A Equipe do Blog Comenta: Os Defensores – 1ª Temporada





Os Defensores é a mais nova série da parceria Marvel/ABC/Netflix e conta a história da reunião de Matthew Murdock (o demônio de Hell’s Kitchen), Jessica Jones, Luke Cage e Danny Rand (Punho de Ferro). A reunião deles tem como propósito salvar a cidade de Nova York do Tentáculo, a misteriosa organização criminosa que vem agindo nos bastidores da cidade.



Como já é de praxe, reunimos a equipe do blog para dar uma breve opinião pessoal para o resultado final destes oito episódios. 


*Rodrigo Zanateli

A primeira coisa a se dizer sobre Os Defensores é a fotografia: muito mal executada, com planos que não ajudam a contar a história. Sinceramente, uma das coisas mais tecnicamente pavorosas que eu já vi. E quando eu afirmo isso, devo deixar claro que é óbvio que existem fotografias piores como exemplo. Só que Matthew J. Lloyd, nesse trabalho, parece que não conhece nenhum fundamento das técnicas que ele tá usando, e só usa porque pensa que vai ficar bonito. As sequências não conversam entre si e a gratuidade com que ele mistura plongée com plano holandês não pode ser cometido nem por nenhum diretor de fotografia profissional do mundo. Outro aspecto técnico muito ruim, é a montagem: com lutas confusas e mais uma vez sendo feitas no escuro pra esconder, além da dificuldade em montar uma cena de ação, o despreparo cada vez mais descarado dos atores (quem diria que a história que nos ofereceu aquele plano-sequência da primeira temporada de Demolidor, chegaria aqui com cenas de ação de não dar inveja nem nos piores filmes do gênero?). A ideia de explicitar uma cor para cada herói até funcionou em algumas cenas, principalmente da porta vermelha no interrogatório de Jessica Jones que eu achei extremamente bem executada. Mas no geral, achei um trabalho feito de maneira pouco orgânica e que foi cansando no decorrer dos episódios. 

Falando um pouco da narrativa, achei acertado diminuir o número de episódios da série em relação com as anteriores. Tornou uma história um pouco mais dinâmica e fugiu dos ‘blá blá blás’ que cansam desde a primeira temporada de Demolidor, mas deixou os personagens coadjuvantes muito sem função na série, e, apesar da primeira junção dos quatro defensores ter me feito levantar da cadeira. As outras dinâmicas funcionam muito melhor quando o personagem Danny Rand não está nela. O tentáculo perde muito da sua força, principalmente transformando a Madame Gao de uma vilãzona badass para uma velhinha quase indefesa, que mal sabe usar seus poderes na luta contra os super-heróis que ela enfrenta. 

Mas, apesar dos defeitos, a série diverte na maior parte do seu tempo, e, sinceramente, imagino que o público alvo lá da estreia no começo de 2015 não seja o mesmo de agora, onde a Netflix tenta deixar a série mais palatável a audiências mais despreocupadas.

Nota 5,5

*Natália Vieira


De
boas intenções a Netflix está cheia! E Os Defensores é mais uma
para a lista de séries que empolgam no começo, mas perde as rédeas
com o passar dos episódios. A sensação que passa, é que,
juntaram quatro séries em uma e não conseguiram dar liga nisso.
Podíamos ver nitidamente quando as cenas se passavam em Hell’s
Kitchen ou no Harley, mas, ao juntar tudo isso, faltou algo para se
tornar tudo aquilo que os fãs esperavam, como se o quebra-cabeça
não encaixasse direito. Com apenas oito episódios, a interação
deles ficou um pouco acelerada, diferente dos seus precursores, que
tiveram mais episódios e talvez, tivessem que ter tido menos para
não ficar tão arrastado, como
em
Luke Cage. Apesar do roteiro ser mais direto, a apresentação de
les
no primeiro episódio é tudo aquilo que já sabíamos, e apesar dos
poucos episódios, os temas se tornam repetitivos como em Punho de
Ferro
, que diga-se de passagem, é o menos simpático ao público,
talvez pela própria atuação do ator, talvez pelo texto. Nunca
saberemos.

