Crítica: O Máskara (1994, de Chuck Russell)

Sabemos que um personagem é um clássico quando todos o conhecem sem nem sequer terem lido ou visto sua obra, e assim acontece com O Máskara, figura conhecida mundialmente e queridinho da geração dos anos 90.

Esse personagem maluco com a cara verde foi extraído de uma história em quadrinhos dos anos 80, criada por Mike Richardson, e ganhou sua versão para o cinema em 1994, dirigida por Chuck Russell. 


Segundo a famosa Wikipédia, a única grande diferença entre os quadrinhos para as adaptações em outras mídias, é que tanto as histórias quanto a personalidade do Máskara são muito mais adultas e violentas. E aqui no filme e também no desenho animado temos, sim, alguns personagens que infringem algumas leis, incluindo o Máskara, mas tudo tem um teor bastante cômico.




Stanley Ipkiss (Jim Carrey) é um bancário sem graça que acaba se apaixonando por uma cliente, Tina (Cameron Diaz), que nada mais é do que namorada de um chefe da máfia, Dorian (Peter Greene), que está planejando assaltar o banco em que Ipkiss trabalha. Tina só vai até o banco e esbanja flertes com Ipkiss para distraí-lo e assim poder gravar disfarçadamente a planta do local para facilitar a vida da gangue do namorado que está arquitetando o assalto.




Ipkiss já não sabe mais o que fazer para ser notado e levado a sério na sociedade, até que encontra uma máscara perto de um rio e por intuição resolve levar para casa. Ao colocar a máscara em frente ao rosto, se assusta ao ver que não é uma simples máscara, e sim uma com… poderes peculiares. 



Depois do susto inicial, ele rapidamente nota tudo que a máscara é capaz de fazer: remover todas as inibições psicológicas, permitindo ao portador que realize todos os seus desejos sem ter medo das consequências e, basicamente, sem sofrer as consequências também. 


Além disso, ao usar a máscara ele se torna um ser imortal, pode se transformar no que quiser e do jeito que quiser. O personagem em si e todas as suas formas é bem “cartunesco”, o que torna tudo muito engraçado.



Podendo fazer tudo o que quiser, ele resolve assaltar o banco em que trabalha, afinal, é necessário dinheiro para fazer praticamente tudo. Ao chegar no banco ele acaba se deparando com a máfia de Dorian, que por coincidência estava lá para fazer o mesmo, mas claro, com os poderes e agilidade do Máskara, não sobrou 1 centavo para a gangue. 


Uma gangue irritada em um filme de ação/policial é motivo de pesadelos para alguns, e também de muita troca de tiros, sangue e mortes, mas em O Máskara tudo é capaz de virar uma grande brincadeira e a perseguição toma um rumo tão divertido, que enquanto uns querem matar o cara verde, nós estamos rindo do outro lado da tela. 




Quando Dorian descobre que o Máskara, além de ter roubado “o seu” dinheiro, está conquistando a atenção de Tina, o mafioso fica ainda mais irritado e a perseguição começa a ficar ainda mais intensa. 


Não é mistério para ninguém tentar adivinhar o desfecho desse filme, que é bem óbvio por sinal, porém a grande graça aqui são todas as peripécias do Máskara em meio à essa história bastante comum e um tanto quanto sem graça. 


O que dá vida ao filme é unica e exclusivamente o sobrenatural da máscara, principalmente quando está no personagem de Jim Carrey, que com toda a sua maestria torna esse personagem único, inesquecível e insubstituível. A máscara também caí nas mãos de outras pessoas, incluindo nas patas de um serzinho adorável. 




O Máskara é um ótimo filme que apesar de não ter brilhado no Oscar de 1995, já que estava “competindo” com outros filmes que vieram também a ser tornarem clássicos (Forrest Gump, Um Sonho de Liberdade, Pulp Fiction, Velocidade Máxima, Rei Leão), brilha até hoje em nossos corações. 


