Crítica: Midway – Batalha em Alto Mar (2019, de Roland Emmerich)



Uma importante questão ao se fazer um filme com uma história real por trás ainda mais se tratando de eventos com a magnitude da Segunda Guerra Mundial – é relativa à fidedignidade e abordagem escolhidas para retratar o ocorrido. Não por acaso, o diretor Roland Emmerich diz sentir “que há um importante senso de responsabilidade. Eu e todos os atores sentimos isso, pois estávamos representando algo que atingiu várias famílias, e esse é o ponto principal da coisa toda. Eu senti que fazer uma história baseada em fatos foi uma mudança de ares bem-vinda”.


E para quem está familiarizado com a guerra, ver os locais e datas retratados no filme gera uma tensão e expectativa, amarrada com planos que parecem colocar o espectador dentro dos eventos. Para tanto, Emmerich revela ter embasado o longa em um vasto material de pesquisa, desde fotos, livros a tudo que tivesse sido registrado na parte estadunidense da guerra. “Tentamos emular o máximo daquilo que vimos de maneira analógica”. 



E para quem pensa que o filme é focado completamente nas cenas de ação, o diretor também quis retratar aspectos políticos e sociais, bem como a relação entre Estados Unidos e Japão, crianças sendo mortas em meio ao combate e a força das mulheres sem saber o futuro dos maridos. Ademais, a presença do diretor de cinema disposto a se arriscar para filmar o ataque serve de alívio cômico mas também retrata a importância do cinema inclusive como fonte documental histórica e um meio de se posicionar, lutar e resistir mesmo sem armas na mão.

O diretor ainda revela ser um amante dos livros de história e, porquanto, tentou recriar os seis meses da batalha “da melhor forma possível (…) pois foi o maior combate da Segunda Guerra Mundial”. Como uma fala do próprio filme coloca, eles perderam muitos soldados e não era nem para o “inimigo”. Diversos ataques, acidentes e afins deixaram vários mortos e muitos outros feridos, em ambos os lados. Pessoas com famílias, amigos, sonhos e uma vida encurtada por um conflito que não precisaria ter acontecido. 

A mensagem de que nunca sabemos quando é nossa hora é constantemente reforçada e trabalhada de diversas maneiras diferentes, de modo a gerar uma sensação de que a vida é extremamente frágil e imprevisível para criar mais conflitos. E, assim como em O Jogo da Imitação, o longa consegue mostrar como a criptografia consegue – de diversas maneiras – encurtar a guerra e vencer batalhas. 

“Eu diria que o filme é um lembrete às pessoas de algo muito importante. Quando olhamos ao redor e vemos o nacionalismo crescente na Europa e na América, e a questão dos refugiados sírios sendo renegados… é bom lembrar que soldados americanos deram suas vidas para lutar pela democracia e pela liberdade contra a expansão fascista”. E, dedicando a obra aos americanos e japoneses que lutaram na guerra, Emmerich prova que a história é fundamental para compreendermos eventos presentes e que, se não tomarmos cuidado e estudarmos ela a fundo, corremos o sério risco de repeti-la e tornar histórias como essa mais atuais do que gostaríamos. 


Título Original: Midway

Direção: Roland Emmerich

Duração: 139 minutos 

Elenco: Ed Skrein, Patrick Wilson, Woody Harrelson, Mandy Moore, Luke Evans, Aaron Eckhart, Dennis Quaid, Nick Jonas e Etsushi Toyokawa. 

Sinopse: O filme traz a perspectiva de soldados e aviadores (americanos e japoneses) que lutaram bravamente durante a Batalha de Midway, no Oceano Pacífico em junho de 1942. Através de mensagens codificadas, a Marinha Americana conseguiu identificar a localização e o horário dos ataques previstos pela Marinha Imperial Japonesa. Até hoje a disputa é considerada pelos historiadores como um dos pontos mais relevantes para o fim da Segunda Guerra Mundial.

Trailer:



Pra você que ama filmes sobre eventos históricos e gostou da nossa crítica, deixa seu like e comentário aqui embaixo e não deixa de ir conferir Midway nos cinemas 😊


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