Crítica: A Máquina de Lembranças (2017, de Mark Palansky)

“Não sabemos o real valor de um momento até que ele se torne uma memória” 
É com essa premissa que Mark Polansky nos transporta para o universo de A Máquina de Lembranças, o longa que foi escrito especialmente para contar com a presença de Peter Diklage como Sam Bloom e Catherine O´Hara, que acabou sendo substituída por Julia Ormond, como Carolyn. Estes são os protagonistas do filme que estreou em 2017 e que não deixou a desejar para os amantes de filmes de mistério e tecnologia. 

O filme conta a história de Sam Bloom, um jovem que sobrevive a um acidente de carro, onde perde seu irmão. E na busca por poder relembrar as últimas palavras desse, acaba se envolvendo em uma investigação para descobrir como um importante cientista, criador de uma máquina que grava e reproduz memórias, faleceu, ou será que foi assassinado?

Sem sombra de dúvidas, a atuação de Peter Dinklake, conhecido principalmente por seus papéis em Game of Thrones, Vingadores: Guerra Infinita e Penelope (filme em que trabalhou com O´Hara e Palansky), não deixou a desejar, o conhecido e amado ator anão, sustenta a trama, deixando os demais personagens com subtramas evidentemente mais fracas.

A motivação de Sam Bloom durante a trama não é surpreendente, mas o desenvolvimento do roteiro que nos leva pouco a pouco pelas motivações dele, seus dramas e perdas e até as multi personalidades que o personagem traz para si mesmo durante a investigação, não deixam a desejar, é um personagem ator, um ator personagem.
Além disso, conforme a narrativa se desenrola, aos poucos percebemos a verdade e a motivação de cada personagem, onde devemos ir montando as peças para compreender toda a narrativa, a importância de apenas um olhar, um sorriso, um roubo, um objeto ou uma ação. Cada detalhe é único e nos apresentado pouco a pouco de forma impressionante e não linear. O longa finaliza ainda com um plot twist e uma mensagem que não pode ser ignorada, em uma trama que te prende do início ao fim do filme.



O longa mistura ficção científica e drama, de uma forma que pode ser facilmente comparada e direcionada aos amantes de Black Mirror, principalmente no aspecto de trazer a mensagem do filme para a nossa realidade, pois somos humanos feitos de memórias, e não máquinas. Tal realidade tão distante e ao mesmo tão próxima de nós, nos leva a uma identificação com o protagonista maior do que apenas a tela pode transmitir, é uma trama inusitada, chocante e muito humana.

A direção de arte, desde a construção dos figurinos e dos cenários é incrível, o contraste e a reflexão do personagem são transportados para a tela, mesmo na ausência de palavras. E a direção de fotografia não poderia ficar de fora, a importância de cada quadro que nos é mostrado, inicialmente como nada e que só percebemos sua importância conforme a trama se desenrola, tudo tem um motivo de ser nessa história.

É impressionante ainda, como as locações trazem esse significado ainda maior às lembranças, como os ambientes girar entre si e passam a fazer parte da história, um local com uma lembrança ruim é utilizado para uma revelação dramática, um local com uma lembrança maravilhosa é utilizado para uma revelação chocante que dá um sentido a mais a história, a simbologia disso tudo e a importância disso não apenas para a narrativa, mas também para o desenvolvimento dos personagens.

Os efeitos especiais e a tecnologia implantada no filme não poderiam ficar de fora,  A Máquina de Lembranças, pode ser considerado um filme de baixo orçamento, mas mesmo assim, fez uso de efeitos especiais magníficos, desde o acidente de carro, aos machucados que podemos ver durante todo o filme, e que em momento algum parecem falsos.

A Máquina de Lembranças foi distribuído pela Telecine Play e pode ser encontrado na plataforma de streaming do canal. Fica aqui a minha recomendação para o longa.

Também não deixe de conferir nossa notícia sobre o trailer e lançamento do filme aqui no site: Trailer: Rememory

Título Original: Rememory

Direção: Mark Palansky

Duração: 113 minutos

Elenco: Peter Dinklage, Julia Ormond, Anton Yelchin e Martin Donovan




Sinopse: Quando Sam perde o irmão num trágico acidente, seu destino o faz se encontrar com o inventor de uma máquina que apaga memórias. Este cientista aparece morto, e Sam utiliza a máquina pra desvendar o mistério de sua morte, além de lidar com questões pessoais após a tragédia.


Trailer:



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3 thoughts on “Crítica: A Máquina de Lembranças (2017, de Mark Palansky)”

    1. Comigo foi a mesma coisa. Sempre têm vários filmes muito bons e com atores incríveis escondidos por ai. Esse foi um achado, recomendo 🙂

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