Crítica: Trincheira (2020, de Paulo Silver)

O curta-metragem de Paulo Silver foi sem sombras de dúvidas um dos mais interessantes do Festival de Cinema de Gramado 2020, bastante empático, o filme é feliz ao trazer uma abordagem mais doce e inocente à história que no fim é só a de uma criança. Trincheira, nos faz acompanhar o dia a dia de Gabriel, um garoto que vive num aterro de lixo; a trama contudo, não progride muito a partir daí, mas é na pureza desse garoto que ela se desenvolve. 
O caminho comum, acredito eu, que outros projetos tomariam seria o de um drama convencional, o que de forma alguma é ruim, porém é ao fugir disso que o filme brilha (fugir do convencional também é trunfo de Um Animal Amarelo). Trazendo uma linguagem meio de game, meio gibi, o curta retrata a visão talvez do próprio garoto, o que o torna extremamente gostoso de assistir, ao passo que quando o menino faz de uma velha televisão ou de um carro quebrado, de brinquedos, nós brincamos com ele e rememoramos momentos de nossa própria infância, por mais que ela tenha sido contrária à de Gabriel, é universal simpatizarmos com uma criança achando diversão mesmo com tão pouco.
Trincheira até trabalha alguns outros subtextos, mas é nesse ponto, que por não ter medo de ser infantil, o curta ganha muita personalidade. Não só na forma de tratar a história, mas em sua própria estética, com boa fotografia, um trabalho interessante com a luz, na edição e na inserção de elementos fantásticos no ambiente narrativo, vemos essa aventura esperançosa de um garoto com “quê” de Menino Maluquinho ganhar vida. 
 


Título Original: Trincheira.

Direção: Paulo Silver.

Duração: 14 minutos e 40 segundos.

Elenco: Gabriel Nunes Xavier.

Sinopse: Num aterro de lixo, um garoto observa o imponente muro de um condomínio de luxo. Gabriel usa de sua imaginação para construir seu mundo fantástico.

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