Apesar dos quatro personagens terem personalidades distintas e
conflitantes, a interatividade do grupo é muito bem-vinda e até
cômica, cada um a seu jeito se ajusta ao outro e criam um laço. O
vilão ser alguém conhecido do Demolidor, talvez seja o mais
conflitante até aqui, se ele não a conhecesse, as escolhas dele
seriam diferentes? Concluindo, muita trama para poucos episódios,
faltou força para Os Defensores. Faltou um vilão de peso, uma
história de peso, algo que realmente elevasse a série, e o lado
místico não é tanto o problema, mas como ele é abordado. Em
Jessica Jones vimos abuso psicológico, em Luke Cage o racismo, em
Demolidor a ambiguidade da justiça quando o sistema falha, mas o
realismo desta aqui é o que deixou a desejar.
Nota:
6,5


* José Alves

Em uma série de 8 episódios que tem como premissa a junção dos quatro heróis para o enfrentamento de um inimigo em comum, o aguardado encontro demora mais do que deveria, acontecendo somente no final do terceiro episódio, mostrando ao invés, em seu início, de forma bastante lenta, momentos individuais deles – especificamente Luke Cage e Jessica Jones – à caminho de conhecer o antagonista em comum. A dinâmica existente entre os heróis funciona muito bem, propiciando cenas bem cômicas e divertidas, em especial pelos comentários sarcásticos e apimentados de Jessica Jones. No entanto, nas cenas de combate e uso das peculiaridades de cada um em prol do grupo, a série fica devendo um pouco. Os combates, por vezes, acontecem de maneira bastante plástica – em especial quando o Punho de Ferro está envolvido, já que ele é o personagem cujas habilidades marciais demandam maiores acrobacias -, evidenciando coreografias ensaiadas e movimentos repetitivos. A não exploração dos aspectos particulares de cada um, em combate e fora dele, fizeram com que eles acabassem se tornando um grupo mais genérico em alguns momentos. Afinal, quando vemos Matt Murdock assumindo o papel de investigador quando a Jessica Jones está presente, o roteiro perde a oportunidade de dar uma sustância maior a noção de unidade do grupo, já que cada um deles teria ali um papel fundamental a desempenhar por suas expertises individuais. Finn Jones continua devendo como Punho de Ferro, visto que apesar de seu personagem ter ganho um material melhor escrito do que o de sua série solo, ainda não é convincente o bastante, coisa que às vezes destoa-se ainda mais quando contracenando com o grupo. 


Algo bastante incômodo a ser notado, principalmente para quem viu Demolidor e Punho de Ferro, é a dimensão do tamanho do Tentáculo em Defensores, que parece ter sido reduzido de uma baita organização criminosa à um grupo de condomínio, tamanha a facilidade que tiveram em derrotá-los. A trilha sonora, em geral, acerta, pecando assustadoramente no ápice do confronto contra os membros do Tentáculo no último episódio, dentro da caverna, onde de repente a cena é tomada por um hip-hop alto, que apesar de querer mostrar alguma ligação com Punho de Ferro e sua música de treino, acaba tendo uma discrepância muito grande com o momento em específico. Defensores é uma série mediana, que possuía um grande potencial, mas acabou com alguns pormenores que incomodam, principalmente a quem acompanhou as peripécias solos dos heróis em seus programas individuais. 

Nota: 7,5


*Fagner Ferreira

A grande expectativa que foi criada em cima de Defensores, gerou aquela realidade que estamos acostumados a ver em nosso cotidiano. A propaganda intensa culminou em mais um trabalho bastante escasso, mesmo tendo apenas oito capítulos, com apresentações de personagens rasas, fotografias questionáveis, direção muito a desejar e um roteiro com problemas. Salve Demolidor/Matthew Murdock (Charlie Cox) que foi o ápice de atuação da série. A desenvoltura do personagem em ser mais investigativo e, tomar as rédias da situação, mesmo tendo a ciência da antagonista, só aumentou o brilhantismo do ator, mesmo com um ar menos “negro”, já que a série o propôs assim todo o enredo. 

Finn Jones (Punho de Ferro) ainda segue com a antipatia do público. O roteiro até tentou ajudar sua história, ter mais destaque dentre os quatro heróis, porém o problema de sua série solo, ainda deixa em cheque o porque Finn foi escolhido para tal papel. Luke Cage (Mike Colter) e Jéssica Jones (Kristen Ritter) foram bem regulares, com boas tiradas cômicas, cenas bem desenvolvidas  e claro, trazer todo encontro “teen” dos dois. Jessica Jones, inclusive, conseguiu trabalhar bem toda sua personalidade, coisa que quase não vimos na sua série própria. Vale mencionar também o grande papel, e importante para a trama, de Stick (Scott Glenn). Ele foi um dos pilares para toda a trama ocorrer, suas decisões foram de mera importância para Os Defensores.

