Crítica: The Good Place – 2ª Temporada (2017, de Trent O’Donnell)


Antes de continuar, saiba que o conteúdo contém alguns SPOILERS!


WHAT THE FORK?!
Não era assim tão surpreendente descobrir que o the good place era na verdade the bad place. A verdade estava na nossa cara todo o tempo. Mas para quem se surpreendeu, assim como os personagens, só tenho a dizer que a série ficou ainda mais interessante. Porque a partir desse ponto, percebemos que, na verdade, o “inferno” serviu para transformar, para melhor, aquelas quatro almas que foram julgadas indignas do “céu”. E é então que a série entra com outra fundamental teoria, o ser humano é realmente incorrigível?



Quando você acha que a série não pode inovar mais, ela vem e nos mostra que tudo é possível. Após provar que o inferno é a gente quem faz – sem ajuda de fogo e espetos para isso – nossos personagens são testados episódio por episódio, fingindo não saber do elaborado plano; e a cada recomeço, os mesmos erros eram cometidos até se aprender com eles, instintivamente alguns personagens cresceram por si só. O que nos faz pensar, quantos erros somos capaz de cometer na vida até aprender com eles? Na série, foram mais de 800 versões da mesma realidade em busca de redenção. 

Redenção inclusive é a palavra desse ano. Os personagens conseguem entender com uma maior profundidade o que os levou a ser pessoas “más” e por consequência, acabar naquele lugar. Toda uma vida de erros não foi o suficiente para fazer Michael (Ted Danson) acreditar que eles não mereciam uma segunda chance. E, apesar dos pesares, eles são apenas humanos. A série expõe seu caráter, sem julgamentos, mostrando os erros para que eles próprios evoluam com eles, e tudo bem em errar. Só prova que você está disposto a acertar. Mesmo sendo difícil muitas e muitas vezes. Pode se dizer que eles são anti heróis, pessoas egoístas, invejosas, indecisas, mal humoradas, mas, não somos todos? Talvez seja por isso que criamos um laço tão profundo com cada personagem, porque nos vemos ali, nas escolhas do dia a dia, do fazer o certo ou o fácil. De ter de dizer a verdade e não ganhar – aparentemente – nada em troca disso. Quantas vezes você não ignorou uma pessoa ou foi mal educado com um desconhecido quando o mesmo não fez nada para merecer isso. Tentou desesperadamente chamar a atenção de alguém por meios não convencionais? Descontou sua raiva em quem não merecia? Se você disse sim para alguma pergunta, então você poderia estar no The Bad Place. 


Segundas chances são dadas todos os dias e nem sempre percebemos isso. Às vezes nos falta um empurrão ou alguém para nos mostrar o caminho. Mas no fim, tudo depende de você querer mudar. Na série, todos mudaram para melhor. Michael (Ted Danson), o demônio que arquitetou todo o plano se descobre com sentimentos humanos. Janet (D’Arcy Carden), um ser universal, descobre o amor. Eleanor (Kristen Bell), descobre que não é tão ruim como ela e todos pensavam, e tudo graças a influência que cada um exerceu sobre o outro. Alcançar a evolução não é fácil, é um trabalho árduo e diário. The Good Place não tenta mostrar como ser humano, mas ele nos mostra o que é ser um. Cheio de dúvidas, incertezas, vontades, medo e etc. Como eu disse antes, o sacrifico nem sempre é recompensado instantaneamente, não existe uma fórmula mágica ou pote de ouro no fim do arco-íris, e, apesar de ser uma série cômica, o roteiro traz todas aquelas incertezas que nos cercam e nos fazem refletir se estamos sendo mesmo a pessoa que queremos ser. The Good Place não é nada do que você espera, ela quebra nossas expectativas e nos presenteia com algo novo sempre. Poderia ficar escrevendo linhas e linhas do porquê essa série é uma das melhores da atualidade, mas se tudo isso que eu disse não for suficiente para criar curiosidade em vocês, então eu desisto. É por essas e outras que você deve assistir esse primor de seriado!




Nome Original: The Good Place

Direção: Trent O’Donnell
Elenco: D’Arcy Carden, Jameela Jamil, Kristen Bell, Manny Jacinto, Ted Danson, William Jackson Harper.
Sinopse: A série acompanha Eleanor, uma mulher de Nova Jersey que percebe que não vem sendo uma pessoa do bem. Ela decide virar a página e aprender o que realmente significa ser “boa” ou “ruim”, ao mesmo tempo em que tenta consertar os erros do passado. Em sua jornada, ela se depara com Michael, um homem que, após uma série de circunstâncias inesperadas, se torna o guia de Eleanor na caminhada para se tornar alguém melhor.
Trailer: 

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