Boneca Maldita (2018, de Rocky Soraya)

Em seu oitavo trabalho como diretor, Rocky Soraya parece trazer à Boneca Maldita os enredos mais trabalhados e apreciados por entusiastas de terror combinados em uma única história. O longa é o terceiro filme da franquia The Doll— não confundir com o filme homônimo estrelado por Valeria Lukyanova — terror de 2016 sobre uma mulher com habilidades psíquicas e especialista em casos paranormais — seria uma Lorraine Warren da Indonésia? Ela até mesmo possui seu próprio depósito para objetos amaldiçoados — que ajuda um casal a lidar com uma boneca possuída pelo espírito de uma garotinha vingativa. 

Luna Maya reprisa o papel de Maira, personagem apresentada ao público em The Doll 2, que agora vive feliz ao lado de seu novo marido, Aiden (Christian Sugiono). Ela precisa lidar com a perda da filha, enquanto tenta se conectar com a sobrinha de Aiden, Vanya (Richelle Georgette Skornicki), a qual eles adotaram após a perda trágica dos pais da menina em um evento sobrenatural. 


Com saudade da mãe, Vanya decide se utilizar da brincadeira “Charlie Charlie” — inspirada pelo filme A Forca — para contatá-la, o que acaba apenas invocando uma força sobrenatural maligna que passa a perseguir a família. Você provavelmente deve estar se perguntando: e onde entra a boneca nisso? Essa é a grande questão do filme, Soraya parece não saber que caminho seguir.


O diretor se perde tentando evocar o estilo de James Wan sem, no entanto, criar uma identidade própria, além de não executar com perfeição a técnica que Wan faz uso na hora de construir suas narrativas. O longa acaba se resumindo em uma mistura de Annabelle, Invocação do Mal, Ouija: Origem do Mal, O Exorcista e qualquer filme genérico de terror.  Seguindo à risca todos os clichês imagináveis do gênero, Boneca Maldita acaba por falhar até mesmo em suas tentativas de jump scare, que precisam se apoiar em uma trilha sonora batida e, às vezes, até mesmo errônea — como a cena em que eles estão indo para a praia enquanto toca um pop ao fundo que mais parece criar um clima de comédia em família. 




De modo geral, o longa não consegue prender o público e parece ameaçar mostrar a que veio apenas nos 40 minutos finais, ainda sim deixando a desejar. Boneca Maldita promete diversas tramas e acaba por não entregar nenhuma de fato, quase não apresentando relação alguma com a boneca Sabrina que dá nome ao filme em seu título original. Ademais, as atuações muitas vezes soam forçadas, com personagens sem carisma e que não geram qualquer conexão com o público — se salvando apenas com a simpatia de Luna Maya, que se dedica ao papel, mas não consegue segurar sozinha a história.


A direção de arte também peca, com caracterizações extremamente inverossímeis, como no início do filme, ao mostrar  a mãe de Vanya em seus momentos finais. Se o filme assumisse seus elementos trash e focasse apenas em um “vilão” a ser desenvolvido ao longo da narrativa,  talvez o longa não decepcionasse tanto os fãs que esperavam de fato uma boneca digna de arrepiar até os mais corajosos amantes do gênero. No entanto, Rocky parece se levar muito a sério, não sendo coerente com os plot twists mal construídos e que parecem estar presentes apenas na tentativa de assustar o público, além de cenas que poderiam facilmente ser removidas sem qualquer alteração para a trama.




Título Original: Sabrina


Direção: Rocky Soraya


Duração: 113 minutos


Elenco: Luna Maya, Sara Wijayanto, Christian Sugiono, Jeremy Thomas, Richelle Georgette Skornicki, Rizky Hanggono, Asri Handayani, Demian Aditya e Sahil Shah


Sinopse: Maira vive feliz com Aiden um fabricante de bonecas e dono de uma empresa de brinquedos, mas Vanya, sua filha adotiva e sobrinha de Aiden, ainda está lidando com a perda de sua mãe biológica. Depois que Vanya toca o Lápis de Charlie para invocar sua falecida mãe, coisas estranhas começam a acontecer. Maira é aterrorizada pela boneca Sabrina. O que está acontecendo com a boneca e o que ela quer?

Trailer:



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