Crítica: Napo (2020, de Gustavo Ribeiro)


Napo é um filme sobre memórias. O curta que integra a programação da 24Mostra de Cinema de Tiradentes faz bom uso da técnica de animação, além de ser envolvente e sentimental. A história é narrada a partir da chegada de um senhor na casa de sua filha, onde passa a morar a partir de um agravamento de sua doença. Entende-se, também, que sua esposa falecera recentemente.

Tal mudança implica na alteração completa da vida de seu neto, que passa a dividir o quarto com o avô, além de perder espaço – físico e sentimental – na casa e na rotina da mãe. O menino, então, se vê sem o conforto da cama onde dormia e perde o domínio sobre o controle da televisão, sem poder escolher a programação televisiva infantil. 

 

A criança busca, então, por uma atividade e ao encontrar o álbum de fotografias do avô, passa a revisitar as histórias registradas ao desenhar no verso do papel fotográfico. O desenho da criança transporta o avô para o passado em uma interessante mudança de técnica de animação: os rabiscos do menino ganham movimento e a memória do acontecimento é resgatada a partir da ação da criança. 

 

Em termos técnicos, aliás, o filme acerta. O design dos personagens, em muito, remetem às animações Pixar e Disney. O avô e suas lembranças me levaram até a magnífica abertura de Up – Altas Aventuras, que conta a vida de Carl Fredricksen e Ellie. As formas geométricas que intensificam a figura do avô e suavizam a imagem da mãe são muito bem construídas e a trilha sonora entra sempre em consonância com a montagem.

 

Cheio de boas escolhas, Napo foi selecionado para grandes festivais de cinema de animação do mundo. O filme estará disponível até o dia 30 de janeiro e você pode conferir de forma gratuita clicando aqui.

 

A Mostra de Cinema de Tiradentes acontece entre os dias 22 e 30 de janeiro. 

Confira aqui a programação completa do festival.



DireçãoGustavo Ribeiro

 

Duração: 16 min. 

 

Sinopse: Com o agravamento de sua doença, um senhor precisa se mudar para a casa de sua filha, onde seu neto reinterpreta fotografias antigas em desenhos, o ajudando a recuperar memórias perdidas.

Trailer: 

E você? Acompanhando o festival? Conta pra gente qual filme quer assistir! 

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