Christie tão boa quanto. A chance da personagem morrer no episódio seguinte existe? Existe, mas ao menos morrerá com seu grande sonho realizado (o autor desta crítica é fã declarado de Brienne de Tarth).
Não poderia deixar de comentar sobre a famigerada cena da Arya. Mas, na realidade, tal cena ganhou uma comoção além do necessário. Como dito anteriormente, e até pela própria personagem durante o episódio, todos ali estão potencialmente em seus momentos finais. Não há mais nada a perder, e essa é a melhor hora para, no termo mais popular possível, chegar no crush de longa data. Já existiram cenas de sexo (e estupro) em que os atores mal haviam passado da maioridade e que, eu aposto, não motivaram tal questionamento sobre suas idades e teor das cenas (como entre Sansa e Ramsay, e Tommen e Margaery). É uma cena de sexo,
consentida, em Game of Thrones, com personagens e atores maiores de
idade. Qual é a grande questão aqui? Nenhuma. Westeros, apesar de mágico, não é uma Terra do Nunca. As pessoas crescem, personagens também.
Com planos traçados, inocentes guardados nas criptas e espadas valirianas em punho, o episódio termina com a (FINALMENTE) chegada dos caminhantes brancos a Winterfell. A segurada de acontecimentos parece não mais ser possível com isso, deixando a expectativa para o terceiro episódio tão alta quanto a série costuma ter.
A Knight of the Seven Kingdoms foi um bom episódio. Recuperou algum fôlego perdido pelo primeiro e deixou vestígios de “quero mais” para o restante da temporada. Conquistou com cenas belíssimas e quebrou o gelo com momentos engraçados. Mas, ainda sim, tratando-se de uma temporada final, as coisas precisam engatar mais para fechar toda a história nos 4 episódios restantes. O que resta, agora, é rezarmos para os deuses antigos e esperar pelo melhor, pois o inverno está aqui.
Título Original: Game of Thrones
Direção: David Benioff e D.B. Weiss
Episódios: 6
Duração: 60 minutos em média
Elenco: Emilia Clarke, Kit Harinton, Peter Dinklage, Lena Headey, Sophie Tuner e Nicolaj Coster-Waldau, Gwendoline Christie e outros.
Sinopse: O Rei da Noite se aproxima. A tensão entre Sansa e Daenerys fica latente. Os personagens se preparam para a batalha por Winterfell, assim como suas prováveis mortes. Segredos do passados assombram já incerto futuro do Sete Reinos.
Trailer da temporada:
Promo do terceiro episódio: