Florence Quem é Essa Mulher? (2016, de Stephen Frears) – Faça o que ama, independente do que seja!


Quando penso na polêmica frase de Trump acerca de Meryl Streep, fico me perguntando se ela não seria, de fato, uma atriz supervalorizada. Acaba me vindo em mente: ‘não é possível que essa mulher seja isso tudo!’. Mas até então, em todos os trabalhos que vi, sempre pude perceber performances fantásticas e de extremo talento. Neste ano, novamente Meryl figura entre as indicadas ao Oscar de Melhor Atriz. Ela, que já ganhou três prêmios Oscar, tendo sido indicada somente 20 vezes (batendo seu próprio recorde de indicações), e ainda faturado nada mais que oito Globos de Ouro e indicada 22 vezes para esse prêmio, vem com seu mais novo trabalho Florence: Quem é Essa Mulher?, para mostrar que Mrs. Trump pode estar (mais uma vez) redondamente enganado. Vem comigo, conferir a crítica deste filme com essa atriz maravilhosa que humildemente me atrevo a escrever sobre!

Florence é uma cantora de meia idade herdeira de uma boa fortuna e dessa forma é uma mulher muito rica, que possui uma intensa paixão: cantar. Porém, o que podemos dizer é que ela não leva muito jeito pra coisa. Baseado na história real da ‘pior cantora de ópera de todos os tempos’, este filme vem mostrar que mesmo se você não for bom em algo, faça-o com amor e entrega. É claro, para Florence, até certo momento a coisa era muito fácil, já que ela realmente acreditava que era uma exímia cantora: seu marido, St. Clair Bayfield (interpretado, pelo já mais velho mas ainda super charmoso, Hugh Grant), lhe protegia dos comentários negativos e armava tudo para que os concertos de Florence fossem bem privativos e somente com pessoas escolhidas a dedo (velhinhas surdas estavam no topo da lista!).

O filme foi ganhador até então de dois importantes prêmios: no Critics Choice Awards levou a estatueta de Melhor Atriz em Comédia e no BAFTA levou o prêmio de Melhor Maquiagem e Cabelo e também, não é para menos: Meryl Streep está radiante e nos entrega uma personagem cativante que, apesar de nos arrancar várias e várias gargalhadas, nos deixa também compadecidos em vários momentos em que situações íntimas e tristes da personagem são reveladas.

Uma boa surpresa é ainda a participação de Simon Helberg (nosso amado nerd Howard Wolowitz, na série The Big Bang Theory) como o pianista que passa a acompanhar a trajetória da cantora quando a mesma está prestes a se apresentar no Carnegie Hall, que é o ponto alto de todo o filme. Ele, assim como todos, como eu, você e qualquer um que assistir o filme ou souber da história de Florence, sabe que ela não canta bem, porém decide manter o combinado até o fim pois realmente compreende o desejo de St. Clair Bayfileld e percebe que Florence é realmente apaixonada pelo que faz.

Este não é o melhor filme que você verá na lista de indicados ao Oscar. Fato. Meryl Streep realmente arrebenta com sua atuação (é sabido que ela canta, e muito, vide Mamma Mia!, mas aqui, ficamos boquiabertos em vê-la usando o talento de forma inversa), mas o filme em si e as demais atuações não parecem acompanhá-la (há uma versão contemporânea francesa deste filme, Marguerite do diretor Xavier Giannoli, que em termos artísticos, possui melhor desempenho). Também, se você já conferiu as outras indicações ou se não conferiu mas já sabe como funciona a indústria do Oscar, vai saber que Meryl não levará este prêmio. Mas então vem a pergunta: por que, diabos, você deve assisti-lo? Minha resposta é: você realmente deve se permitir a rir com vontade e ao mesmo tempo ter compaixão por uma personagem e uma história tão cativantes. Se ainda não conferiu este filme, te convido a assistir para saber do motivo de Meryl ter recebido sua vigésima indicação, e perceber que ela não só possui talento mas que ainda consegue inovar depois de tantos e tantos papeis já feitos.

‘As pessoas podem dizer que não sei cantar, mas ninguém pode dizer que eu não cantei.’


 Florence Foster Jenkins


Título Original: Florence Foster Jenkins

Direção: Stephen Frears

Elenco: Meryl Streep, Hugh Grant, Simon Helberg, Rebecca Ferguson.

Sinopse: Florence Foster Jenkins (Meryl Streep) é uma rica herdeira que persegue obsessivamente uma carreira de cantora de ópera. Aos seus ouvidos, sua voz é linda, mas para todos os outros é absurdamente horrível. O ator St. Clair Bayfield (Hugh Grant), seu companheiro, tenta protegê-la de todas as formas da dura verdade, mas um concerto público coloca toda a farsa em risco.

Trailer




Bônus: 



Confira o ‘talento musical’ da verdadeira Florence Foster Jenkins:



E aí, gostou da performance de Meryl Streep? Gargalhou à vontade com esse filme? Deixe aqui seus comentários:

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