No todo, Defensores não conseguiu aquilo que prometia. O roteiro era precisamente ser direto em todas as situações, mas com muitos buracos expostos em toda correria que foi passada. A péssima escolha de fazer capturas em movimento, prejudicou bastante o telespectador se manter focado na história, deixando confuso. Nota-se também muitos erros de continuidade e o escancarado uso de dublês. Conseguiram errar ao “reduzir” o grande Tentáculo, deixou de ser uma grande organização e se mostrou um grupinho de amigos e colegas de ensino médio. Resta esperar o que teremos para continuidade das séries de cada herói, principalmente Demolidor e Jessica Jones.

Nota: 6,5


* Léo Costa

A mais nova série da união MarvelNetflix traz o melhor e o pior de ambas as casas. Com apenas 8 episódios, a trama corre demais, deixando lacunas e um “ar” de que faltou algo. Tal pressa ocasiona em um roteiro comum, não necessariamente ruim, pois é parecido com os das séries solo até aqui, mas comum demais, faltando assim surpresas ou melhor desenvolvimento de personagens, especialmente da vilã principal. Sigourney Weaver está bem no papel, mas foi mau utilizada. Charlie Cox como Demolidor e Mike Colter como Luke Cage continuam sendo os melhores heróis da trama, mais interessantes, humanos e bem atuados. Finn Jones se esforça como Punho de Ferro, mas o personagem ainda parece meio bobo. Krysten Ritter sempre está bem como Jessica Jones, mas aqui ela foi mais apagada do que na sua série solo.


A ação da obra deixa uma dualidade: se o ritmo é acelerado, temos mortes e plot twists chocantes (ou tentaram ser) e os golpes são mais bem coreografados, outrora, a série é um pouco mau filmada. Não se destacam ou utilizam corretamente os cenários e as lutas, diminuindo assim a tensão e senso de urgência das mesmas. O último episódio começa bem, mas pelo seu final, peca por um romance piegas, deixando uma noção de que “poderia ser melhor”. Mas ao todo, a obra cumpre seu propósito de entreter, ainda tem uma carga humana forte, discutindo as consequências na vida das pessoas pertencentes a cidade de New York. E mesmo que mau filmada na ação, a câmera trêmula e propositalmente “amadora” nas cenas urbanas, tem como função dar um ar de street movie, como se fosse um documentário sobre a cidade, transformando New York em um personagem secundário e expectador do que acontece (como se a cidade fosse nós, assistindo a trama). Destaque também para a abertura, com trilha sonora e arte que remete a algo grandioso e heroico. Sem falar no interessante jogo de luz e cores. Ora, cada um dos heróis tem uma cor (Demolidor é vermelho, Luke Cage é amarelo) e de acordo com os personagens em cena, há uma iluminação e direção de arte conforme a cor dos personagens. Quando há dois ou todos os quatro heróis na mesma cena, como a do restaurante, há um cuidadoso trabalho para todos terem suas cores representadas nas lâmpadas, reflexo no rosto, etc. Detalhes como este mostram um cuidado e carinho com os personagens, melhorando a série. E tem-se que admitir que após acompanhar eles separadamente, é muito bacana ver todos juntos finalmente, trocando tiradas cômicas ou lutando lado a lado, protegendo a cidade que tanto amam e fazendo jus ao nome do seriado. Podem não ser heróis grandiosos, mas defendem aquilo que é necessário.



Nota: 8,0




Média da equipe: 6,8


E vocês, leitores, achou justa a nossa nota? Conta aí embaixo o que achou da série.

1 thoughts on “A Equipe do Blog Comenta: Os Defensores – 1ª Temporada”

  1. Do lado dos heróis, a química existe, mesmo que os diálogos entre os quatro sejam quase sempre previsíveis. Jessica Jones é meu personagem favorito, amei ver no elenco da série a Rachael Taylor é uma atriz preciosa que geralmente triunfa nos seus filmes. Recém a vi em Ouro e Cobiça, um filmes de drama maravilhoso, sendo sincera eu acho que a sua atuação é extraordinária, em minha opinião é a atriz mais completa da sua geração, mas infelizmente não é reconhecida como se deve.

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