Especial de Natal: Um Papai Noel Muito Especial (2011, de Jason Priestley)

Um Papai Noel Muito Especial é um adorável drama/romance, com roteiro de Barbara Kymlicka e dirigido por Jason Priestley. O filme, por mais que faça parte dos diversos clichês do gênero que temos por aí, não deixa de levantar mensagens bastante valiosas, fazendo com que valha a pena ser visto em qualquer época do ano, mas claro, assisti-lo em dezembro fará com que tenha aquele gostinho a mais que só o Natal consegue proporcionar.

Crystal é uma pessoa que, aparentemente, foi estragada pelos privilégios que possui: é membra da alta sociedade, seus pais são riquíssimos e bancam todos os seus gastos, tanto os mais básicos até as mais diversas futilidades. Seus dias se resumem em compras e, num determinado dia em que está admirando um vestido em uma vitrine, uma carta cai bem em sua frente. Ao ser abordada pela vendedora da loja, que a viu com os olhos grudados roupa, Crystal rapidamente desiste de correr atrás do carteiro para devolver o envelope e o enfia no bolso.  


Nesse mesmo dia, Crystal recebe um ultimato de seus pais: eles vão parar de lhe sustentar. A garota entra em desespero e decide que dali em diante irá fazer as coisas diferentes e procurará um emprego. No meio dessa crise existencial, ela lembra da carta que está em seu bolso e após ver que a remetente é uma criança e que a carta está destinada ao Papai Noel, ela decide olhar seu conteúdo e ver qual o desejo da pequena Olivia. 

Olivia havia perdido a mãe há um tempo e na cartinha, pediu ao Noel uma nova mamãe e companheira para o seu pai, Derek. Crystal passa a acreditar que essa carta ter caído em seus pés fora algum tipo de sinal, ainda mais quando ela havia acabado de decidir tomar um novo rumo na vida. Sendo assim, começou a stalkear aquela família e, ao ficar encantada com os dois, começou a se introduzir em suas rotinas como se fosse algo super espontâneo. 


Derek e Olivia levam uma vida super simples e bastante diferente do universo luxuoso de Crystal. Ele, pai solo super dedicado na criação da filha e bastante angustiado pela falta que uma presença feminina na vida da filha causa, tem sérios bloqueios em desenvolver um relacionamento por acreditar que nenhuma outra pessoa será tão especial para Olivia como fora sua falecida esposa, Laura. Até ele conhecer Crystal na cozinha comunitária, um lugar que Laura havia iniciado para fazer e distribuir comida gratuita aos moradores de rua. Após a morte de Laura, Derek continuou esse projeto, mesmo lhe custando bastante financeiramente. 

Assim que coloca os olhos em Crystal e percebe a bondade que trata a sua filha e os moradores de rua, uma sementinha é plantada em seu coração e ele passa a observar as atitudes dela a cada dia que passa. Ela, por sua vez, não está sendo nada espontânea, embora não seja nenhum fingimento que está completamente cativada pela pequena Olivia e pelos moradores de rua, e que realmente está se apaixonando por Derek. 


Nem tudo é tão fácil assim, muita coisa está no caminho para que essa família feliz se forme. Como todo bom drama num romance, que graça teria ter dado certo sem que pelo menos muita raiva tenha sido passada e uns corações ou outros tenham sido partidos?

Amy Acker está belíssima no papel de Crystal, conseguiu direitinho dar vida à mimada filhinha de papai que não sabe fazer absolutamente nada por si mesma, mas, em contrapartida, tem um coração bom e entende que é necessário rever alguns conceitos, principalmente quando é para se tornar alguém melhor. David Haydn-Jones também não peca ao encenar esse pai super amoroso e dedicado, tanto com a filha, como com as outras pessoas da comunidade, especialmente com os sem tetos, que é com quem tem uma relação bastante forte. Mas a atenção aqui vai para Emma Duke, atriz que interpretou Olivia. A garotinha é simplesmente um amor, acredito que não tenha feito muito esforço para esse papel, só que, mesmo assim, cativa a todo instante com suas falas e gestos. Ficou bastante verossímil a forma com que conseguiu interpretar a menina que é criada apenas pelo pai, que sente muito a falta da mãe, mas que já age como uma mocinha para cuidar dos sentimentos do pai. Uma graça.  


Quanto à produção num geral, não tem muito o que falar. O filme se passa em poucas locações, mas todas elas muito bem ajeitadinhas. A força representativa do Natal aqui é mais na carta e no que decorre a partir dela, pois, visualmente falando, há poucas decorações se formos comparar a outros filmes que externalizam mais essa época do ano. 

Um Papai Noel Muito Especial é um filme completamente querido. Fala muito sobre repensar a própria vida, sobre deixar que mudanças aconteçam, sobre solidariedade, sobre família, sobre amor e sobre fazer o bem independente pra quem. Por isso, é um filme que recomendo a todas e todos, sem exceções. E os convido a assisti-lo fora de época também, caso esteja lendo essa matéria depois do Natal, porque não existe tempo certo para tirar boas lições de um filme.


Título Original: Dear Santa

Direção: Jason Priestley

Elenco: Amy Acker, Emma Duke, David Haydn-Jones, Gina Holden, Patrick Creery e mais.

Sinopse: Crystal, membro da alta sociedade, encontra uma triste carta de uma criança pedindo um presente especial para o Papai Noel: uma nova esposa para seu pai. Ela, então, decide que esta é oportunidade de mudar seu destino para sempre.

Trailer:

Obrigada pela leitura!

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