Crítica: Fear The Walking Dead – 3ª Temporada (2017, Adam Bernstein, Alex Aschinger e outros)

Fear The Walking Dead vinha sofrendo muitas críticas
devido as temporadas passadas, personagens que pareciam pouco a vontade, ritmo
lento e uma certa dificuldade de aceitar o que estava acontecendo. Entretanto a
terceira temporada finalmente engatou na história e encho a boca para dizer que
a 3ª temporada está muito superior as anteriores, diga-se de passagem, se você estava
desanimado, insista, vale a pena. 


Lembrando que a série ainda não acabou, entrou num hiato,
a temporada retorna ainda esse ano. Se ainda não viu tudo, cuidado, há alguns spoilers!

Começo citando a mudança gritante na atuação e na carga dramática que, agora, os atores começam a manifestar. Talvez os acontecimentos da temporada anterior juntamente com o arco deste ano, tenham sido essenciais para o desenvolvimento dos mesmos. Se antes víamos a liderança dividida entre Madison (Kin Dickens), Trevis (Cliff Curtis) e Victor Strande (Colman Domingo), cada qual com o seu ponto de vista e moralidade que, por diversas vezes divergiam, esse ano a liderança é completamente dada a Madison. 


Travis era um personagem um tanto antipático e parecia não querer largar mão do mundo anterior ao apocalipse, entretanto, a perda do filho e o surto que resultou em morte pela suas próprias mãos, ele se mostra diferente. Esqueça tudo que você achava que conhecia nele, agora ele está apático, frio, como se pela primeira vez ele realmente enxergasse o mundo como ele é. Agora ele percebe que precisa se proteger e proteger quem ele ama de qualquer forma, sendo por bem ou por mal. 




Outra personagem que se destaca esse ano é Alicia (Alycia Debnam-Carey),apesar de nos primeiros episódios ela se portar um tanto chata e birrenta, talvez pela constante preocupação de Madison com Nick (Frank Dillane), era como se sua personagem estivesse para servir de plano de fundo, porém, sua evolução na história e como personagem tem sido notável. A relação dela com Madison é uma das melhores na minha opinião, as duas atuando são como um ímã, se atraem da melhor forma possível. Não parece se tratar de mãe e filha mais, agora elas são equivalentes. Claro que Madison ainda é quem toma as decisões e está disposta a fazer qualquer coisa para proteger quem ama, sendo uma das personagens mais fortes vistos até aqui, mas Alicia não deixa a desejar. Sua maturidade já é vista na temporada anterior, conseguindo com tranquilidade e leveza começar a entender as diferenças do mundo atual. É como se nada a chocasse mais. O que nos deixa a brecha para falar sobre Nick. 



Nick continua sendo um personagem enigmático no meu ponto de vista. Apesar dele sempre ser o elo de ligação entre os núcleos, e continuar com uma atuação coerente, seu personagem parece estacionado, mesmo com o envolvimento amoroso com Luciana (Danay Garcia), Nick parece a mesma pessoa em todas as temporadas. Claro que agora ele possui uma certa eloquência e perspectiva que antes eram anuviadas devido ao seu vício. Entretanto, aquele personagem forte e carismático que todos acharam que estava por vir, ainda continua em conflito entre fazer o que quer ou seguir os planos da família, sempre questionando as opiniões e sendo antissocial. Porém ainda vejo uma luz no fim do túnel para ele. 



Alguns personagens que achamos que não veríamos mais, voltaram, trabalhando em outro núcleo, mostrando como a sociedade de certa forma tenta sobreviver como se tudo estivesse normal. As cenas da represa são uma entre tantas outras situações já mostradas onde, quem é “esperto”, toma partido e se sobrepõe ao outro, claro que tudo na base da ameaça e do medo. Onde um manda e os outros são subjugados a sua vontade. Colocando sempre as emoções em um patamar muito superior ao que vivemos, Fear The Walking Dead volta a tocar em um assunto quase esquecido, a luta entre índios e americanos. O vilão da vez, que muitos acharam que seria Troy (Daniel Sharman), na verdade se mostrou nos últimos episódios, aparentemente o local onde todos moram é terreno indígena, briga antiga, que agora ganha novos parâmetros graças ao fim do mundo. 


Com cenas mais sangrentas e elaboradas, a tensão é nítida e muito bem desenvolvida. Ponto positivo! Espero que a série continue nesse ritmo e nessa melhora constante dos personagens, que pela primeira vez, foi sentida com certeza. Acredito que tem muita história pela frente, então, se você não viu, dê uma chance. Apesar de muita gente achar ruim a falta de envolvimento dos zumbis, afinal estamos falando de um pós-apocalíptico, temos que lembrar que essa é uma série de drama, então nem sempre o foco vai estar neles, os zumbis são apenas um pano de fundo para a luta constante que é a sobrevivência. 


Direção: Adam Bernstein, Alex Aschinger e outros

Elenco: Alycia Debnam-Carey, Cliff Curtis, Colman Domingo, Danay Garcia, Daniel Sharman, Dayton Callie, Frank Dillane, Kim Dickens, Rubén Blades, Sam Underwood.

Sinopse: As famílias Clark e Otto conseguiram uma trégua desconfortável com a Nação, já que eles precisam encontrar uma maneira de sobreviver juntos. A tensão aumenta no Broke Jaw Ranch à medida que sua milícia é dizimada, os recursos se tornam escassos e os Mortos invadem. A represa Gonzalez, que é uma fonte de vida, é o maior prêmio rumo ao sul. Strand atingiu o fundo do poço e precisa de um parceiro para explorar a única moeda do mundo, se um dia ressuscitar. Enquanto isso, Daniel tornou-se novamente el soldado e passa o seu tempo a serviço de Lola e da barragem, mas ainda não deixou para trás o fantasma de Ofelia.

Trailer:



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