Especial: Os 20 Filmes que Valem a Pena de 2017 – Parte 3

Muito Obrigado a todos que acompanharam a Parte 1 e a Parte 2 desse especial sobre os melhores filmes do ano, quando acabar deixa aí nos comentários os filmes que você achou que ficaram de fora.
5ª Posição: T2 – Trainspotting (GRB) – Dir: Danny Boyle


Por que é bom? Danny Boyle respeita muito a obra original e, além disso, consegue trazer mais substância, reforçando a amizade e acendendo traumas que remetem ao primeiro filme. Isso faz com que todos os personagens ganhem ainda mais carisma na história estrelada por Mark Renton, interpretado por Ewan McGregor. A fita também consegue criar sequências memoráveis, que beiram o estilo icônico da obra de 1996. Além de trazer alguns elementos novos a estética apresentada em tela. A película também foi lembrada aqui como um dos melhores filmes do primeiro semestre desse ano pela equipe do blog, além de manter o nível de filmes adaptados de obras de Irvine Welsh.

O que não é tão bom? Apesar da excelente continuação, Trainspotting (o primeiro) ainda funciona muito bem como um filme que não deixa claro o destino de todos seus personagens. Ao fim da sessão podemos continuar com a sensação de que, apesar de um excelente filme, T2 – Trainspotting não é exatamente uma sequência necessária. Os filmes tem objetivos diferentes, e que por vezes não conversam entre si. Às vezes, parece que usam apenas os mesmo personagens do anterior para contar uma nova história que não implica necessariamente numa sequência. E quando tende a voltar ao assunto principal da fita original (o vício em heroína), é onde se percebe os poucos deslizes do filme de 2017.

4ª Posição: Dunkirk (GRB) – Dir: Christopher Nolan

Por que é bom? Cada longa que passa, Christopher Nolan se consolida mais e mais como um dos melhores diretores dessa geração. Nolan faz o que quer com esse filme, e faz dele uma experiência única de se assistir no cinema. Em tempos onde os Streamings reinam e a pirataria ainda tem uma grande parte do público. Ele mostra que é possível fazer cinema como se fosse uma peça de teatro. A tela, o público e até mesmo o lugar que você senta dentro da sala, faz você enxergar a obra de outra maneira, proporcionando uma experiência única para cada um dos espectadores. Sem falar numa das trilhas sonoras mais marcantes da história do cinema. 

O que não é tão bom? Quem está acostumado aos grandes roteiros dos irmãos Nolan, com uma surpresa no final, como em Memento, Inception ou Interestellar, pode sair um pouco decepcionado do cinema, apesar da incrível experiência que inegavelmente lhe é proporcionada, pois aqui Christopher Nolan não tem seu irmão Jonathan como parceiro de guião e faz uma história simples e sem nenhum blow mind tão conhecido em todas as suas tramas.

3ª Posição: Atômica (EUA) – Dir: David Leitch


Por que é bom? Sabe aquela velha máxima “O livro é melhor que o filme”? Aqui, essa frase com certeza não se aplica. David Leitch, o melhor diretor de ação da atualidade, transforma a não muito impactante HQ criada por Antony Johnston num filmaço, a elevando de uma maneira impensável. A direção de arte e a fotografia combinam muito com as ótimas sequências do diretor e ressignificam o clima noir que tem o original Atômica – A cidade Mais Fria.

O que não é tão bom? Algo que foi muito comentado por quem assistiu, foi que a trama é de difícil compreensão. Isso talvez se deva ao início que apresenta os personagens coadjuvantes de maneira muito rápida, como indicado na crítica aqui do blog. Mas, no geral, o filme não é uma trama de espionagem absurda e confusa. Na minha visão, o que não é tão bom é exatamente a história que chega a ser um pouco simplista em alguns momentos, para as cenas de luta tão bem conduzidas por Leitch poderem fazer completo sentido.

2ª Posição: O Formidável (FRA) – Dir: Michel Hazanavicius



Por que é bom? O Formidável traz uma ótima visão do renomado diretor de cinema Jean-Luc Godard, e, ao mesmo tempo faz referência a Nouvelle Vague (estilo muito disseminado pelo diretor retratado) de forma orgânica e satírica. Michel Hazanivicius, diretor ganhador do Oscar por O Artista, mostra toda sua destreza ao fazer uma comédia biográfica, ao mesmo tempo que homenageia e tira sarro do diretor de Acossado. E ainda tem momentos de metalinguagem muito bem inseridos no filme, tornando-o impecável.

O que não é tão bom? Bem, como dito aí em cima, considerei o filme impecável. E chega a ter até mais valor cinematográfico do que o próprio filme tão premiado pela academia em 2012. Talvez o que possa ser interpretado mais a fundo pelo tom de paspalho de Louis Garrel, é que o filme, por fim, não é sobre Godard, e sim, sobre a visão do diretor e da biografia em que foi inspirado sobre a imagem do diretor. E aí alguns fãs mais fervorosos do diretor podem torcer o nariz.

1ª Posição: Mãe! (EUA) – Dir: Darren Aronfosky

Por que é bom? Mãe! na opinião de quem vos escreve, é o melhor filme do século. Porque além de seus dois temas óbvios na trama, consegue fazer com que cada pessoa que o assista, tenha uma interpretação muito pessoal do que se passa dentro deste enredo. Todos que assistem o filme de peito aberto, não esperando mais um terror barato caça-níquel hollywoodiano, compreende a película a sua maneira e não consegue parar de pensar no filme por dias, ou talvez por semanas, como foi o meu caso. A forma original com que é contada essa famosa história, também é de uma genialidade única por parte do diretor Darren Aronofsky, que ainda mostra um amadurecimento completo de seu cinema. Pega elementos de todos os seus filmes anteriores e os aplica aqui, ou os transforma de um jeito perfeito. Mãe! é um filme que teve ser visto (e ao menos duas vezes) por todos, refletido e conversado. Diante de um cinema tão saturado e de anos seguidos com filmes tão medíocres (tem três filmes de super-herói aqui na minha lista e nenhum deles se comparam a obras maravilhosas do gênero como os Batman de Christopher Nolan, ou a Watchmen, por exemplo), que apostam quase sempre no mais do mesmo e visando o lucro absoluto em detrimento a qualquer tipo de arte, Aronfosky nos apresenta aqui ao sublime, ao medo, a questionamentos inquietantes num filme absurdamente complexo e que consegue dar uma incrível compreensão a quem assiste, mas sem duvidar da inteligência do público médio. O único requisito para tirar um significado desta magnífica obra, é prestar atenção. Deixo aqui também um lembrete as ótimas atuações de todos, com destaque a Michelle Pfeiffer, Javier Bardem e a melhor atuação da vida de Jeniffer Lawrence, que se entregou de corpo e alma para ser a protagonista absoluta dessa maravilha que por falta de compreensão ainda chamamos de filme. 

O que não é tão bom? Há quem diga que um grande problema do filme é que após você entender do que ele trata, o diretor não tenta te despistar da obviedade em nenhum momento. Diferente do que acontece, por exemplo, em Fonte da Vida, que em todo momento o espectador deve ficar com as ‘antenas ligadas’ pra não perder nenhum detalhe do filme, mesmo depois que o soluciona. Neste sentido, Mãe! vai mais para a vertente de Cisne Negro, sem muita complexidade depois da surpresa, mas com uma história impactante do começo ao fim.

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Lembrando que, claro, eu não assisti a todos os filmes que lançaram esse ano. Então, se faltou algum na lista, deixa de recomendação aí embaixo!

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