(Crítica publicada por “Anjo Da Guarda”, com seu nome original, no caderno de Cinema da Rede Bom Dia de jornalismo, edição de Itatiba, São Paulo)
“O diretor Zack Snyder desviou a mão em se distanciar dos quadrinhos e permanecer, na maior parte do tempo, apenas no aspecto fantástico do super herói”
“O diretor Zack Snyder desviou a mão em se distanciar dos quadrinhos e permanecer, na maior parte do tempo, apenas no aspecto fantástico do super herói”
A meta seria mesmo ousada, fazer
ressurgir nos Cinemas talvez o super herói mais emblemático da história dos
quadrinhos, o “Superman”. Exceto os filmes clássicos do super herói, bem como
as séries nele inspiradas, as últimas tentativas de Hollywood em revitalizar o
personagem foram decepcionantes, como “SUPERMAN-O
RETORNO” de 2006, dirigido por Brian Singer. Para realiza-la agora a Warner
contou com a direção de um dos diretores mais promissores do gênero, Zack
Snyder, que vem de um currículo bastante lucrativo após ter dirigido os
sucessos “300” e “WATCHMEN”. Ainda assim, a produtora
precisava de um produtor que abraçasse a causa e foi então que surgiu Christopher
Nolan, o gênio que dirigiu a trilogia “BATMAN-O
CAVALEIRO DAS TREVAS”, que tornou os três filmes obras-primas e dos mais
rentáveis da história. Uma das contribuições de Nolan seria a vinda de seu
co-roteirista David S. Goyer, que o auxiliou durante a trilogia e que
trabalharia neste roteiro. E assim foi dada a largada para o ambicioso projeto “O HOMEM DE AÇO (Man Of Steel, 2013)”
que estreou na última 6ª feira no país e que nas duas últimas semanas ficou no
topo das bilheterias no Brasil.
ressurgir nos Cinemas talvez o super herói mais emblemático da história dos
quadrinhos, o “Superman”. Exceto os filmes clássicos do super herói, bem como
as séries nele inspiradas, as últimas tentativas de Hollywood em revitalizar o
personagem foram decepcionantes, como “SUPERMAN-O
RETORNO” de 2006, dirigido por Brian Singer. Para realiza-la agora a Warner
contou com a direção de um dos diretores mais promissores do gênero, Zack
Snyder, que vem de um currículo bastante lucrativo após ter dirigido os
sucessos “300” e “WATCHMEN”. Ainda assim, a produtora
precisava de um produtor que abraçasse a causa e foi então que surgiu Christopher
Nolan, o gênio que dirigiu a trilogia “BATMAN-O
CAVALEIRO DAS TREVAS”, que tornou os três filmes obras-primas e dos mais
rentáveis da história. Uma das contribuições de Nolan seria a vinda de seu
co-roteirista David S. Goyer, que o auxiliou durante a trilogia e que
trabalharia neste roteiro. E assim foi dada a largada para o ambicioso projeto “O HOMEM DE AÇO (Man Of Steel, 2013)”
que estreou na última 6ª feira no país e que nas duas últimas semanas ficou no
topo das bilheterias no Brasil.
A questão é que, mesmo com todo
este contexto e com Zack Snyder a frente de tudo, o filme resvalou. Tudo porque
o diretor tem um problema com este gênero, por vezes ele acerta e por vezes
não, como aconteceu, por exemplo, com seu último filme “SUCKER PUNCH” de 2011. Mas o que acontece? É um vício, ou se dá
mais atenção a história ou mais atenção
a energia e em “O HOMEM DE AÇO”
foi a 2ª opção. Uma dos acertos de Snyder com Goyer seria mostrar à saída do
personagem de Krypton e a sua infância na terra, o que realmente eles tentaram,
mas de forma muito econômica. O início do filme é um grande resumo de tudo,
muito rapidamente vemos Krypton enfrentar uma crise, com rebeldes fomentando a
discórdia, até que o pai do herói, interpretado por Russel Crowe, envia o filho
ainda bebê a terra, prevendo a iminente extinção do planeta. Depois acompanhamos
o herói já adulto, equilibrando os poderes com o sacrífico da vida miserável
aqui. E a infância? Acompanhamos através de flashbaks, que tem também a meta de
deixar claro o drama vivido pelo personagem, ao ter que administrar tudo em sua
mente, quando descobre suas origens, mas isso com toda a economia e rapidez de
Snyder. O que não tem nada de rápido é a batalha, depois que Lois Lane já
apareceu, como a repórter investigativa, durante a descoberta de uma nave nos
árticos e depois que, após acionar a mesma com a ajuda do herói, o mundo
alienígena, de fato, vem a terra.
