Crítica: Jéssica Jones – 2ª Temporada (2018, de Melissa Rosenberg)



É indiscutível não termos o senso unânime em dizer que a primeira temporada de Jessica Jones foi uma dos melhores projetos da parceria Marvel/Netflix, mesmo com a sua história um pouco arrastada, por conta de seu propósito de exibir em 13 episódios. Seria difícil criar uma continuidade na série sem um dos principais personagens da primeira temporada: Kilgrave. De fato, a segunda temporada não teve toda a tensão que rondava Jessica Jones em buscar medidas para acabar de vez com Kilgrave. Não tivemos uma vilão marcante nesta parte. Por conta disso, o lado que mais foi aprofundado na série foi o seu, de detetive. Com toda essa premissa, bons arcos foram construídos, outros entediantes, mas ficou evidente que mesmo com a excelente atuação de Krysten Ritter, a segunda temporada deixou um pouco a desejar.


Após acabar com Kilgrave, Jessica Jones tenta retomar sua vida na Alias Codinome ao lado do seu fiel seguidor Malcolm (Eka Darville). Com a ajuda do mesmo, um novo mistério começa a rondar a vida de Jessica. São esses novos fatos que tornam a nossa heroína – que nesta temporada não parece levar tal ego ao pé da letra – a se questionar a origem dos seus poderes. Por trás de todo uísque, sexo casual e vida taciturna, Jessica tenta solucionar o quebra cabeças da corporação por trás disso tudo: O IGH.

Com essa boa temática, o ritmo das coisas levaram a criar uma personalidade mais humana de Jessica Jones. Esse componente aumenta com a aproximação de Oscar (J.R. Ramirez) e seu filho Vido (Kevin Chacon), onde ele encontra seu refúgio, mesmo sabendo dos perigos existentes que ela podia trazer para os dois. Aliás, os personagens foram o que sustentaram essa segunda temporada, cada um deles teve os seus arcos a serem combatidos. 



Malcolm é o que teve maior evolução dentro da trama, deixou de ser o cara viciado em drogas para se associar à Jessica Jones em suas investigações, sempre motivado pela sua sobriedade. Trish ‘Patsy’ Walker (Rachael Taylor) é a que teve um dos arcos mais confusos. A sua insistência em querer ser a nova dona do pedaço chega a ser irritante. A sina por uma busca de igualdade com a irmã adotiva beira ao tédio, mas, ainda assim, gera possibilidades de um futuro melhor, afinal de contas, a sua saga – infelizmente ou não, depende do ponto de vista – reserva bons ganchos para uma próxima temporada. Carrie Anne-Moss é o maior destaque desta parte. A carga emocional que deu para Jeri conseguiu nos prender em seu temperamento fleumático. Fria e calculista, a advogada parece saber sobre suas condições irreversíveis e aceita o desafio de encarar seu drama particular, mesmo escolhendo os mais desvairados caminhos de sua atual vida monogâmica. Jane McTeer, também tem seu destaque na trama. É ela a ligação do elo das investigações e espelho para Jessica Jones, mas não irei prolongar sobre para não aguçar os spoilers.



Jessica Jones nos demonstra que nem todo mundo é perfeito. Todos nós somos passíveis de erros. É o retorno dessas feridas, desses vícios que a segunda temporada tomou como pilar para dar consistência a série, o retrato das consequências impostas na primeira temporada. Os mesmos dramas são existentes, como vimos acontecer com Trish e Jessica, e os métodos nada convencionais para uma resolução. A humanização foi o teor para o andar da carruagem, um acerto para filtrar a falta de um vilão mais icônico. Mesmo com uma redenção melancólica, há uma brecha de um futuro promissor e novos embates envolventes para a trama. Quem disse que á vida seria algo fácil de se viver?


Título Original: Jéssica Jones

Direção: Melissa Rosenberg

Elenco: Krysten Ritter, Rachael Taylor, Eka Darville, Carrie Anne-Moss, Jane McTeer, J. R. Ramírez, Terry Chan, Leah Gibson, Callum Keith Rennie e David Tennant

Sinopse: 
Após o fim trágico de sua breve carreira de super-herói, Jessica Jones (Krysten Ritter) tenta reconstruir sua vida como uma detetive particular, lidando com casos envolvendo pessoas com habilidades notáveis em Nova York.

TRAILER:



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