A Equipe Comenta: Star Wars – A Ascensão Skywalker (2019, de J.J. Abrams)


Então vamos a mais um A Equipe Comenta do site Minha Visão do Cinema, agora falando do polêmico final da atual trilogia de Star Wars: A Ascensão Skywalker!

Spoilers!


Rodrigo Zanateli:

A Ascensão Skywalker deve ser julgado de três maneiras. Como filme, como Star Wars e como o encerramento de uma franquia.

Como filme é uma produção boba como qualquer filme mediano da Marvel. Diverte o senso comum e pouco acrescenta cinematograficamente, apesar de ter uma arte primorosa, um CGI bem melhor que qualquer Vingadores e um design de mundo bem detalhado, que nenhum filme da franquia do Homem de Ferro conseguiu alcançar. Têm muita tensão sexual boba e é clara a aparente falta de coragem do cineasta na direção. Neste quesito, merece um 6,5.

Agora, como Star Wars não é uma catástrofe completa como seu antecessor (Han Solo: Uma História Star Wars), e ainda é melhor do que algumas outras obras já lançadas. Apesar de ficar claro que dava pra ter sido muito mais, diante de uma história tão rica que dá pra desenvolver em volta destes personagens, temos de reconhecer que o universo de Star Wars na teoria é muito mais interessante do que a maioria de seus filmes na prática. Neste quesito, nota 5.

Já como fechamento de franquia, é catastrófico. O Episódio VII: O Despertar da Força, é dirigido também covardemente por J.J Abrams, mas possui esmero tradição e legado, amplia o universo oficial e traz de volta de maneira cuidadosa os personagens tão queridos da franquia. Neste aqui, os personagens são jogados pra lá e pra cá num amontoado de cenas que desrespeitam não só o que foi desenvolvido e criado no Episódio VIII: Os Últimos Jedi, mas também em personagens que funcionaram durante 40 anos de franquia. C-3P0 nunca foi tão pouco carismático, Chewie nunca foi relegado ao papel de babaca como aqui, e R2-D2 é desrespeitosamente excluído da aventura. Nota 0,5.

Nota Final: 3,0


Lucas Silveira:

A Ascensão Skywalker não é apenas um dos piores filmes da franquia, como também da década. Mal escrito, mal planejado e um tanto covarde, a fita se apoia em tramas cíclicas e nos obriga a repassar tudo que já vimos antes na saga, porém, com elementos extremamente forçados e convenientes. As atuações ficam limitadas à pobreza da trama e os efeitos especiais são bons, bem como as cenas de ação. O filme, no fim das contas, acaba com um sabor amargo e uma sensação de insatisfação.

Nota: 3,5

Antonio Gustavo:

O novo capítulo de Star Wars, promete ser o final da saga da família Skywalker, mas apesar de ser grandioso, o fim não é tão épico quanto alguns fãs esperavam. J.J Abrams retorna na direção e, com ele retorna a tentativa de emular a trilogia original, mas sem nem de perto ter a emoção da mesma, além disso, diversas das escolhas narrativas tomadas aqui, vão contra não só à história de Luke, Leia e Han, mas também às prequels e os próprios filmes da atual trilogia, em uma tentativa desesperada de responder às críticas negativas de Os Últimos Jedi, J.J nos entrega um filme covarde e previsível, que parece usar como argumento teorias do Reddit. Contudo, o filme ainda consegue ser divertido, a química entre os atores funciona e temos alguns bons momentos de ação, além do fato de ser mais uma aventura no vasto universo de Star Wars, o que por si só já é legal. A Ascensão Skywalker é um longa que impacta em diversos aspectos da saga, mas como conclusão é bem aquém do que merecia. 

Nota: 4,5

Ettore Migliorança: 

   O novo filme da franquia, A Ascensão Skywalker, soa muito como um desespero por parte da Lucasfilm de querer reconquistar os fãs xiistas que fizeram um barulho tão alto que assustou os executivos da Disney e parece que exigiram um filme fosse feito para agradar, e é o que se tem aqui, de um jeito positivo e negativo.

