Crítica: Me Chame Pelo Seu Nome (2017, de Luca Guadagnino)


Ano passado, tivemos presente no Oscar (e ganhador) Moonlight, na qual vem sendo usado de comparação para o filme dessa crítica, porém, logo aviso, que ainda estou tentando entender as comparações. Me Chame Pelo Seu Nome é um filme com temática, objetivo, e público diferente. Adaptado de um livro de 2007 e nas mãos de Luca Guadagnino, vem sendo um dos grandes nomes no páreo para o Oscar.



Sutilidade, sutileza, sútil, essas palavras que no geral tem o mesmo significado que é algo suave, fino, inteligente, definem bem o que é Me Chame Pelo Seu Nome. Isso começa assim que o filme é rodado, já que nós, o público, somos introduzidos em um cenário cotidiano, em uma coisa comum para os personagens em cena, e o quão bem percebemos isso. Reflita um pouco sobre os filmes que assiste, em quantos, para os personagens e para ti, foi passada a percepção de algo extremamente comum no dia-a-dia reproduzido em tela? Pois é, são pouquíssimos. E esse filme é um deles.


Claro, o crédito todo é de uma direção e roteiro muito bem feitos, seja pela composição de ângulos em tela, pelos diálogos e movimentos pelos personagens, pelos momentos mostrados ao espectador. Isso tudo define e, sem dúvidas, algo extremamente bem pensado e muito bem reproduzido. 





Mas também é lógico que o cotidiano expele algo de comum, algo fadigado, algo lento, e esse é o ritmo do filme ao longo dos seus dois primeiros atos. O que nos diz muita coisa, e que tanto constrói como desenvolve uma imersão, e uma relação de espectador para com obra.



Porém, o filme não é tão belo a todo momento, há momentos em que apesar da graça de mostrar algo comum, se esticam. Há alguns cortes bruscos, além de alguns deslizes narrativos, porém nada que perturbe o aproveitamento total da obra. 





Nas atuações temos três espetáculos, começando, é claro, pelo carro-chefe. Timothée Chalamet está ótimo, cheio de jeitos para o personagem, além de encarnar um adolescente maturo e ao mesmo tempo frágil. Armie Hammer está ótimo também, mostrando perfeitamente a dualidade de percepções que o seu personagem traz. E, por fim, Michael Stuhlbarg, que tem poucos momentos no filme, mas os que tem (principalmente o monólogo no final) traz amparo e emoções necessárias ao ponto em que é utilizado no filme.






Por fim, temos um filme belo, emocionante e incrivelmente delicioso de se assistir, trazendo de tal forma diversos gostos ao que o aprecia. Filmão, um dos melhores de 2017.




Título Original: Call Me By Your Name

Diretor: Luca Guadagnino

Elenco: Timothée Chalamet, Armie Hammer, Michael Stuhlbarg, Amira Casar, Esther Garrel


Sinopse: O sensível e único filho da família americana com ascendência italiana e francesa Perlman, Elio (Timothée Chalamet), está enfrentando outro verão preguiçoso na casa de seus pais na bela e lânguida paisagem italiana. Mas tudo muda quando Oliver (Armie Hammer), um acadêmico que veio ajudar a pesquisa de seu pai, chega.

Trailer:



O que achou do filme? Ainda não assistiu? Gostou da crítica? Diz pra gente nos comentários 😀

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