Falcão e o Soldado Invernal – Um Novo Mundo (Análise dos Episódios 1 e 2)

 


O ano segue, e mesmo com
dificuldades, as novidades do MCU não param. Depois de
WandaVision, o
universo dos Vingadores continua com a nova série exclusiva do
Disney+, Falcão
e o Soldado Invernal
, centrada dessa vez nos aliados do Capitão América,
onde veremos a passagem de manto do defensor da liberdade americana na fase 4
do Universo Marvel. Os novos episódios, agora disponíveis no streaming, já
denotaram o clima e a expectativas que a nova trama irá direcionar para o
futuro dos Vingadores.

Nós faremos nossa
tradicional cobertura do seriado da Marvel, onde invés de destrinchar e
teorizar sobre os próximos episódios, vamos debater o andamento da trama e como
a série pode transmitir um novo rumo para o futuro do MCU após o final do
seriado.

Agora
se acomode e vamos analisar os novos episódios de Falcão e o Soldado
Invernal
!

Atenção: spoilers dos primeiros episódios!!!


Se WandaVision lidava
com o místico e o sobrenatural, o novo seriado do MCU está enraizado na
realidade, seja na ação ou até mesmo na temática. Falcão e Soldado Invernal foi
vendida como uma produção de ação com qualidade cinematográfica, e vimos que a
série não poupou gastos para criar sequências de tirar o fôlego. Porém o que se
destacou no início da trama é o foco total no mundo da Marvel que já sabemos, e mudou drasticamente.

Temos ciência de que o
seriado se passa em 2023, cinco anos após o “blip”, evento catastrófico causado
pelo estalo de Thanos onde bilhões de pessoas retornaram depois de terem
desaparecido, algo que foi abordado levemente de maneira cômica em Homem-Aranha:
Longe de Casa
e levantado brevemente em WandaVision. Agora o novo
seriado assume como a primeira produção no universo que lida exclusivamente com as
consequências desse evento, e o que podemos ver não foi algo exclusivamente
alegre e esperançoso.


Por mais que as pessoas que
retornaram depois de 5 anos sumidas tenha transmitido uma sensação de esperança
renovada, o mundo visto no seriado está confuso e perdido, sentindo como se a
vida que eles viviam não é mais a mesma, como foi descrito pelos personagens,
países estão divididos, alianças foram desfeitas e as pessoas estão confusas e
perdidas nesse assunto, e é nesse caso que se encaixa a figura do Capitão
América.

Antes tido como uma figura
contra a opressão e perigos iminentes de grandes maus, como Hitler e
terrorismo, o governo americano precisa de um símbolo que reconecte as nações
do mundo, e nesse cenário é possível encontrar o nosso herói Falcão.

Sam Wilson (Anthony Mackie)
assume o protagonismo, pois como vimos no Vingadores: Ultimato, o velho
Steve Rogers o escolheu para assumir a identidade do novo sentinela da
liberdade, e vimos que nem ele esperava o peso dessa responsabilidade. Mas ele comete o erro de doar o escudo do Capitão América, no evento de
homenagem ao herói. 

Sendo que os seriados da
Marvel tem se destacado por dar mais ênfases a assuntos relacionados a
personagens pouco desenvolvidos nos filmes, nesse podemos finalmente
ter mais um pouco do outro lado da figura de Sam, antes tido apenas como um
aliado do Capitão, sua vida cotidiana é enfim demonstrada ao vermos ele
interagir com a irmã, tendo que sustentar a vida no EUA pós-blip, onde ambos
tentam erguer o antigo negócio de pesca de frutos do mar da família, onde logo
no primeiro episódio já temos caracterizado o, infelizmente comum, racismo enraizado
na cultura americana do EUA, na cena em que Sam e sua irmã Sarah (Adepero
Odeye) pedem um empréstimo que não é bem-sucedido por conta da negligência
consciente do atendente, uma situação que é constrangedora, mas comum no país
americano.

Outro que ganha um novo lado
mais aprofundado nesse início é Bucky Barnes (Sebastian Stan), antes vilão e
agora um vingador tendo que conviver com seus demônios internos e até mesmo com
traumas de seu passado, e já mostrando que mesmo tendo a aparência jovial, ele
já é caracterizado como um velho veterano, com o modo de agir e pensar de pessoas acima de 60 anos tem. Note que o seu amigo idoso Yori é sua
única companhia no mundo moderno, mas que mais pra frente é visto que Bucky é
responsável pela tragédia pessoal do seu amigo com a morte do filho, durante uma missão como o Soldado Invernal sob comando da HYDRA, onde
ele o assassinou a sangue frio para evitar que sua figura fosse descoberta.

