Embustes na Indústria do Cinema – PARTE 2 #ManDown



       Olá, leitxr! Começa aqui mais uma lista de embustes na indústria do cinema!

     É uma tendência que temos a de endeusar as pessoas que consideramos nossos ídolos. A admiração e o reconhecimento são coisas incríveis, porém muitas vezes ser um bom diretor de cinema não significa que é também uma boa pessoa. E como já havia comentado na primeira lista de Embustes, acho possível que as pessoas mudem para melhor, e espero que isso de fato aconteça; mas tem coisas que marcam muito as vítimas e talvez um pedido de perdão não seja suficiente para retomar as coisas como eram antes. Aliás, se você não conferiu a primeira lista que escrevi, corre lá para ver os diretores e atores que estão lá, porque informação nunca é demais! Acesse: https://www.minhavisaodocinema.com.br/2019/10/embustes-na-industria-do-cinema-parte-1.html 

    As situações que vou citar aqui já foram noticiadas pela mídia, porém é incrível a facilidade com a qual elas acabam sendo esquecidas. Muitas vezes pelo fato do agressor ser famoso e ter uma mega reputação como bom diretor. Já as vítimas, sendo 90% das vezes mulheres, geralmente possuem menos prestígio, status e fama, e acabam sendo taxadas de mentirosas, e mesmo que comprovem o que sofreram, a punição não vem para estes homens. 


    Quantas mulheres já vimos ter suas carreiras desmoronadas por um deslize ou outro? Já um homem, mesmo quando comete o mais grave dos erros dificilmente tem sua vida social e profissional abalada. Independente do seu gênero, leitxr, isso não te incomoda? 

   Triste esta lista ter de existir, mas já que os fatos ocorreram, é o nosso dever que tais casos não caiam no esquecimento e que não se repitam. 

      

Roman Polanski



    Em 1973 Polanski estuprou a estadunidense Samantha Geimer, que na época tinha 13 anos. 

   O cineasta admitiu o estupro. O juiz lhe sentenciou a 42 dias prisão. Ele cumpriu e depois fugiu do país com medo de uma sentença maior. Outras denúncias surgiram depois dessa. 

     O “engraçado” disso tudo é que, além de toda essa sujeira, o diretor está foragido dos Estados Unidos, mas tirando isso segue sua carreira normalmente. Não há nenhuma resolução quanto a isso – a não ser que achemos que 42 dias preso seja uma resolução satisfatória e justa.

   Hoje o querido mora na França, e não há qualquer esforço entre este país e os Estados Unidos para obrigá-lo a pagar por isso. E não estamos falando de dinheiro! 


  Nenhuma atitude é tomada além do diretor não poder pisar nos Estados Unidos ou será preso. Uau, que genial! Apesar dos crimes terem sido cometidos em outro país, alguém tem a ingenuidade de acreditar que ele só cometeu atos assim nos anos 70? Como a França “dorme tranquila” abrigando um ser desses? 
   Tão triste quanto pensar nos abusos que infelizmente existiram no mundo, mas que pelo menos foram denunciados, é pensar na quantidade de outros que devem ter ocorrido mas que não foram denunciados por inúmeras razões. 

   Tão nojento quanto ser um estuprador é ser, além de tudo, um pedófilo! E o que ele merece? Uma equipe que queira ter a “honra” de trabalhar com ele em seus próximos filmes? Pois é. Talvez a sua maior punição tenha sido ganhar oscars, mas não poder ir pessoalmente recebê-los, pois se pisar por lá é preso. Eu acho pouco! E neste ano de 2019, ele concorreu ao prêmio Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza. 
   A presença do cineasta foi motivo de discussão entre o diretor do evento Alberto Barbera e a presidente do júri oficial, a argentina Lucrecia Martel, que disse que se incomodava com o fato do cineasta estar ali. “Cômico” uma mulher se importar e um homem não, certo? É necessário que os homens entendam que é preciso ser, no mínimo, solidários com essas causas. 

   Porque é que estamos premiando esse tipo de homens? Será que o que fazemos dentro e fora de um set devem ser coisas julgadas separadamente? Talvez ao invés de dizermos: “Polanksi é um pedófilo e um estuprador, mas é um ótimo cineasta” deveríamos dizer: “Polanski é um ótimo cineasta, mas é um pedófilo e um estuprador”. 

