Crítica: Adivinhe Quem Vem Para Jantar (1967, de Stanley Kramer)

Adivinhe Quem Vem Para Jantar, ou Guess Who’s Coming to Dinner no original, é um filme cômico-dramático estadunidense, escrito por William L. Rose e dirigido por Stanley Kramer. O filme foi super premiado, recebeu Oscar por melhor roteiro original e melhor atriz principal (Katharine Hepburn); BAFTA de melhor ator principal (Spencer Tracy) e melhor atriz principal (Katharine Hepburn); também recebeu o italiano Prêmio David di Donatello na categoria de melhor filme estrangeiro e o espanhol Prémios Fotogramas de Plata na categoria de melhor ator estrangeiro (Sidney Poitier). Tantos prêmios… mas será que é bom mesmo?

Aqui vamos acompanhar a louca e apaixonada aventura de amor entre o Dr. John Prentice e Joanna Drayton, que se conheceram por acaso no Havaí e não levaram mais do que 20 minutos para se apaixonarem perdidamente um pelo outro. Após 10 dias incríveis juntos eles decidem se casar, então partem para a casa dos pais de Joanna, na Suíça, para pedir a benção. John fica preocupado e receoso para encontrar com os pais da amada e também de contar aos próprios pais a respeito da sua união, afinal, viviam em tempos em que casamentos inter-raciais não eram bem recepcionados, mas Joanna lhe assegurou de que seus pais eram liberais e que não haveria nenhuma oposição por parte deles.

Para a surpresa John e Joanna, os pais de ambos não foram a favor do casamento única e exclusivamente por conta das cores de suas peles, porque os dois jovens são exemplares e de ótimas famílias. Por conta disso, o filme entra num debate muito importante que faz o espectador ficar bastante reflexivo: como pode o preconceito ser tão ridículo? Até que ponto sustentamos o preconceito da sociedade apenas para não sermos julgados? 




A maior parte do filme se passa dentro da casa da família Drayton, mas em nenhum momento isso é um problema, pois o conteúdo é tão rico, tão importante e passado de um jeito tão genial, comovente e carismático que quem está assistindo pouco acaba se importando em que lugar aquela situação toda está acontecendo. Contudo, seria rude ou errado não mencionar que os cômodos da casa foram muito bem explorados pela fotografia.



A problemática abordada aqui é muito bem trabalhada, não tem furos e também não deixa pontas soltas. Em nenhum momento se pensa que alguma cena ou diálogo pudesse ter sido conduzido de maneira diferente ou melhor porque, acredite ou não, o filme é todo redondinho. Os próprios personagens criam o problema e resolvem eles mesmos – e isso não é um spoiler


Adivinhe Quem Vem Para Jantar ganha o público pelo enredo e pelas atuações. O enredo, como já dito anteriormente, não há o que tirar nem por, assim como as atuações! Temos aqui poucos personagens e devido a isso foi possível desenvolvê-los muito bem, porém, há os destaques, que aqui vão para Katharine Hepburn, Spencer Tracy, Katherine Houghton e Sidney Poitier, mãe e pai de Joanna, Joanna e John, respectivamente. Estes quatro, por serem os de maior participação no filme, conseguem elevá-lo a um nível tão alto, que nem se o víssemos mil vezes encontraríamos defeitos.  


O diretor, Stanley Kramer, e o roteirista, William Rose, mostraram que não é preciso de muito para se fazer um bom filme, basta uma boa história sendo transmitida por bons atores, guiados por uma boa direção e tcharam!, está aí a fórmula mágica do sucesso. Afinal de contas, do que adianta produções milionárias que não te acrescentam em nada? Se uma dica for válida, assista a esse filme com um lencinho ao seu lado, principalmente se for uma pessoa sensível, pois a cena final é de amolecer até os corações de pedra.




Título Original: Guess Who’s Coming to Dinner


Direção: Stanley Kramer


Duração: 108 minutos


Elenco: Katharine Hepburn, Kathaerine Houghton, Sidney Poitier, Spencer Tracy, Beah Richards, D’Urville Martin, Isabel Sanford, Cecil Kellaway e mais. 


Sinopse: Joanna foi criada por seus pais para ter a mente aberta, mas a situação muda quando ela traz um noivo negro para casa. Embora decidida a se casar apesar de qualquer objeção, seu noivo quer a aprovação dos pais dela e dos seus também, que também se chocam ao saber que a noiva do filho é uma mulher branca.


Trailer:


Você aí, leitor, me conta aqui embaixo nos comentários se já assistiu essa preciosidade do cinema e o que achou. 
Vou adorar ler a sua opinião. 😊

Deixe uma resposta