Crítica: Aprendiz de Espiã (2020, de Peter Segal)


Em Aprendiz de
Espiã
, Peter Segal dirige uma trama de disfarces, no melhor sentido
possível: um filme de ação disfarçado numa comédia, que por sua vez se apoia na
ação.


JJ é um agente de campo da CIA que ganha uma última
chance de seu chefe, David Kim, para se redimir com a Inteligência após as
consequências de sua última missão. O que JJ não esperava é que esse ultimato o
colocasse numa situação nova: fora do trabalho de campo; com uma nova parceira, Bobbi; vigiando uma menina de
nove anos, Sophie e sua mãe, Kate, cujo ex-marido estava envolvido com terroristas. Aqui, JJ
está num território novo e demonstra dificuldade de aceitar esse novo posto.


Um dos pontos de virada é quando Sophie descobre
o esconderijo de JJ e Bobbi
e
faz um acordo para que ele a ensine como ser uma espiã. A partir daí o longa se
desenvolve e cria ganchos nas relações das personagens para que a ação volte a
reinar no final do filme de forma triunfante.


A obra se torna ainda mais interessante justamente pelos
relacionamentos criados entre as personagens e a linha dramática de cada uma.
JJ é um homem duro, fechado; seu “negócio” é o trabalho de campo, baseado
especialmente na força e na objetividade. Com tanto tempo na área, para ele, a
missão com uma criança, com uma mãe e mulher, com uma família, se torna muito mais difícil do que
lidar com terroristas, por exemplo. É essa profundidade que está por trás de
toda a comédia do filme.


Aos poucos, JJ e Sophie vão criando um laço paternal e amigável ao qual o espectador se apega. Os tons de comédia fazem parte desses relacionamentos e estão intrínsecos de um jeito único na personalidade de cada personagem. JJ, por exemplo, é engraçado em
sua seriedade, que vai se amolecendo com a relação que vai criando com Sophie e Kate. O ator Dave Bautista, ainda, demonstra grande êxito com o humor físico de JJ. Enquanto Sophie, por outro lado, mostra suas sacadas de comédia através de sua perspicácia. Já Bobbi, deixa uma marca única com seu jeito um pouco desastrado e excêntrico.

O longa-metragem segue padrões de receitas
cinematográficas de sucesso, como o timing
e o tipo de linguagem, por exemplo, ao mesmo tempo que leva filme a um lugar
sentimental através das próprias convenções, convertendo-as e levando-as a seu
favor. Um exemplo disso são os estereótipos presentes no filme: eles estão ali
não só para fazer comédia, mas para
serem convertidos na trama através da comédia.

Ao final,
tem-se um filme que termina do jeito esperado para uma clássica obra de
ação ou comédia familiar 
cheio de adrenalina, uma explosão de tirar o fôlego e uma família reunida e feliz depois de vencer muitos obstáculos  que o espectador, como presente naquela história,
faz questão de presenciar.


Título
Original
: My Spy


Direção: Peter Segal
Duração: 102 min
Elenco:
Dave
Bautista, Chloe Coleman, Parisa Fitz-Henley, Kristen Schaal, Ken Jeong e outros

Sinopse: 

 Um agente da CIA é enviado para vigiar uma família, mas o
que ele não esperava era se ver à mercê de uma menina de nove anos que quer se
tornar espiã.



Trailer:
Não deixe de conferir essa estreia! 🙂

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