este contexto e com Zack Snyder a frente de tudo, o filme resvalou. Tudo porque
o diretor tem um problema com este gênero, por vezes ele acerta e por vezes
não, como aconteceu, por exemplo, com seu último filme “SUCKER PUNCH” de 2011. Mas o que acontece? É um vício, ou se dá
mais atenção a história ou mais atenção
a energia e em “O HOMEM DE AÇO”
foi a 2ª opção. Uma dos acertos de Snyder com Goyer seria mostrar à saída do
personagem de Krypton e a sua infância na terra, o que realmente eles tentaram,
mas de forma muito econômica. O início do filme é um grande resumo de tudo,
muito rapidamente vemos Krypton enfrentar uma crise, com rebeldes fomentando a
discórdia, até que o pai do herói, interpretado por Russel Crowe, envia o filho
ainda bebê a terra, prevendo a iminente extinção do planeta. Depois acompanhamos
o herói já adulto, equilibrando os poderes com o sacrífico da vida miserável
aqui. E a infância? Acompanhamos através de flashbaks, que tem também a meta de
deixar claro o drama vivido pelo personagem, ao ter que administrar tudo em sua
mente, quando descobre suas origens, mas isso com toda a economia e rapidez de
Snyder. O que não tem nada de rápido é a batalha, depois que Lois Lane já
apareceu, como a repórter investigativa, durante a descoberta de uma nave nos
árticos e depois que, após acionar a mesma com a ajuda do herói, o mundo
alienígena, de fato, vem a terra.
A estrutura de linguagem em uso
parece ser estranha, como por exemplo, o aparecimento do pai do herói como um
espectro, somente dentro da nave e quando uma chave especial é acionada. Este
recurso do diretor deixa a história cheia de clichês, uma vez que com a ajuda
deste espectro, é que se pode dar a vitória da trama. É tudo muito fantástico
demais. Uma das sequências alias, que vale muito a pena, é justamente o
primeiro encontro do “Superman” com o espectro do pai. Em alguns minutos o
personagem conta a história de Krypton para o filho e a narrativa ganha vida
através de um relevo em prata, que se movimenta na tela, um efeito belíssimo. Quiçá
o filme todo permanecesse dessa forma. E depois fica claro, o filme nada mais é
que a batalha do “Superman” com o vilão “General Zod”, interpretado por Michael
Shannon, o mesmo que matou o pai do herói ainda em Krypton, para que ele não destrua
a humanidade e transforme a terra na nova Krypton.
parece ser estranha, como por exemplo, o aparecimento do pai do herói como um
espectro, somente dentro da nave e quando uma chave especial é acionada. Este
recurso do diretor deixa a história cheia de clichês, uma vez que com a ajuda
deste espectro, é que se pode dar a vitória da trama. É tudo muito fantástico
demais. Uma das sequências alias, que vale muito a pena, é justamente o
primeiro encontro do “Superman” com o espectro do pai. Em alguns minutos o
personagem conta a história de Krypton para o filho e a narrativa ganha vida
através de um relevo em prata, que se movimenta na tela, um efeito belíssimo. Quiçá
o filme todo permanecesse dessa forma. E depois fica claro, o filme nada mais é
que a batalha do “Superman” com o vilão “General Zod”, interpretado por Michael
Shannon, o mesmo que matou o pai do herói ainda em Krypton, para que ele não destrua
a humanidade e transforme a terra na nova Krypton.
As cenas de batalha são as mais
exageradas possíveis, os personagens são dotados de tanta força, que num único
soco são capazes de dar a volta ao mundo. As escolhas dos atores não foram
também tão felizes, a única que se salvou foi Diane Lane como a mãe do herói,
do contrário, nem Kevin Costner como o pai e nem Amy Adams como Lois Lane, convenceram. O próprio ator Henry Cavill, que interpreta o personagem, é apenas
mais um “bombadão” e rostinho bonito, que não consegue transmitir o drama vivido por um herói emblemático, alias, todos esses fatos, distanciam e muito o filme
dos quadrinhos. Vale lembrar que ele é emblemático pois, sendo um “alienígena”
cheio de poderes sobrenaturais, aceita viver como humano e entrega a vida pela
humanidade que o acolheu, tornando-se assim uma espécie de “messias”, um herói, mas usando seus poderes somente pela necessidade. A única que
coisa que resta agora é um segundo filme, onde Snyder seja mais fiel aos
quadrinhos e não se apoie tanto no aspecto fantástico do herói, nos fazendo
duvidar se estamos no Cinema ou numa montanha-russa de um parque diversões.
exageradas possíveis, os personagens são dotados de tanta força, que num único
soco são capazes de dar a volta ao mundo. As escolhas dos atores não foram
também tão felizes, a única que se salvou foi Diane Lane como a mãe do herói,
do contrário, nem Kevin Costner como o pai e nem Amy Adams como Lois Lane, convenceram. O próprio ator Henry Cavill, que interpreta o personagem, é apenas
mais um “bombadão” e rostinho bonito, que não consegue transmitir o drama vivido por um herói emblemático, alias, todos esses fatos, distanciam e muito o filme
dos quadrinhos. Vale lembrar que ele é emblemático pois, sendo um “alienígena”
cheio de poderes sobrenaturais, aceita viver como humano e entrega a vida pela
humanidade que o acolheu, tornando-se assim uma espécie de “messias”, um herói, mas usando seus poderes somente pela necessidade. A única que
coisa que resta agora é um segundo filme, onde Snyder seja mais fiel aos
quadrinhos e não se apoie tanto no aspecto fantástico do herói, nos fazendo
duvidar se estamos no Cinema ou numa montanha-russa de um parque diversões.
NOTA: 7