Só um adendo quanto ao Oscar, apesar de este estar concorrendo com tantos títulos hoje consagrados, para mim foi muito injusto ele ter sido indicado apenas para a categoria de Melhor Efeitos Visuais. Além de não ter ganhado – e muito merecia, já que seus efeitos visuais são incríveis e perfeitos -, foi injusto ele não ter sequer sido indicado também nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Montagem, Melhor Maquiagem e Melhor Atriz Coadjuvante (Cameron Diaz). 




Deixando pra lá o fato de eu achar que esse filme que vos falo foi esquecido no Oscar, vamos falar de Cameron Diaz. Hoje todo mundo a conhece, é um dos nomes mais conhecidos de Hollywood, mas você sabia que o seu primeiro filme foi aqui, em O Máskara


Ela veio, marcou presença, fez o que sabia fazer de melhor e desde então sua carreira só cresce. Não teve um ano em que a atriz não tenha feito algum filme e isso é algo a ser reconhecido! E de lá pra cá ela está cada vez melhor, tem uma espontaneidade e um carisma que a fazem brilhar em qualquer coisa que faça.


Reprodução: reddit

Sobre o Jim Carrey parece que nem há necessidade de falar mais do que já havia mencionado anteriormente, né?! Quando atuou em O Máskara já tinha feito mais de 10 filmes, e não era de esperar menos, já que sua carreira começou 14 anos antes e ele veio brilhando em filmes como Debi & Lóide, Ace Ventura e outros.


E o motivo que me fez mencionar que Jim Carrey fazendo o Máskara é insubstituível, foi devido ele ter recusado 10 milhões de dólares para gravar uma sequência e desde então não tivemos o O Máskara 2, porque é simplesmente e humanamente impossível alguém chegar aos pés de Carrey nesse papel. 


O ator se empenhou muito para esse papel, tem tanto dedo nele na história que ideias dele foram levadas para o quadrinho mais tarde. Carrey tem cada filme como um desafio e dá o seu melhor, então ficaria difícil realmente outro ator suportar o cargo. Eu, particularmente, não consigo imaginar nenhum outro fazendo esse papel. 


E quando tentaram insistir em levar a máscara para o cinema mais tarde, em O Filho do Máskara (2005), foi um completo fracasso e deu prejuízo na bilheteria. 


É só você olhar pra isso:

The Mask, 1994


E depois pra isso:

Son of The Mask, 2005

Como esperar que isso faça algum sucesso depois de Jim Carrey como Máskara? Pois é. Tem certas coisas que não se mexem… 


Há quem negue que O Máskara seja um clássico, mas não há argumentos nesse mundo capaz de convencer um jovem dos anos 90 a acreditar nisso. É um filme que nunca envelhecerá em nossos corações, e que com certeza vale a pena ser visto e apreciado por qualquer geração! 




Ah! E aproveita que o filme acabou de entrar no catálogo da Netflix! É a sua chance de conhecer esse personagem ou de ir lá matar as saudades e curtir a nostalgia! 😉




Título Original: The Mask


Direção: Chuck Russell


Duração: 101 minutos


Elenco: Jim Carrey, Cameron Diaz, Peter Greene, Amy Yasbeck, Peter Riegert, Den Stein, Richard Jeni, Reg R. Cathey, Nancy Fish, Joely Fisher, Denis Forest, Jim Doughan, Tim Bagley, Nils Allen Stewart, Johnny Williams, Blake Clark, Jeremy Roberts e mais.


Sinopse: A vida do tímido bancário Stanley Ipkiss (Jim Carrey) muda completamente quando ele encontra uma máscara que possui o espírito do deus Loki. Sempre que usa a máscara, Stanley ganha superpoderes e se transforma em um cara cheio de charme e confidência, tudo o que é suficiente para ganhar a atenção da linda cantora Tina e também do seu perigoso namorado, o gângster Dorian. Infelizmente, sob a influência da máscara, Ipkiss também rouba um banco.

Trailer:
Me conta aqui nos comentários o que você acha desse personagem cartunesco!

1 thoughts on “Crítica: O Máskara (1994, de Chuck Russell)”

Deixe uma resposta