     No lado positivo, o filme é uma típica aventura de Star Wars, cheio de ação e com a aquela dinâmica dos personagens clássicos vivendo uma aventura típica desse universo, além dos momentos emocionantes que mexe com qualquer coração de fã. Só que no momentos negativos é nítido que as resoluções apressadas tiram pesos de desenvolvimento dos personagens, o que levou a decisões que não soaram muito atraentes e até frustantes, principalmente aos personagens de Kylo Ren e Rey, que sempre foram os meus favoritos nessa nova trilogia.

     Não digo necessariamente que o filme seja horrível, está longe disso, além do mais ele encerra a Saga Skywalker de maneira poética e emocionante, mas infelizmente a necessidade de agradar os fãs falou mais alto do que o bom senso criativo, meio que até me fez gostar mais de Os Últimos Jedi, pois o cineasta Rian Jonhson disse numa entrevista recente que excesso de fan-service é muito prejudicial a uma história, vide o que aconteceu com o final de Game of Thrones esse ano. Com esse filme, prevejo que a franquia vai passar por mais uma polêmica. 

Nota: 6,5


Natália Vieira:

Foi uma longa jornada para os fãs de Star Wars e devo dizer que seu fim merecia uma atenção a mais, que infelizmente, não foi dada. Apesar de dividir opiniões sobre, não consigo entender como as pessoas realmente gostaram do que foi dado, vamos começar do óbvio, a desconhecida família de Rey. Era um tanto óbvio que seus pais não eram qualquer um em meio à essa história e com a aproximação entre ela, Luke e Leia ficou mais claro ainda que sua família não era Jedi. Ou seja, qual a outra opção para ela ter desenvolvido seus poderes e ainda mais ser tão ligada ao “vilão” da história, Kyle?

Renascer com o verdadeiro vilão da trilogia original pode nos mostrar dois raciocínios: desespero em reviver a glória passada ou dar um empurrão nos personagens, que sozinhos, não dariam conta do recado. Ao meu ver Adam Driver e Daisy Ridley estavam indo muito bem obrigada, colocar Palpatine novamente na trama nada mais foi do que um desserviço à história, mais uma fanfic do que qualquer outra coisa. E já que estamos aqui, vamos a Kyle, sua vida foi vivida à sombra de seu avô, Vader, mas que por algum motivo, ele mesmo se esforçando não conseguia ser igual à ele. Talvez sua díade com Rey tenha o “enfraquecido” no lado negro e mesmo após matar seu pai, ele se vê cada vez mais em dúvida ao caminho que está traçando, o engraçado é que, aparentemente a morte da mãe, Leia, foi o suficiente para fazê-lo se arrepender de tudo que tinha traçado até então. Já a luta com Rey, nesse momento fazendo perceber que ela sim, gostava dele e a descoberta que sua vida inteira foi manipulada por Palpatine o fez mudar de ideia, de uma forma que não funcionou. Era como se seu personagem fosse secundário à trama, sua reviravolta foi extremamente rápida e não senti o personagem como antes na história.

O que nos trás novamente a tentativa errônea de colocar personagens à muito tempo superados, a nostalgia foi uma tentativa de agradar os fãs? Ou um ato desesperado? E por fim teria Palpatine vencido a guerra? Já que a única sobrevivente é de sua linhagem direta e todos os outros jedis estão de fato mortos? Em todo caso faz sentido Rey se referir a si mesma como Skywalker agora, já que seus mentores e pessoas que ela mais amava e respeitava deram a ela um caminho e uma escolha, sendo essa sua homenagem a eles e o filme em um todo tenta espelhar a relação dela com Luke, uma jedi solitária que se torna a única esperança nesse momento, enquanto lá em 1977 era Luke quem carregava esse peso.

Talvez a vontade de fechar o ciclo relembrando tanto o começo dessa jornada seja o que não tenha funcionado. Relembrar de mais o passado, com personagens, situações e lugares trás uma certa nostalgia ao fãs, mas aqui apagou por completo a história que havia sido traçada em Star Wars: O Despertar da Força. Decepcionante e limitador é o que esse roteiro se esforçou em ser.

