Crítica: A Partida (2008, de Yojiro Takita)

Yojiro
Takita realiza sua obra prima ao filmar A Partida, vencedor do Oscar de melhor
filme estrangeiro em 2009, de festivais como o de Palm Springs na Califórnia e
diversas premiações nacionais japonesas. Uma bela surpresa japonesa que, desbancando favoritos, mostra que o cinema oriental possui grandes surpresas escondidas.



O filme conta a história de Daigo
(Masahiro Motaki) que, ao ficar desempregado com o fim da orquestra em que
trabalhava como violoncelista, acaba tendo que voltar para sua cidade natal e
para em uma empresa na qual imaginava se tratar de uma agência de viagens, mas
que na verdade é uma funerária encarregada de preparar o corpo dos mortos para
a cerimônia de despedida familiar e transição da alma.



Takita opta por uma narrativa
inversa, ao mostrar um momento de já intimidade de Daigo com seu emprego,
retornando para esse ponto posteriormente. O estilo escolhido leva à uma maior
imersão e vontade de conhecer seu personagem e sua trajetória até aquele
momento, assim como o que acontecerá depois do ocorrido.


As
expressões japonesas caricatas inicialmente não convencem em um plano mais
fechado, mas isso é logo corrigido e se tornam completamente funcionais e
emocionantes
. O filme traz questões como o preconceito com certas profissões e
seu impacto com outras pessoas e, sem precisar de palavras, mostra a beleza,
sutileza, respeito e perdão ganhos quando são requisitados.

O longa é poético do início ao
fim, desde sua fotografia com uma névoa demonstrando a procura de um rumo a ser
seguido, à sua bela trama, como até mesmo uma simples pedra ou a maravilhosa
trilha sonora de Joe Hisaishi, famoso por suas grandes composições pelo Studio
Ghibli. Trilha essa que emociona e tanto conta uma história, quanto demonstra
os sentimentos dos personagens presentes: a perda familiar, o passado ainda não
superado; tudo em uma poesia sutil e fluida.


A Partida trata de um tema pesado, a morte, de forma leve e descontraída e parte disso se deve ao seu humor preciso
e na medida certa. É um filme belo, poético, gracioso e carismático, que
emociona e encanta. Merecedor de seus prêmios e indicações ao demonstrar os
diferentes meios de lidar com a perda.



Título Original: Okuribito

Direção: Yojiro Takita

Elenco: Tsutomu Yamazaki, Masahiro Motaki, Ryoko Yoshiyuki, Kazuko Yoshiyuki, Kimiko Yo.

Sinopse: Daigo Kobayashi tem o sonho de tocar violoncelo profissionalmente. Para tanto se endivida e compra um instrumento, conseguindo emprego em uma orquestra. O pequeno público que comparece às apresentações faz com que a orquestra seja dissolvida. Sem ter como pagar, ele devolve o instrumento e decide morar, com sua esposa Mika, em sua cidade natal. Em busca de emprego, ele se candidata a uma vaga bem remunerada sem saber qual será sua função. Após ser contratado, descobre que será assistente de um agente funerário, o que significa que terá que manipular pessoas mortas. 

Trailer:
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