Crítica: Beleza Oculta (2016, de David Frankel)




Beleza Oculta é o mais novo longa estrelado por astros como Will Smith, Edward Norton, Naomie Harris, Kate Winslet, Michael Peña e Keira Knightley. Dirigido por David Frankel (O Diabo Veste Prada), o drama é a prova de que com o elenco certo e um roteiro bem executado, o resultado é um enredo diferente e capaz de envolver o espectador do primeiro ao último minuto. Como diz o ditado, “as aparências enganam”, então venha comigo conhecer mais sobre essa interessante história cujo final vai te surpreender!


Na trama, Howard (Smith) é um publicitário bem-sucedido e que tem tudo do bom e do melhor, até o dia em que sua filha morre. Entrando em depressão profunda, ele passa a escrever cartas. Todavia, por mais estranho que pareça, elas não são para pessoas e sim para coisas, tais como o amor, o tempo e a morte – algo que preocupa seus amigos. Mas o que parecia impossível, se torna realidade quando essas três partes do universo decidem responder. Morte (Helen Mirren), tempo (Jacob Latimore) e amor (Keira Knightley) tentarão ensinar o valor da vida para o protagonista, querendo ele ou não. Bom, pra começar, logo que o trailer é conferido, você cria uma expectativa em cima da obra. No entanto, ao assisti-lo de fato, acaba se deparando com algo um tanto diferente do proposto.

Em outras palavras, é um tema cuja mensagem transmitida é mais bela do que se pensa. E para isso, o diretor David Frankel – que já comandou sucessos como Marley e Eu – escalou um elenco reforçado para interpretar seus papéis. A começar pelo incrível Will Smith, que faz de tudo, desde ficção, ação e até humor, sempre impressionando com seu carisma. O tempo inteiro notamos como seu personagem é alguém que já não vê mais sentido em viver, afinal, o laço que criara com a filha era indescritível e após a tragédia, o nome dela sequer sai mais de sua boca.

Entretanto, com o passar do tempo, segundo ele, as coisas ficam ainda mais estranhas, pois ao receber as três visitas inesperadas dos destinatários de suas cartas, o mesmo diz para Madeleine Inlet, responsável por um grupo de apoio à dor do luto, que pode estar passando por chamadas alucinações do luto, pois não acredita que quem conversou com ele sejam pessoas de verdade. Madeleine aqui foi incorporada pela talentosa Naomie Harris (mulher que merece destaque pelo vencedor do Oscar de melhor filme, Moonlight – Sob a Luz do Luar, mas principalmente por conta de suas transformações visuais). Já a linda Kate Winslet de Titanic está perfeita ao viver Claire Wilson, bem como o plausível Edward Norton, cujo personagem é de extrema importância, visto que na real tudo começa por conta de Whit Yardsham. Ele é basicamente a raiz de tudo o que está acontecendo ali.

Temos ainda o cômico Michael Peña, com um Simon Scott que fica devendo um pouco, embora esteja na média, a diva Keira Knightley entregando uma segura Amy Moore (difícil não gostar de algum papel seu no cinema), a brilhante Helen Mirren, que sem dúvidas arrasou dando vida a uma Brigitte determinada, a sagaz atuação de Ann Dowd como Sally Price e a breve participação da atriz mirim Kylie Rogers como a filha de Whit Yardsham, Allison. Sobretudo, é interessante ver como o elenco todo manda muito bem, com cada um realizando um trabalho convincente em tela. Outro ponto forte é o modo que o roteiro desenvolve as relações entre os figurantes. A conexão entre eles ao longo de pouco mais de 1 hora e meia de duração foi bem construída, trazendo justamente o que mencionei no começo da crítica, um imprevisto ao telespectador, que depois ficará se perguntando: “nossa, por que eu não tinha percebido isso antes?”. Sendo assim, fique atento aos detalhes, se não quando menos esperar, terá caído na peça que o enredo pregou.

Aliás, a trilha sonora composta por Theodore Shapiro (A Vida Secreta de Walter Mitty) não deixa de ter seu dote. Com faixas que remetem inteiramente aquele cenário onde branco e azul predominam, contamos com músicas que fazem com que sintamos o que os intérpretes sentem no decorrer dos eventos. E não poderia deixar de citar as metáforas usadas por parte dos atores – em particular em um momento onde Raffi Inlet, o tempo, que é vivido por Jacob Latimore, contracena com Howard no escritório e se refere ao efeito dominó – que alguns cinéfilos podem entender, porém outros não. Agora, o que realmente importou é o quão delicado e sensível ele foi. Claro que a película não tem como objetivo mudar horizontes, mas sim trazer uma ideia deveras simples à tona. Por conseguinte, colocar, literalmente, sentimentos em uma história, fazendo tudo com o maior cuidado, sem deixar pontas soltas e nem encher linguiça com elementos confusos ou forçados.

Em síntese, Beleza Oculta é um ótimo filme! Apesar de ter faltado alguma coisa que o teria tornado excelente em todos os sentidos, o que é possível dizer é que se a intenção dos produtores foi pegar a plateia desprevenida, então conseguiram. Há tanto o que ainda poderia ser mencionado nesta matéria, mas aí iria estragar a comovente surpresa que o cineasta prestigia ao público no desfecho. Portanto, fica a minha dica para o seu fim de semana, caro leitor! Como o próprio slogan informa: todos estamos conectados.


Título Original: Collateral Beauty

Direção: David Frankel

Elenco: Will Smith, Edward Norton, Helen Mirren, Michael Peña, Keira Knightley, Naomie Harris, Jacob Latimore, Kylie Rogers, Ann Dowd, Carlos Clemenz, Enrique Murciano, Jesse Ray Sheps, Justin McGriff, Liz Colón-Zayas, Natalie Gold, Shirley Rumierk.

Sinopse: Quando um publicitário bem-sucedido (Will Smith) de Nova York sofre uma tragédia pessoal intensa e se isola de tudo, seus amigos elaboram um plano drástico para o tocar antes que ele perca tudo. O levando a seu limite, eles o forçam a enfrentar a verdade de formas surpreendentes e profundamente humanas.

Trailer:




E você, já assistiu o filme? Gostou? Deixe seu joinha e fico grato por ter lido!

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