Nota: 5,5


Léo Passeti:

Apesar de alguns momentos inspirados, o 9°, e teoricamente o último filme da saga, infelizmente é inerte. Não vai para frente, não vai para trás, apenas permanece. Constantemente busca arrancar a emoção do espectador, mas ela raramente vem, e quando vem dificilmente é merecida. Fosse antes um filme que efetivamente irritasse e indignasse, a frustração não surge por conta de um sentimento de raiva por uma má qualidade do filme. Na verdade, ela surge por conta de um estado de indiferença, uma sensação de que falta algo, de que o filme não cumpriu sua função, mas também não desagradou de todo. Infelizmente é notável a falta de clareza com que a franquia foi ressuscitada, a falta de propósito, objetivo e vontade clara do estúdio. Para uma trilogia em que a principal temática é o legado, o próprio será um gosto amargo na boca, com a sensação de que poderia ter sido melhor. É difícil dizer isso, mas A Ascensão Skywalker curva-se tanto que bate a cara no chão. Filmes finais tem um papel definidor na maneira em que encaramos os que vieram antes, e infelizmente a da nova trilogia de Star Wars é um extremamente contraditório. 

Nota: 5



Leonardo Costa:

Triste toda essa reação negativa em volta, comparando com o final de Game of Thrones (tal comparação até faz sentido se notarmos que ambos tiveram finais apressados, mas não é para tanto). O filme não é perfeito, mas está longe de ser horrível. Realmente o que estragou os novos filmes da saga foi a divisão de visões: por um lado a Disney e o J.J. Abrams (O Despertar da Força) queriam algo mais POP, que se espelhasse nas referências dos antigos e numa “fórmula Marvel”. De outro, o Rian Johnson quis trazer novidades e quebrar expectativas (Os Últimos Jedi), o resultado foi uma trilogia híbrida, que toma rumos contraditórios, ao mesmo tempo em que dedica muita paixão ao passado. Esse final ficou dentro da zona de conforto, ameaçou quebrar expectativas por vezes, mas abrandou tudo por outras.

O resultado é um filme com roteiro padrão, uma repetição narrativa de O Retorno de Jedi, algumas voltas desnecessárias, mas com partes emocionantes, algumas despedidas emblemáticas e que traz uma interessante discussão sobre a presença do bem e do mal estarem em um mesmo indivíduo (filosofia asiática sempre presente na saga). O ritmo é muito frenético, talvez existem aqui 2 filmes em um só, se tivessem feito uma quadrilogia, por exemplo, poderíamos ter planos mais contemplativos e um desenrolar mais natural. Há alguns sustos, mas algumas cenas reconfortantes. A Ascensão Skywalker é menos brilhante que o anterior no roteiro, mas ainda é um grande blockbuster, melhor que qualquer filme Marvel desse ano por exemplo, apesar dessa “Marvetização” pelo qual o cinema moderno está passando. A ação tem momentos épicos, um excelente duelo de sabre de luz, as atuações dos 2 protagonistas estão mais maduras, existe aqui uma atmosfera mais sombria, o visual é perfeito e a trilha sonora e mixagem de som são estupendas. Mesmo quando algum filme Star Wars é inferior a outro dentro da saga, no todo a franquia ainda é muito boa comparando com a concorrência, e isso não é pouca coisa.

Dividirá opiniões, muitos odiarão, e entre os que queriam novidades e outros que queriam o padrão de sempre, nunca iria se conseguir agradar a todos. Mas essa nova trilogia se encerra mista, oscilando em pequenos detalhes, mas grande como entretenimento e como expansão do universo Star Wars, cujo nome é à prova de críticas. Quem sabe daqui um tempo, maratonando todos os filmes, tudo faça mais sentido. E que os próximos filmes que virão apontem para direções diferentes da galáxia.

Os mascotes da saga são especiais, R2-D2, C-3PO, Chewie e BB-8, contem comigo pra tudo 💓
Adeus Carrie Fisher, nossa eterna Leia 😔
A experiência de viver Star Wars não tem preço, independente de um ou outro filme não agradarem.

Nota: 8

Nota média geral:



Título Original: Star Wars: Rise of Skywalker

Direção: J.J. Abrams

Duração: 142 minutos

Elenco: Daisy Ridley, Adam Driver, Oscar Isaac, John Boyega, Ian Mcdiarmid, Mark Hammil, Carrie Fisher, Billy Dee Williams

Sinopse: A Resistência sobrevivente enfrenta a Primeira Ordem mais uma vez, enquanto a jornada de Rey, Finn e Poe Dameron continua. Com o poder e o conhecimento de gerações por trás deles, a batalha final começa.



Trailer:


E você, também se decepcionou com o filme? Ou amou por ainda ser Star Wars? Comente!

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