Top 10 Filmes da Década (2010 – 2019)

A década de 2010, marcada principalmente pelos filmes de super-heróis, e pela criação dos streamings, mudou muito a forma do público se relacionar com o cinema e com as produções audiovisuais como um todo. Por um lado, os filmes começaram a visar cada vez mais o lucro, principalmente no cinema estadunidense, então muitas sequências e reboots foram feitos nos últimos anos visando os lucros astronômicos que este novo público no cinema pode trazer às grandes produtoras, mas por outro, os grandes cineastas têm mais liberdade para fazer os seus filmes mais próximo da maneira que pensam, com um viés mais artístico e não tendo grandes responsabilidades financeiras. Fazendo com que a década seja recheada de ótimos filmes de diretores já consagrados anteriormente (Quentin Tarantino, Martin Scorsese, Christopher Nolan, Wes Anderson) e a ascensão de diretores, ou estreias de novatos que consolidaram seu nome nestes últimos anos (Dennis Villeneuve, Alfonso Cuarón, Damien Chezelle e Jordan Peele). Olhando estes nomes, percebemos que o cinema tem muito a melhorar na questão da representatividade, e alguns movimentos como o MeToo, que vem forçando a indústria como um todo valorizar o trabalho de mulheres na criação de seus próprios filmes e tornando os ambientes no set menos tóxico, fazendo com que grandes artistas possam consolidar sua carreira de maneira mais digna. Espero, particularmente, que na década de 2020, nós do site possamos lembrar de mais filmes dirigidos por mulheres, na medida em que ótimas diretoras possam ter seu talento reconhecido pelos produtores de Hollywood, desprovido de imposições e preconceitos. Não deixando de lembrar que a década do cinema brasileiro foi marcado por Anna Muylaert, com o seu grande filme Que Horas Ela Volta?, que repercutiu mundo a fora os absurdos que acontecem na alta sociedade brasileira. Cinema é político, cinema é política.

Pois bem, dado o recado, antes de começar nosso top 10, gostaria de deixar algumas menções honrosas que foram citados por muitos dos nossos colaboradores, mas que não entraram nos dez melhores: Relatos Selvagens (ARG, 2015 – Dir. Damián Szifron), Interestelar (EUA, 2014 – Dir. Christopher Nolan), Coringa (EUA, 2019 – Dir. Todd Philips), Toy Story 3 (EUA, 2010 – Dir. Lee Unkrich, única animação no Top 20), Infiltrado na Klan (EUA, 2018 – Dir. Spike Lee), A Pele que Habito (ESP, 2011 – Dir. Pedro Almodóvar), A Bruxa (EUA, 2015 – Dir. Robert Eggers), Que Horas Ela Volta? ( BRA, 2015 – Dir. Anna Muylaerte), A Chegada (EUA, 2016 – Dir. Denis Villeneuve), Moonlight (EUA, 2016 – Dir. Barry Jenkins), Corra!(EUA, 2017 – Dir. Jordan Peele), Django Livre (EUA, 2012 – Dir. Quentin Tarantino). 

10º Lugar – Whiplash: Em Busca da Perfeição (EUA, 2015 – Dir. Damien Chazelle)

O primeiro filme do cineasta Damien Chazelle, conta a história de um estudante de música e o seu professor rigoroso, como foco na mudança de comportamento que o protagonista têm por estar sob tanta pressão. A obra encanta a quem assiste pelo seu ritmo único, bela fotografia e atuações. Principalmente a de J. K. Simmons que recebeu o Oscar de Ator Coadjuvante. Além disso, Whiplash, ainda foi indicado a mais 4 estatuetas (Filme, Roteiro Adaptado, Montagem e Mixagem de Som), ficando com a premiação nas duas últimas categorias. 


Leia a crítica de nosso site aqui

9º Lugar – Parasita (COR, 2019 – Dir. Bong Joon-Ho)



O filme coreano de 2019 consagra uma década de excelentes filmes realizados por cineastas do país, nossa equipe lembrou ao todo de nove filmes coreanos nesta votação, e Parasita, se mostra o melhor deles não só pela sua qualidade cinematográfica, com atuações acima da média e uma narrativa impressionante, mas também pela sua importante análise social. A obra foi tão comentada que aqui no site rendeu uma série de postagens. 


Crítica 1

Crítica 2

Especial: A Equipe do Site Comenta

8º Lugar – La La Land: Cantando Estações (EUA, 2016 – Dir. Damien Chazelle) 


O segundo filme da carreira de Damien Chazelle foi o seu primeiro projeto idealizado, a obra que é uma homenagem ao cinema musical hollywoodiano recebeu incríveis catorze indicações ao Oscar 2017, vencendo em seis delas. Mas, certamente, uma grande marca do filme foi a confusão ao perder a estatueta de Melhor Filme depois de todos os produtores já estarem em cima do palco recebendo o prêmio. Pelo menos para a nossa equipe La La Land é considerado o melhor filme de 2016.


