Especial: O tema do ENEM de 2019!



             Todos nós do site desejamos que os candidatos que fizeram a prova tenham se saído bem. Dito isso, queremos deixar claro que as reflexões feitas a respeito do tema não existem com o intuito de “tutorial” e mostrar como a redação deveria ter sido ou como estaria correta. Não, de maneira alguma. Abaixo temos reflexões sobre o tema e o que poderia ser essa tal da “democratização”. Esperamos poder trocar informações, aprendizado e reflexões com vocês, queridos leitores. 


              O ENEM deste ano surpreendeu a todos com este tema. É incomum e praticamente inédito se compararmos com os dos outros anos. O que você achou sobre, leitor? Deixe nos comentários para que saibamos! Bom, agora começo algumas considerações acerca deste tema. 

            Antes de tudo devemos entrar no subtema de que o cinema precisa deixar de ser visto só como entretenimento, como muitas pessoas acabam vendo, pois além disso é também uma porta para reflexões. Um filme pode te divertir, mas também fazer pensar. 

          Penso que os professores devem passar filmes nas escolas não só quando tem dias chuvosos ou quando já acabaram todos os exercícios da apostila no fim do semestre. Poderiam abrir as portas da escola para a sétima arte criando atividades sérias a partir disso. Levar o cinema a sério de verdade. Algumas escolas até podem fazer isso, mas são exceção. 

             Na França, por exemplo, eles possuem a matéria de cinema nas escolas e começam com os pequenos. Incentivando não só eles aprenderem sobre a sétima arte, mas refletir a respeito. Desde crianças as pessoas são levadas até os cinemas e assistem vários curtas, depois fazem atividades e promovem discussões filosóficas a respeito do que viram, falando se concordam ou não com o ponto de vista. Aprendem a argumentar, a discutir com embasamento e conteúdo. E aprendem também a aceitar quando alguém não concorda com seu ponto de vista. 

        O cinema lá fora é tratado como coisa séria, não como mero entretenimento. Até porque mesmo nos filmes de superheróis é possível identificar a defesa de uma ideia, opinião, um ponto de vista e uma argumentação, basta a pessoa mergulhar mais afundo nas camadas, porque até o filme mais “inocente” dá seu parecer sobre algum assunto (mesmo que o Scorcese não acredite nisso rs). Mas sim, todos os filmes têm camadas, basta que consigamos enxergar isso. 

              Dito isso, além de inserir as pessoas na área do cinema a partir das escolas desde a infância para que aprendam a pensar e a respeitar a área como uma arte e a profissão séria que é, é preciso que esse acesso seja para todos. Seja por meio da escola, seja por meio dos cinemas de rua, que são incentivos maravilhosos que partem de pessoas que têm esse dom de comunicação para com o público. 


          Mas democratização também no sentido de jamais censurar todo e qualquer tipo de projeto fílmico que queira nascer, seja ele a história de uma família estilo comercial de margarina ou a história de uma prostituta. Porque é preciso entender que cada pessoa teve um tipo de realidade e trajetória. Não devemos jamais sufocar a diversidade que o cinema oferece em todos os seus gêneros, seja este de comédia, documentário ou terror (e por aí vai). 

             “Democratizar” tem a ver com algo plural, coletivo. E o cinema é uma arte coletiva. Não pode ser feita solo. O cinema já nasce múltiplo, aliás. É considerado a “sétima arte” justamente porque é a junção de todas as outras que nasceram antes. É o irmão caçula que veio pra ficar, unir e fortalecer todos os outros. 

          Portanto é preciso não só que o cinema nacional seja valorizado e incentivado em diferentes âmbitos e por várias instituições, mas também que seja, antes de tudo, inserido na cultura brasileira. É preciso introduzir os brasileiros ao seu próprio cinema. Fazê-los pensar cinema e acreditar no mesmo. Que assistam filmes norte-americanos, mas que saibam que o cinema nacional é de qualidade também. As salas que exibem filmes nacionais, mesmo os blockbusters brasileiros, dificilmente lotam. Sempre perdem para os blockbusters estrangeiros. Então a formação de público é algo que deve ser incentivada e introduzida o quanto antes. Então por que não na escola? E foi por isso que citei o sistema educacional das escolas da França. Saibamos reconhecer traços admiráveis em outras culturas e, quem sabe, tentar adaptá-las à nossa cultura, como uma antropofagia cultural positiva? 

             A falha está em vários lugares, mas uma das mais graves é a formação de público, que deve ser implantada já no âmbito infantil. Tenho certeza de que qualquer criança que for introduzida à magia do cinema desde pequena saberá apreciar e respeitar esta bela área e profissão. Poderá aprender a admirar a sétima arte (nacional, principalmente) e quem sabe dali uns anos, quando crescer e for sozinha ao cinema, poderá escolher um filme nacional para assistir numa sexta-feira à tarde? 



E aí, leitor? Como você resolveria a redação do ENEM deste ano?
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