Crítica: À Espera de Um Milagre (1999, de Frank Darabont)

Movie Poster



    Ao contrário de boa parte dos meus colegas do site Minha Visão Do Cinema, eu não sou um fã
de carteirinha dos filmes de terror. Minha primeira experiência com o gênero
aconteceu ao assistir
O Iluminado, adaptação
para os cinemas do livro escrito por Stephen King, o “Mestre do Terror”. A
reação foi de medo, naturalmente, e incômodo ao entrar em contato com uma
história perturbadora e apavorante, porém me indaguei como seria ler um livro
de terror. Geraria o mesmo impacto? Daria aquela adrenalina? Optei por me
aprofundar no universo de Stephen King e me interessar mais pelos filmes
baseados em seus livros após concluir a leitura de
It – A Coisa, uma das mais empolgantes que já realizei. Logo, tive
a chance de conhecer a adaptação de
À
Espera de Um Milagre
, dirigida por Frank Darabont e lançada em 1999.



       Diferentemente
de suas obras mais famosas, esta se encaixa nos gêneros drama e suspense, além
de ser um filme “de época”; no entanto, certos momentos da história geram
terror ao espectador, como será analisado posteriormente nesta crítica. Os
eventos se passam no estado de Louisiana, no Sul dos Estados Unidos, durante os
anos 1920. Tom Hanks é Paul Edgecombe, agente penitenciário da prisão Cold
Mountain que é responsável pela ala dos prisioneiros condenados à morte na
cadeira elétrica. Seu cotidiano se divide entre a triste e pesada rotina na
prisão, onde inclusive faz amizade com os condenados, e a vida confortável no
lar com a esposa Jan (Bonnie Hunt), apesar de estar sofrendo de uma grave
infecção. 




    Tudo começa a
mudar na vida de Paul e na rotina de Cold Mountain quando o cínico e perverso
agente Percy (Doug Hutchison) anuncia, aos berros, a chegada do prisioneiro
John Coffey (Michael Clarke Duncan), que chama a atenção de todos ao redor não
apenas  devido ao seu porte físico, mas
também à bondade e inocência no jeito de ser e nas atitudes. Após Coffey realizar
uma ação sobrenatural que influencia os eventos na prisão, Paul se indaga:
teria Coffey realmente cometido o crime tão horrível do qual fora acusado?




Michael Clarke Duncan in The Green Mile (1999)






     Ao longo de três horas de duração, À Espera de Um Milagre prende a atenção do começo ao fim. Méritos
de Stephen King, ao criar uma história dramática, envolvente e tocante, que não
é centrada apenas no suspense que permeia a trama, e do diretor Frank Darabont,
que a dirigiu com precisão e esmero e recrutou um elenco de qualidade. As
atuações de Michael Clarke Duncan e Doug Hutchison neste filme marcaram para
sempre suas carreiras no cinema, e a de Tom Hanks – um dos maiores atores vivos
em minha opinião – foi infelizmente menosprezada ao não ser indicada para o
Oscar de 2000. 

     O que também impressiona em À Espera de Um Milagre é o terror implícito no contexto da época em
que se passa a história e nas atitudes do vilão principal, Percy. O racismo e a
estigmatização contra John Coffey e os afrodescendentes se faz presente em muitas
cenas, e assim como a pena de morte na cadeira elétrica, esses fatos chocam o
espectador e provocam uma reflexão acerca do passado escravagista e racista dos
Estados Unidos e dos estados sulistas de modo geral, tais como a Louisiana.
Porém, há de se ressaltar o impacto e a sensibilidade que os protagonistas dão
à história; Paul Edgecombe trazia humanismo e bondade para a rotina da prisão e
para os momentos finais de pessoas que pediam perdão pelos seus atos, se é que
haviam sido cometidos… Mas afinal, adquirimos a mensagem de que todos podem
se redimir de seus erros. Uma obra-prima da história do cinema! 




Michael Clarke Duncan in The Green Mile (1999)








Título
Original
: The Green Mile


Direção: Frank Darabont


Duração:
189 minutos


Elenco: Tom Hanks, Michael Clarke Duncan, David Morse, Doug Hutchison, James
Cronwell, Bonnie Hunt, Patricia Clarkson


Sinopse: Um
homem condenado à morte realiza milagres e atos sobrenaturais na prisão. Mas
teria ele cometido o crime tão cruel do qual fora acusado?


Trailer:



Fãs de cinema, deixem suas impressões e comentários! 😉

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