Especial:15 Distopias sobre o futuro para desconfortar o presente


A ideia de que os acontecimentos do presente levariam a humanidade para um período de prosperidade foram pouco a pouco abandonadas, dando lugar ao desespero do que o futuro possa de fato significar. O cinema, como arte e como reprodução desse pessimismo, procriou um novo gênero de narrativas: as distopias. Com a popularidade que este gênero tomou, vindo uma enxurrada de filmes, alguns bons e outros nem tanto, fizemos uma pequena lista com quinze indicações para você virar fã dessa forma nada otimista de ver o futuro. Para isso, não contaremos aqui qualquer narrativa sobre futuros pessimistas e catástrofes, serão colocadas aquelas que possuem uma estrutura de poder autoritária, geralmente possibilitada pelo domínio de alguma ferramenta, uma sociedade dominada pelo medo e opressiva a determinados indivíduos.

Batalha Real (2000, de Kinji Fukasaku)


Todos os anos, uma sala de primeiro colegial é selecionada aleatoriamente para participar d’ “O programa”, um reality show do governo. Colocados em um local isolado da civilização, todos os adolescentes devem matar uns aos outros até que apenas um esteja vivo. Quando uma excursão revela-se na verdade como a mais nova edição de “O programa”, Shuya (Tatsuya Fujiwara) precisa decidir se todos aqueles que um dia foram seu amigos de sala são realmente confiáveis ou estão decididos a jogar o jogo em nome da sobrevivência.

Matrix (1999, de Lana e Lilly Wachowski)

Um jovem programador é atormentado por estranhos pesadelos nos quais
sempre está conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do
futuro. À medida que o sonho se repete, ele começa a levantar dúvidas
sobre a realidade. Quando encontra os misteriosos Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie-Anne Moss),
ele descobre que é vítima da Matrix, uma mega inteligência artificial
que manipula a mente das pessoas e cria a ilusão de um mundo real
enquanto usa os cérebros e corpos dos indivíduos para produzir energia.

Gattaca (1997, de Andrew Niccol)

Vincent Freeman (Ethan Hawke) sempre sonhou em viajar para o espaço, mas não pode por
ser considerado geneticamente inferior. Ele decide desafiar seu destino
comprando os genes de Jerome Morrow (Jude Law), e assumindo a sua identidade.
Freeman entra para o programa espacial Gattaca e se apaixona por Irene (Uma Thurman).
Mas uma investigação sobre a morte de um oficial de Gattaca complica os
planos de Vincent, colocando em risco até mesmo sua própria vida.
 

Crítica aqui

O Lagosta (2015, de Yorgos Lanthimos)

Em um futuro próximo, uma lei proíbe que as pessoas fiquem solteiras.
Qualquer homem ou mulher que não estiver em um relacionamento é
imediatamente preso e enviado ao Hotel, um lugar onde terá 45 dias para
encontrar um parceiro. Caso não encontrem ninguém, essas pessoas são
transformadas no animal de sua preferência e soltas no meio da floresta.
David (Colin Farrel), é mandado para o Hotel e tem 45 dias para achar uma companheira, caso contrário será transformado em uma lagosta.



Crítica aqui

1984 (1984, de Michael Radford)

O grande clássico do gênero. Nesta
história baseada no livro de George Orwell, Winston Smith (John Hurt) é
um homem que perde sua identidade vivendo sob um regime repressivo. Trabalha como funcionário público cuja função é reescrever a história de forma a
colocar os líderes de um país fictício sob uma luz positiva. Escrever em seu diário e seus momentos de amor com Julia
(Suzanna Hamilton) proporcionam suas
únicas fontes de distração, mas qualquer forma de relacionamento é desaprovada e punida.
Numa sociedade monitorada de perto, não há como escapar do Grande Irmão.

Expresso do Amanhã (2013, de Joon-ho Bong)

Um experimento para impedir o aquecimento global falha e uma nova era do
gelo toma conta do planeta. O que resta é apenas neve e guerra. Os
únicos sobreviventes da Terra estão a bordo de uma imensa máquina
chamada Snowpiercer. Lá dentro,
são obrigados a viver separados em vagões que determinam sua condição social. Os mais pobres vivem em péssimas
condições, enquanto a classe rica vive em meio ao luxo.
 

Blade Runner (1982, de Ridley Scott)

No século 21, uma grande corporação desenvolve clones humanos, tão inteligentes quanto um ser humano, até mais ágeis e fortes, para serem usados
como escravos em colônias fora da Terra.
São
conhecidos como replicantes
.
Quando um grupo de replicantes provoca um motim em uma dessas colônias, estes passam a ser considerados ilegais na Terra, sob pena de
morte. A partir de então, policiais de um esquadrão de elite, conhecidos
como blade runners, tem ordem de matar qualquer replicante encontrado no planeta.
Quando em 2019, Rick Deckard (Harrison Ford), um ex-blade runner, é acionado para caçar
cinco
replicantes
vivendo disfarçado em Los Angeles.



