Pra quem você luta? Um simples questionamento, diversos significados. Se no início a razão era a busca de um propósito para encontrar um caminho que permitisse criar um legado, Creed 2 personifica mais que isso, uma permuta entre a honra e a glória transcendendo a atmosfera nostálgica que somente a saga de Rocky Balboa pode proporcionar. Não são somente batalhas no ringue, a verdadeira busca da vitória é o que transforma a continuação em uma sequência que agarra o lado mais emocional do que o lúdico. E se isso não é motivo para “encher um bom prato”, não se vale toda trajetória dos filmes antecessores até aqui.
Comprometido com a direção em Pantera Negra, Ryan Coogler deixou a sequência nas mãos de Steven Caple Jr. (The Land), um dos diretores da nova safra hollywoodiana, com uma difícil missão de manter o formato do primeiro filme, entretanto a nova parte de Creed precisava de uma consistência e uma história que pudesse endossar o filme. A escolha foi excelentemente acertada. Após ganhar o cinturão dos pesos-pesados, Adonis Creed (Michael B. Jordan) começa a criar seu próprio legado, porém um novo desafiante, melhor, um velho e conhecido sobrenome, Drago, assombra a mente de Creed que aceita o desafio de encarar o filho de Ivan (Dolph Lundgren), Viktor Drago (Florian Munteanu) para vingar o seu pai Apollo (Carl Weathers).
Por outro lado, a construção dramática de uma família que precisa recuperar toda uma reputação soberana ao mesmo que tenta ter o respeito do seu povo natal dão pano para manga e uma consistência crível palpável para o chamariz do filme, principalmente o arco de Viktor, mesmo que friamente, transparece a sua dor interna e carrega o peso que seu pai traz por todos esses anos, o que deixa longe de ser um verdadeiro vilão.
E toda essa montagem é um deleite para os fãs. Creed 2 recupera o espírito que a saga Rocky tem com substância e consegue implementar as verdadeiras facetas que um campeão possa conquistar, seja ela na vida profissional como na pessoal. Conquistas são deliciosas, são cansativas, são necessárias para compor o ciclo da vida deixando as lutas como pano de fundo, mesmo que seja um filme sobre luta, a mensagem aqui é sobreviver aos fatos que são impostos. Mesmo assim o filme fica um pouco abaixo do primeiro em suas propostas diferenciadas de narrativa.
Sylvester Stallone mais uma vez está fenomenal! Se em Creed: Nascido Para Lutar o ator conseguiu agradar aos críticos, sendo recompensado com nomeação para o Oscar, em Creed 2 a sua performance nutre mais a figura paterna durante todo o filme com os seus conselhos mais que conhecidos pela experiência vivenciada. Michael B. Jordan e Tessa Thompson repetem o ótimo entrosamento da primeira parte, mesmo em novas circunstâncias, com a mudança de patamar em que se encontram no filme.
Com uma trilha sonora na medida certa, Creed 2 é bastante positivo em sua linha narrativa proposta em busca de identidades e recuperação de status. A nostalgia é a carga necessária para novas energias e mantém a franquia viva enaltecendo o verdadeiro significado de sua mensagem. Não importa o quanto árdua seja a batalha, a força é meramente um papel ilustrativo diante da sensibilidade que os personagens transcendem sutilmente.
Título Original: Creed 2
Duração: 130 minutos
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