Crítica: Vikings – 5ª Temporada (2018, de Daniel Grou e outros)



Contém spoilers!

Enfim as consequências da morte de Ragnar chegaram para todos. A famosa frase, repetida diversas vezes pelo Vidente (John Kavanagh), finalmente fez sentido e todos, de alguma forma, foram prejudicados. A grande questão esse ano era levar a série com a mesma qualidade de antes, mesmo após a morte de seu personagem principal, Ragnar (Travis Fimmel). É claro que não foi surpresa perceber que Lagertha (Katheryn Winnick) passou a ser o ponto forte da história, que aos poucos, foi dando espaço para outros personagens ingressarem em seus próprios arcos, dando diversos rumos para uma mesma história. E com isso tivemos diversos núcleos que no fim se encontraram. 

Tenho para mim que a quinta temporada explorou como nunca os personagens, seus sentimentos, fraquezas e religiosidade. Explorou a fundo tudo aquilo que eles sentiam e queriam. Poder, ganância e traição como sempre foram o pano de fundo, mas de certa forma, não era igual aos anos anteriores, onde grande parte de tudo envolvia uma vontade genuína de ser reconhecido e nunca esquecido na história. Aqui eles lutam por algo a mais. Por honra, respeito e por vingança.


Logo após a consolidação de Lagertha como rainha e em pé de guerra com o Rei Harald (Peter Franzén) ao mesmo tempo que os nórdicos tentam manter sua vitória em cima dos Ingleses. A bola da vez para tentar parar o exército pagão é o Bispo Heahmund (Jonathan Rhys Meyers), um acréscimo à série, diga-se de passagem. Muita gente entrou nessa temporada, uns com mais importância do que outros, porém ainda relevantes à história. Acredito que propositalmente a série teve duas partes, não só pelo midseason comum, mas pela própria história, como se quisessem dividir como um “antes e depois”. Mas vamos começar do começo!

A guerra civil iniciada por Ivar (Alex Høgh Andersen) foi um dos acontecimentos mais esperados, até porque, uma batalha entre os melhores personagens não é de se jogar fora. Bjorn (Alexander Ludwig), como sempre, segue os passos do pai e acaba no deserto, esses episódios foram muito bem feitos e interessantes, por mais uma vez mostrar diferentes culturas e sociedades, e como tudo acontecia naquele tempo. Acredito que foi aí que Flock (Gustaf Skarsgård) deu início ao seu pensamento de se entregar completamente aos deuses. Ao voltar, escolhas são tomadas e lados escolhidos.

O episódio 10 tem que ser citado sem dúvida alguma. Acredito que seja um dos melhores episódios lançados até hoje. Foi muito bom de se ver a sensibilidade do roteiro em contraste com a guerra civil. Sabemos muito pouco do passado e dos pensamentos atuais dos personagens, que parecem mudar constantemente de vontade. Entretanto, nesse episódio em especial, conhecemos alguns fatores importantes para cada um. Como seus maiores arrependimentos, seus medos e suas conquistas, tudo desencadeado pela guerra. Mas vocês devem estar se perguntando o porquê disso, já que guerra é o ponto forte deles, porém essa é totalmente diferente, já que eles estão lutando entre si, entre amigos e familiares. Algo que poderia facilmente – ou não – ter sido evitado. Por fim Ivar sai vitorioso. Consequências é tudo o que consigo pensar vendo esse episódio. Cada escolha leva a um caminho e todos os caminhos acabaram se cruzando ali.

Não sabemos ao certo quanto tempo passa, mas na Inglaterra, um novo rei toma posse, você deve se lembrar de Alfred (Ferdia Walsh-Peelo), filho bastardo da rainha e Athelstan (George Blagden). Apesar dos olhares tortos e desrespeitosos de alguns membros do clero, o novo Rei é coroado e todo os ensinamentos que seu avô lhe passou fazem surtir uma nova amizade entre ele e os nórdicos, já que após a derrota eles acabaram lá, pedindo asilo. Não sem um pouco de drama, fica estabelecido que eles podem viver em suas terras, desde que lutem quando forem convocados. 




Um dos arcos mais complexos e difíceis de acompanhar e entender foi a saída de Flock para a terra dos Deuses. Segundo ele, os deuses viviam nessa ilha afastada e remota, onde nada nascia e só se via pedras por todos os lados. Sua certeza era tanta que ele foi capaz de convencer duas famílias a se juntar a ele nessa experiência. Muita coisa saiu errado nessa nova vida, os costumes bárbaros que ele tanto lutou para deixar de lado não foram facilmente esquecidos, diria até que toda a violência foi potencializada. Nem todos acreditavam mais nos deuses como ele, a culpa foi sua companheira por muitas vezes e no fim, ele acaba se sentindo traído ao saber a verdade sobre a ilha. Essa experiência quase lembra a Arca de Nóe, se fôssemos por em termos católicos por assim dizer, mas ainda acho que foi um desperdício deixar o personagem tão fora de mão assim. Veremos o que os deuses lhe reservam para a próxima temporada!

Já em Kattegat, Ivar se transforma em tudo aquilo que nós sabíamos que ele seria. Ganancioso, paranoico e mais vingativo (se é possível). Seu reinado é baseado no medo e todos que tentam ir contra ele, acabam tendo uma morte lenta e trágica. O que acaba gerando em Hvitserk (Marco Ilsø) remorso, por ter escolhido ficar ao seu lado.

Finalmente, todos os arcos mencionados acima acabam por se encontrar no final da temporada. Todos instintivamente voltam a Kattegat para tirar Ivar do trono. Após muita luta, desistência e um toque de sorte, Ivar é derrotado, ou não. Fica em aberto para a próxima temporada também. Apesar de não termos mais Ragnar, a série se esforça para manter seu padrão, pode parecer um pouco perdida em algumas partes, não culpo a saída do personagem, mas a história em si, afinal, estamos caminhando para a última temporada e muita coisa já aconteceu. 


Mesmo tendo sido uma temporada morna, Vikings ainda é capaz de empolgar o espectador. Seus personagens continuam tão bons quanto antes e agora só nos resta esperar para que a série volte a ser o que era. Finalizar com uma história morna não combina com o peso e a capacidade de seduzir da série.

Título Original: Vikings

Episódios: 20

Duração:
43 min por episódio

Direção: Daniel Grou, David Wellington, Steve Saint Leger, Ciarán Donnelly, Jeff Woolnough

Elenco: Katheryn Winnick, Gustaf Skarsgård, Alexander Ludwig, Jonathan Rhys Meyers, Moe Dunford, Georgia Hirst, Jennie Jacques, Alex Høgh Andersen, Jordan Patrick Smith, Marco Ilso, Ida Nielsen, Peter Franzén, Jasper Pääkkönen, Josefin Asplund, Ferdia Walsh-Peelo

Trailer:


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