   Ainda permanece um grande mistério para mim o fato desse “homem” ter se casado 3 vezes. 






Woody All(i)en


O rosto do deboche: “Faço o que quero e não sou punido mesmo”. 


     Agora temos o caso altamente polêmico de Woody Allen. Para quem está caindo de paraquedas aqui, vou mostrar tudo que pesquisei sobre o assunto em diversas fontes: em 1992, o diretor foi acusado de ter abusado sexualmente de sua filha adotiva com Mia Farrow, que na época tinha apenas 7 anos de idade. Durante a infância, a garota Dylan Farrow, disse que All(i)en havia tocado “suas partes privadas”, apesar de um relatório do hospital Yale New Haven, afirmar na época que o abuso não ocorreu. (Acho que quando se tem toda grana e status que All(i)en tem, não é difícil “comprar um silêncio”, né? Imagino que seja o mesmo preço de comprar uma verdade, uma versão de uma história).  

       O diretor negou todas as acusações, e um ano depois tentou conseguir a custódia de Dylan na justiça — que acabou sendo recusada por um juiz  (sensato). 

    Com 32 anos, a garota Dylan deu sua primeira entrevista para a televisão, décadas após o surgimento das denúncias. A jovem reafirmou que foi abusada pelo pai, dizendo que, na época, ele a levou para o sótão da casa para não ser visto. 

   Graças ao avanço da iniciativa “Time’s Up”, que combate o assédio sexual contra mulheres, isso fez com que as denúncias de Dylan Farrow contra Woody Allen tivessem ainda mais notoriedade. E por conta disso os atores do próximo longa de Woody Allen, A Rainy Day in New York, resolveram doar todo seu cachê para o movimento, como prova de que acreditam nas acusações de Dylan. Outras pessoas que se manifestaram em prol de Dylan e contra Woody Allen foram Oprah Winfrey, Natalie Portman, Reese Whiterspoon, etc. 

   Honestamente, se esses atores são tão solidários assim, não deveriam sequer terem aceitado o convite para fazer o filme, né? Como pretendem nos convencer que se importam com todas essas denúncias se aceitaram ser dirigidos pelo acusado? Isso não faz sentido algum. Não dá para ficar em cima do muro. Escolham um lado. 



Mó cara de mais um filme “méh” dos estilos que só Woody Allen sabe fazer. Daqueles em que não acontece nada de relevante por cerca de 1 hora e meia. 


Selena Gomez realizadíssima ao lado do All(i)en no Set de A Rainy Day in New York
    No dia do depoimento, a primeira babá contou a polícia que Allen e Dylan sumiram por volta de 15 a 20 minutos. Outra babá afirmou que neste mesmo dia, ela viu Allen encarando a garota enquanto ela assistia televisão. Em seu depoimento mais recente, Dylan relembra: “Como uma garota de 7 anos, eu diria que ele tocou nas minhas partes íntimas, o que inclusive eu disse. Como uma mulher de 32 anos, eu digo que ele tocou nos meus lábios vaginais e na minha vulva”.

   Apesar da polícia não encontrar provas do abuso, Allen mudou várias vezes seu depoimento. Negou ter ido ao local e depois alterou sua fala, quando acharam um fio de cabelo seu lá. Primeiro ele havia contado aos investigadores que nunca havia estado no lugar onde o abuso supostamente ocorreu. Depois, ele admitiu ter ido lá uma ou duas vezes. Claramente alguém aqui está tendo dificuldades para inventar uma história… Será um bloqueio criativo? Engraçado porque até onde eu sei 99% dos filmes que ele faz, ele é sempre o roteirista além de ser o diretor. Isso quando também não acaba por atuar sendo o protagonista (socorro). 

   Dizem que quem não deve não teme, então porque Allen se recusou a fazer o teste do polígrafo pedido pela polícia de Connecticut? E porque ao invés disso ele acabou entregando, um tempo depois, um teste arranjado por seu time de advogados? Nem um pouco suspeito, né? Ainda bem que o bom senso bateu na polícia do Estado, que não aceitou o teste como evidência. Obrigada! 
 Mesmo antes do escândalo, Woody Allen foi parar na terapia por ter um comportamento inapropriado com a filha, de acordo com um psicólogo infantil. Antes mesmo das denúncias, Mia Farrow havia instruído suas babás a nunca deixarem Allen sozinho com Dylan. 