Voltando ao contexto do
pós-blip, vimo que a mentalidade de muitas pessoas mudou e estão reagindo até
mesmo de forma agressiva, é o caso da grande ameaça que deve ser o grande
foco da série, o movimento anarquista “Apátria”. Valendo a curiosidade essa
organização é uma adaptação de um vilão clássico do Capitão América, que era um
justiceiro antipatriótico que acreditava que nações com alto poder podem ser
corrompidas e podem não defender as pessoas que merecem a ajuda necessária, o
que é bem contextualizado no mundo do MCU (e no mundo real).

A personagem interpretada
pela jovem atriz Erin Kellyman, com o nome de Karli Morgerthaun (adaptação do
nome original do personagem dos quadrinhos que é Karl Morgerthaun), contextualiza no segundo episódio que o governo passou a cuidar muitos mais
das pessoas que foram apagadas da existência e perderam tudo, desde
propriedades até direito civis, por terem sido dado como mortos com o estalo do
Thanos, e com o retorno, acabaram ganhando mais privilégios e atenção do que
cidadãos comuns que não foram “blipados” e por isso pessoas como Karli não
conseguem mais se encaixar no mundo novo que se configurou e se sentem
abandonados por todos. Então o movimento “Apátria” defende que fronteiras devem
ser derrubadas para ter a união de países que devem dar atenção a todos.

A construção dessa ameaça
está ainda sorrateira, mas já fomos demonstrados ao nível de poder, quando na
grande cena de ação do segundo episódio, a cena de luta em cima dos dois
caminhões com alto nível de poder de força e agilidade vindo dos membros
dessa organização, que confrontando o Sam e o Bucky, já sabemos que eles
possuem um nível de força que somente o soro do super soldado do Steve Rogers
era capaz de potencializar.

E assim um mistério que já foi
instaurado e uma grande dúvida que vai ser desenvolvida nos próximos episódios, a questão que será levantada, é a grande figura misteriosa e possivelmente antagonista de John Walker (Wyatt Russell), o novo Capitão
América apresentado pelo governo dos EUA.

Como foi dito, o governo
queria realmente uma nova figura que representasse o novo mundo que está tão
conflituoso, indo em contrapartida de vermos logo o Capitão América não sendo o
Sam Wilson, uma pessoa negra. Já vimos que é um típico “americano”, branco, loiro
e de olhos azuis, mostrando bem o clima do conflito que dará para Sam,
mostrando a traição do governo americano ao desonrar a promessa do velho Steve
Rogers de seguir com um novo Capitão América, e que o governo prioriza a tradição racista
que continua no nosso mundo moderno.

O novo capitão, John, está
muito diferente do esperado, antes odiado pela internet pelo roubo de posto que
deveria ter sido assumido por Sam no primeiro episódio, ele se mostra como um
aliado que está aberto e disposto a ajudar, tendo a sua apresentação no
programa matutino de televisão. É algo a se suspeitar logo do início da trama,
ainda não sabemos até onde vai a lealdade de John com Sam e Bucky, mas muitas
coisas podem reverberar nos próximos capítulos, até mesmo a possibilidade de entendermos
até onde vem a sua força e resistência como a do sentinela da liberdade.

Enfim o episódio da semana
termina com a promessa do retorno do conhecido vilão do MCU, o Zemo (Daniel
Bruhl) que está se encaminhando para assumir o título de super vilão que ele é
conhecido nos quadrinhos, pois ele já está sendo encaixado na origem da
tentativa de recuperar o soro do super soldado.

Os
dois episódios da série Falcão e o Soldado Invernal tem o seu devido
valor nas cenas de ação, sendo duas seguidas nos episódios, como a perseguição
do Falcão no início da série e o duelo no tetos do dois caminhões. Mas a série já
impressiona pelo tom sério, contrabalanceado na dinâmica de humor entre os dois
protagonistas e aposta num debate saudável e sem ser didático ao racismo atual e
pressente num contexto do MCU, que garante todo entretenimento que os filmes da
Marvel transmitem em seus grandes blockbusters cinematográficos.

E com isso encerramos o
início da nossa cobertura do começo da nova trama do MCU, com a grande ambição
de temas e de ação e prometendo um novo avanço para mostrar a nova geração de
heróis para a Fase 4 do Marvel Studios, e mostrando que esses novos
protagonistas têm muitas histórias para contar no futuro.

Não esqueçam que iremos dar
continuidade a nossa cobertura das novas séries da Marvel!

Falcão e o Soldado Invernal é
uma produção original do Marvel Studios e é exclusivo do streaming Disney+.

 

O
que achou da nossa análise? Acha que a nova série será melhor do que WandaVision?
Você confia no novo Capitão América?

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