Veja o nosso especial de La La Land aqui

7º Lugar – Cisne Negro (EUA, 2010 – Dir. Darren Aronofsky)


No começo da década, Darren Aronofsky era um cineasta em ascensão, sua consagração veio através deste romance sobre uma companhia de Ballet e sua principal dançarina. Cisne Negro ganhou inúmeros prêmios durante o seu circuito de festival e foi o ponto alto da carreira de Natalie Portman, com uma atuação espetacular por este papel, ela venceu em 2011 o SAG Awards, BAFTA, Globo de Ouro e Oscar, virando naquele momento a atriz mais cobiçada para projetos futuros em Hollywood. E mais importante que tudo isso, o filme se tornou uma das obras na arte da capa do Minha Visão do Cinema.

6º Lugar – Roma (MEX, 2018 – Dir. Alfonso Cuarón)

Com 3 vitórias no Oscar e mais de 130 prêmios ao redor do mundo, Roma é um filme com alma e forma, já que tem elementos técnicos deslumbrantes, como a fotografia, o som e a direção de arte, mas o que realmente enche os olhos é o roteiro de Alfonso Cuarón, repleto de camadas, com críticas sociais feitas de maneira natural, ao explorar a vida de Cleo, a relação patrão e empregado e o contraste entre as classes sociais. As duas personagens principais são construídas e interpretadas muito bem e a direção do Alfonso Cuarón é uma das mais assertivas dessa década. 


Crítica
Filmes de língua não-inglesa indicados ao Oscar de melhor filme

5º Lugar – A Origem (EUA, 2010 – Christopher Nolan)



Visto por muitos como o auge da carreira do diretor inglês, Inception (no original), mistura ficção científica com melodrama de maneira perfeita, incluindo vários elementos dentro do universo do filme que instiga espectadores que clamaram por uma continuação,  e ainda conta com uma ótima atuação de um grande elenco encabeçado por Leonardo  DiCaprio. Mas fica o questionamento: o peão parou de girar?

Veja aqui a crítica do site sobre a obra 

4º Lugar – Bacurau (BRA, 2019 –  Dir. Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles)

A década de 2010 foi marcada por um grande crescimento no investimento de produções nacionais, só o diretor Kléber Mendonça Filho emplacou dois ótimos filmes nesta mesma década que foram lembrados por muitos de nossos colaboradores, O Som ao Redor (2012) e Aquarius (2016). Sempre com uma crítica sagaz sobre o status quo do povo brasileiro, Bacurau mostra o auge de uma resposta dos que são vistos como oprimidos, além de ser recheado com frases de efeito que já caíram no gosto popular. É mais do que justo que figure num lugar tão importante da nossa lista, pois já se tornou um dos mais icônicos filmes brasileiros do século.

3º Lugar – Ela (EUA, 2013 – Dir. Spike Jonze)

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A nossa medalha de bronze vai para Her (no original), o filme de Spike Jonze surpreendeu a todos com sua proposta inusitada e bem trabalhada de fazer um futuro distópico próximo à nossa realidade, onde uma nova tecnologia muda o estilo de vida das pessoas, e em especial do protagonista, que acaba se apaixonando por esta inteligência. Não à toa, Her ganhou o Oscar de Roteiro Original em 2014 e se tornou um dos filmes símbolos da atual geração. 

2º Lugar – mãe! (EUA, 2017 – Dir. Darren Aronofsky)

Darren Aronofsky figura mais uma vez na lista com um dos filmes mais experimentais da sua carreira, mãe! é um filme difícil de definir seu gênero e tem um roteiro que vai além de sua interpretação inicial, que já é complexa. Além de uma releitura óbvia da bíblia, o diretor consegue, através da genial atuação de Jeniffer Lawrence, exprimir vários outros sentimentos e inserir outros contextos à narrativa como a exposição do artista e o seu ego quando idolatrado.  

Veja a nossa crítica aqui.

1º Lugar – Mad Max: Estrada da Fúria (AUS, 2015 – Dir. George Miller)

O que torna este um filme poderoso e um clássico moderno não são apenas as mais eletrizantes cenas de ação da década (orgânicas e práticas à moda antiga), os efeitos especiais coerentes e quesitos técnicos vencedores do Oscar 2016, ou a estupenda direção do lendário George Miller, sendo que tudo isso já é notável. O diferencial é o fato do filme conseguir algo raríssimo: desenvolver bem personagens e seu universo na base da adrenalina e pancadaria, com pouquíssimos diálogos e dramas, mas com bom desenvolvimento psicológico e narrativo, uma representatividade feminista natural na pele da Imperatriz Furiosa (Charlize Theron poderosa), ter breves momentos contemplativos e de poesia visual, críticas ao mundo capitalista e muito mais, tudo isso em um filme de tirar o fôlego do início ao fim.

E como diz na própria crítica, o mais espetacular filme dos últimos anos!


Gostaram da nossa lista? Ficou faltando algum filme na sua opinião? Deixa aí a sua lista de melhores filmes da década! E veja a lista completa no nosso Letterboxd!

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