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The Handmaid’s Tale (2017, de Bruce Miller)

Em um
futuro próximo, em que o nível de infertilidade da humanidade alcançou
níveis alarmantes, os Estados Unidos sofre um golpe de Estado, dando
lugar à ditadura teocrática de Gilead. Todos aqueles que não seguem os
ditames impostos são assassinados e todas as mulheres férteis são
colocadas como aias no intuito de engravidar. June Osbourne (Elizabeth Moss), antes
editora de uma revista acadêmica, agora é obrigada sobreviver como aia
de um dos comandantes de Gilead, enquanto luta para reencontrar sua
filha.
 

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Brazil (1985, de Terry Gilliam)

Nesta obra inspirada em 1984, com tons surrealistas, Sam Lowry (Jonathan Pryce) vive num Estado totalitário, controlado pelos
computadores e pela burocracia. Neste, todos são governados por fichas e cartões de crédito e ainda
precisam pagar por tudo, até mesmo a permanência na prisão. Neste mundo
opressivo Sam acaba se apaixonando por Jill (Kim Greist), uma
terrorista.

Fahrenheit 451 (1966, de François Truffaut)


Em um futuro distante, todos os livros são queimados. Não é permitido ler ou guardar qualquer livro que seja, e todos aqueles que assim fazem são condenados. Os responsáveis pela investigação e queima dos livros são os chamados bombeiros. Guy Montag (Oskar Werner), um bombeiro com sua carreira em ascensão, começa a questionar sua função quando conhece uma jovem que o pergunta se já teve a curiosidade de saber o que há dentro deles.

V de Vingança (2005, de James Mcteigue)


Em uma Inglaterra dominada por um partido totalitário “Dedo”, Eeve (Natalie Portman) é salva de um ataque por um homem mascarado que se autodenomina V. Com falas poéticas e um singular senso de liberdade, V a coloca em uma montanha-russa revolucionária na busca por justiça e pela liberdade do país, mesmo que isso signifique passar por todos aqueles que estiverem no caminho.


Crítica aqui

Laranja Mecânica (1971, de Stanley Kubrick)

Em uma desolada Inglaterra do futuro, a violência das gangues juvenis impera, provocando um clima de terror. Alex (Malcolm McDowell) lidera uma das gangues e, após praticar
vários crimes, é preso e submetido à reeducação pelo Estado, com base em
uma técnica de reflexos condicionados. Quando ele volta à sua vida em liberdade, é perseguido por aqueles
que fizeram parte de seu passado.

Black Mirror (2011, de Charlie Brooker) 


Black Mirror é uma série britânica, originalmente do Channel 4, agora da Netlfix, que consiste em uma coletânea de antologias sobre futuros tecnologicamente avançados e como estes entram em conflito com o comportamento humano, despertando nosso lado mais sombrio. Nem todos os episódios de Black Mirror são necessariamente distopias, mas grande parte deles se encaixam na lista como uma distopia, uma quase distopia ou até mesmo uma utopia. Por isso, a indicação vai para a série toda. 

Crítica aqui (três primeiras temporadas)
Crítica aqui (quarta temporada) 

Minority Report (2002, de Steven Spielberg)

No ano de 2054, há um sistema que permite que crimes sejam previstos com
precisão, o que faz com que a taxa de assassinatos caia para zero. O
problema começa a acontecer quando o detetive John Anderton (Tom Cruise), um dos
principais agentes no combate ao crime, descobre que foi previsto um
assassinato que ele mesmo irá cometer, colocando em dúvida sua reputação
ou a confiabilidade do sistema.

Filhos da Esperança (2006, de Alfonso Cuarón)

Em 2027, a humanidade está infértil. Poucos são os Estados ainda existentes que conseguem manter, através da força, alguma ordem mediante o caos da inevitável extinção da raça humana. A pessoa mais jovem em todo o planeta é um jovem de 18 anos, que acaba de ser assassinado. Nesse cenário pouco estável, acompanhamos Theo Faron (Clive Owen), habitante do que ainda resta do Reino Unido. Theo é abordado por sua ex-mulher, líder de um movimento terrorista, que o pede para transportar uma garota que pode estar grávida, sendo a última esperança da raça humana.

Crítica aqui

Concorda com a lista? Qual outra história distópica colocaria? Deixe aqui nos comentários o que achou e não deixe de acompanhar a programação do MVDC.

2 thoughts on “Especial:15 Distopias sobre o futuro para desconfortar o presente”

  1. Grande post! Adoro este tipo de temáticas, apesar de já ter ouvido falar da maioria dos filmes indicados confesso que só assisti a cinco deles (Blade Runner, V de Vingança, Laranja Mecânica, Minority Report e Filhos da Esperança). A acrescentar colocava "Equilibrium", um dos meus favoritos do género, com um Christian Bale estupendo e a série "Carbono Alterado" que tem um conceito muito interessante sobre a transferência da nossa consciência para outros corpos…
    Mundo da Fantasia

    1. Muito obrigado, Sónia. Eu também amo esse tipo de temática (inclusive Filhos da Esperança e V de Vinganças são meus amores eternos). Equilibrium é uma excelente sugestão, bem parecido com "Admirável Mundo Novo". Na linha dos que que você já assistiu, eu super reitero a dica de Farenheit 451, garanto que não haverá decepção. Vou te falar que ainda não tive a chance de assistir "Carbono Alterado", vou seguir sua indicação.

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