Crítica: Sinais (2002, de M. Night Shyamalan)

O cinema, desde seu surgimento, agregou as mais diversas sensações, seja de bem estar – quando um casal finalmente tem o seu final feliz – até a tensão – instalada inerte ao desespero de uma cena de tortura -, entre muitas outras. O gênero de terror, em muitas oportunidades, caracterizava a necessidade de se desvincular do suspense; não é possível afirmar que é terror apenas porque transmite o medo, pois existem suspenses que têm o poder de arrancar noites de sono, correto? Mas saibam, caros terráqueos, que o gênero tem o enorme potencial para ser sentido e interpretado. Um belo exemplo é o clássico (por que não?) Sinais, de M. Night Shyamalan. 

Com a mesma atmosfera do suspense de O Sexto Sentido, o diretor indiano, Shyamalan, insere com felicidade os segredos, charadas e simbolismos, que exigem do espectador descobrir e interpretar com bons olhos, memória e cabeça aberta, principalmente. Nenhum elemento presente no filme está lá por acaso, tudo estabelece uma função bem definida no longa.


A história se estende sobre uma família que mora numa zona rural cercada de enormes plantações de milho. Vivem na casa o pai, Graham (Mel Gibson), o tio, Merrill (Joaquin Phoenix), o filho, Morgan (Rory Culkin), e a filha, Bo (Abigail Breslin). Graham é um pastor que perdeu sua esposa em um trágico acidente de carro, fazendo com que perdesse além da esposa, sua fé. Quando sinais alienígenas começam a invadir o planeta, mais especificamente, nos milharais, momentos de terror aos poucos se instalam na fazenda onde vivem. 

Vale ressaltar, que não são mostrados tiros, naves, e há muitos poucos aliens para se ver, mas a atmosfera se torna, aos poucos, incrivelmente tensa, sendo inseridos, de forma gradativa, momentos de puro terror e cenas de tirar o fôlego, como a fita gravada no sul do Brasil, onde é mostrada pela primeira vez a aparição de um alienígena. Reparem na aula cinematográfica que nos foi presenteada, com o suspense sendo instalado de maneira simples e direta, para em um close pegar até o mais desavisado de surpresa. Antológica!


E acredite, o filme possui temática simples, porém se torna surpreendente quando visto pela ótica do diretor, pois, Sinais, é um filme sobre a perda e reconquista da fé, acima de tudo. O elemento terror inserido no longa serviu nada menos como um plano de fundo para a história se desenvolver.

Lançado em 2002, com um enredo magnificamente orquestrado e atuações acima da média (destaque para Mel Gibson), muitas pessoas ainda acreditam que os “sinais” (perceba o trocadilho com o título) do filme eram as plantações, ledo engano. Sinais também é uma experiência sobre a fé que transcende às telas, independentemente de sua religião.


Título Original: Signs

Direção: M. Night Shyamalan

Elenco: Mel Gibson, Joaquin Phoenix, Rory Culkin e mais.

Sinopse: No condado de Bucks, Pensilvânia, vive Graham Hess (Mel Gibson), um viúvo com seus dois filhos, Morgan (Rory Culkin) e Bo (Abigail Breslin). Também mora com eles Merrill (Joaquin Phoenix), o irmão de Graham. Ele reside em uma fazenda e era o pastor da região, mas recusa ser chamado como padre, pois questionou sua fé desde quando sua mulher, Colleen (Patricia Kalember), foi morta ao ser atropelada por Ray Reddy (M. Night Shyamalan), um morador da região que dormiu enquanto dirigia. Repentinamente os Hess ficam bastante intrigados com o surgimento de misteriosos e gigantescos círculos, que surgem inesperadamente em sua plantação sem que haja o menor vestígio de quem os fez ou por qual motivo teriam sido feitos.

Trailer:


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