Crítica: O Quarto de Jack (2015, de Lenny Abrahamson)

O Quarto de Jack é um filme que atravessou 2015 com elogios da crítica, ganhou destaque mundial, invadiu premiações, tendo sido indicado ao Óscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Atriz (Brie Larson), tendo ganho nesta última. Baseado no livro de mesmo nome, acompanhamos o cotidiano de mãe e filho, que moram em um quarto fechado. A partir daí desenrola-se uma história encorajadora.


Conforme a narrativa do longa se aprofunda nos medos e na luta da mãe para proteger o filho, enquanto a criança imagina como seria o mundo lá fora, de maneira leve, entendemos uma realidade pesada. 



O roteiro aposta em elementos sutis e metafóricos. Os diálogos extremamente bem escritos expõem a mente de uma criança que desconhece como é o mundo, achando que o que vê na TV é falso e sonhando em ver o mar e um cachorro. Em contraste com estas sutilezas, vemos o olhar pesado da mãe. Diante da oportunidade, cria-se um plano de fuga, gerando uma reviravolta na história. Estas reviravoltas aprofundam o psicológico de ambos – mãe e filho -, mostrando bem a reaproximação da família, a falta de pudor da mídia (que ama desgraças) e até mesmo a rejeição diante à mudança do mundo. É interessante como a utilização da TV, celulares e tecnologia é mostrada no filme para brevemente discutir as mudanças nos hábitos da sociedade e na mente dos protagonistas.



A atuação de Brie Larson foi uma das coisas mais poderosas do cinema em 2015, e certamente essa afirmativa comprovou-se com sua estatueta do Oscar do ano seguinte. Mas o menino, Jacob Tremblay, não deixa a desejar em momento algum, tendo uma atuação extremamente impecável, com um olhar que muito nos convence. Tanto na sua visão imaginativa quanto nas situações dramáticas, o menino impressiona pela sua desenvoltura. Na cena em que pela primeira vez o menino vê e faz carinho em um cãozinho, é de rachar o coração. Com a triste situação da mãe e do filho em atuações esplêndidas, com um roteiro original, metáforas belíssimas e imaginativas, um drama convincente e cenas emocionantes, O Quarto de Jack é um exemplar do melhor que a sétima arte pode oferecer. Um filmaço, belo e imperdível. Prepare os lenços e o coração!



Título Original: Room


Direção: Lenny Abrahamson


Elenco: Brie Larson, Jacob Tremblay, Sean Bridgers, Wendy Crewson, Sandy McMaster, Matt Gordon, Amanda Brugel.


Sinopse: inspirado no livro de mesmo nome escrito por Emma Donoghue, o longa conta a história de Jack, um menino de cinco anos que é criado por sua mãe, Ma. Como toda boa mãe, Ma se dedica a manter Jack feliz e seguro e a criar uma relação de confiança com ele através de brincadeiras e histórias antes de dormir. Contudo, a vida dos dois não é nada normal: eles estão presos em um espaço de 10m². Enquanto a curiosidade de Jack sobre a situação em que vivem aumenta, a resiliência de Ma alcança um ponto de ruptura. Os dois, então, começam a traçar um plano de fuga. Ao mesmo tempo em que conta uma história de cativeiro e liberdade, ‘O Quarto de Jack‘ destaca o triunfante poder do amor familiar mesmo na pior das circunstâncias.

Trailer:

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