Crítica: Operação Red Sparrow (2018, de Francis Lawrence)

Como o trailer na televisão já anunciava “Jennifer Lawrence como você nunca viu!” a atriz está realmente deslumbrante, no filme ela vive a bailarina Dominika Egorova, mas após sofrer um acidente se apresentando ela acaba se afastando da companhia de balé e com isso seu tio Egorov (Matthias Schoenaerts) oferece uma proposta um tanto quanto suspeita. Entretanto, para manter o apartamento e o auxílio a sua mãe Nina Egorova (Joely Richardson), que passa por um estado de saúde delicado, Dominika aceita a proposta. Dominika acaba se envolvendo num crime e, após isso, fica sem escolhas e entra para uma escola que treina mulheres para serem “Sparrow”. Trata-se de uma escola russa de espionagem, na qual as mulheres são altamente treinadas para descobrir informações, se aproximar de pessoas importantes, e descobrir tudo que for do interesse da Rússia, fazendo uso de suas habilidades como espiã e de sua sensualidade como mulher. 

O longa-metragem tem base na guerra fria e seus descendentes que ainda mantém essa ideologia. O filme da uma grande ênfase ao patriotismo russo, mas se deturpa no que realmente é relevante fazendo uso de inúmeras cenas de abuso sexual, ou exposição do corpo de modo vexatório, ora como ensinamento na escola, ora como punição e tortura. Isso causa uma certa tensão ao espectador, falando em tensão, vale citar o roteiro que fica a cargo de Justin Haythe (Roteirista em A Cura, 2017); o roteirista sempre trabalha com histórias e temáticas impactantes, que poderiam ser brevemente resolvido, mas sempre se estende tornando o filme cansativo em determinados momentos. No caso de Operação Red Sparrow, são longas duas horas e vinte minutos. O que salva o roteiro é o plot-twist do final (juro que não darei spoiler, mas o final traz surpresas).








Francis Lawrence é o diretor do filme, ele já comandou a saga Jogos Vorazes, isso poderia explicar a escolha da protagonista, o estilo, a abordagem da ação e a grandiosidade. Grande em matéria de produção ou de planos. Aliado ao roteiro que conta a história de Dominika, que trabalha para o governo russo e que seus caminhos acabam cruzando com os de Nate Nash (Joel Edgerton), um americano que trabalha para si, o filme acaba trazendo esse pequeno clichê, uma vez que na prática os dois têm tudo para serem inimigos, mas acabam se apaixonando.





Operação Red Sparrow é vendido como um filme de ação, ou um filme em que Jennifer Lawrence é aquela fêmea fatal que atrai suas vítimas e os mata (em parte não deixa de ser), mas o filme vai bem além disso. É luta entre países, briga de forças seja física, ou te inteligência, e álibis. Muita sacanagem, arrisco dizer que erraram na mão, e até além da conta nesse aspecto, às vezes, chega a ser apelativo. Mas, mesmo com esses elementos não dá pra dizer que é um filme todo ruim, ele tem seus acertos.



Título Original: Red Sparrow.

Diretor: Francis Lawrence.

Elenco: Jennifer Lawrence, Joel Edgerton, Matthias Schoenaerts, Jeremy Irons, Charlotte Rampling, Mary-Louise Parker, Joely Richardson, Ciará Hinds, Peter Chernin.

Sinopse: Outrora talentosa bailarina, Dominika Egorova (Jennifer Lawrence) encontra-se em maus bocados quando é convencida a se tornar uma Sparrow, ou seja, uma sedudora treinada na melhor escola de espionagem russa. Após passar pelo árduo processo de aprendizagem, ela se torna a mais talentosa espiã do país e precisa lidar com o agente da CIA Nathaniel Nash (Joel Edgerton). Os dois, no entanto, acabam desenvolvendo uma paixão proibida que ameaça não só suas vidas, mas também as de outras pessoas.

Trailer:



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