  O casal teve um relacionamento amoroso por 12 anos e se separou em 1992, em meio a um escândalo: Farrow descobriu que Allen tinha um caso com sua filha adotiva, Soon-Yi. O caso extraconjugal teria vindo à tona quando Mia Farrow encontrou fotos da filha nua na máquina fotográfica de Woody Allen. Soon-Yi sempre negou ter sido vítima de assédio ou abuso. 

  Em uma entrevista, a jovem relembrou o início do relacionamento (nada estranho) com o diretor, quando ele ainda era casado com sua mãe adotiva: “Eu vim da faculdade de férias e ele me mostrou um filme de Bergman, acho que era O Sétimo Selo, não tenho certeza. Nós conversamos sobre isso, e eu devo ter sido impressionante porque ele me beijou.” Amada/Beloved????

Soon-Yi e seu “”””””Sugar”””””” Daddy


  Soon-Yin disse que Mia Farrow e a irmã, a vítima, estavam inventando as acusações contra seu pai/marido (pois é). Sim, porque convenhamos ele é pai dela, sendo ela adotiva ou não. Isso não é nada apropriado. E se ele já apresentava comportamentos esquisitos com os outros filhos, porque esse “relacionamento” não seria fruto disso também? Mesmo que Soon-Yin diga que não há nada de errado, devemos saber que muitas vezes as pessoas não acreditam que estejam se envolvendo com pedófilos, estupradores ou simplesmente embustes machistas. Soon-Yin com certeza foi influenciada por Woody Allen, independentemente se ela já era ou não maior de idade quando assumiram o relacionamento, pois eles moraram sob o mesmo teto por muito tempo. Ele a faz acreditar que têm um relacionamento normal e que simplesmente aconteceu, se apaixonaram inocentemente e não tem nada de errado com isso. Bom, é um tanto quanto estranho que nenhum dos dois tenha a consciência pesada por trair a confiança de Mia Farrow, esposa dele e mãe de Soon-Yin. E estranho que All(i)en se sentisse atraído por sua filha Soon-Yin, concordam?

  Por esse motivo, All(i)en agora busca abrigo na Europa, onde as polêmicas em torno do seu nome não foram recebidas com tanta – ou quase nenhuma – severidade. Realmente a Europa tem feito um bom trabalho nesse quesito. Não é o primeiro estuprador, pedófilo e embuste que ela acolhe. Quem sabe Woody Allen não faz companhia para Polanski? Podem dividir um apê, já que não vão dividir uma cela. 


   De qualquer forma, mesmo que o diretor não tivesse toda essa ficha suja, já daria para perceber o quão embuste é, pois seus filmes são sempre machistas, uma vez que ele sempre enxerga as mulheres de apenas 3 formas possíveis, se a gente reparar bem: 1 – a mulher/esposa louca ou a amante histérica; 2 – a “femme fatale” toda sexy e que só serve realmente para transar, não para ter algo sério; e por fim, aquele tipo que ele mais aparenta gostar, 3 – a jovem virgem, pura, inocente. Todo e qualquer filme dele tem esses 3 papéis para as mulheres, que nunca saem dessas “caixinhas” e abandonam tais estereótipos doentes. 

    E eu particularmente tenho a teoria de que em seus filmes ele busca realizar seus fetiches mais loucos. Querer a irmã da sua esposa (Hannah e suas Irmãs); viajar para Barcelona e fazer um menàge (Vicky Cristina Barcelona); trocar a mulher mais velha pela mais jovem (Roda Gigante), enfim, e por aí vai. Se repararmos bem, não é tão difícil decifrar o tipo de visão que ele tem sobre o mundo e como ele interpreta o papel das mulheres. Mas pensando melhor agora… Esses não são seus fetiches mais loucos e doentes, porque esses ele infelizmente já realizou fora das telonas, né? 

    Bom, pessoal, ainda tem muito embuste na lista de espera. Tinha esperança de colocar ainda nesta matéria Lars Von Trier, mas infelizmente a ficha de Woody Allen foi tão longa, né? E eu tampouco poderia varrer para debaixo do tapete.


     Espero vocês na próxima! Obrigada pela atenção!






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