Especial: Mesa Redonda The Hollywood Reporter – Diretores (Denzel Washington, Mel Gibson, Oliver Stone, Barry Jenkins, Damien Chazelle, Mira Nair)



No mês de dezembro, o The Hollywood Reporter lançou a sua mesa redonda anual de diretores da qual participaram alguns dos nomes que foram indicados ao Critc Awards, ao Globo de Ouro e ao Oscar. Na entrevista eles falam sobre seus últimos projetos, suas entradas no mundo cinematográfico, suas maiores dificuldades como cineastas entre outras coisas. As perguntas foram feitas pelos dois editores executivos do The Hollywood Reporter, Stephen Galloway e Matthew Belloni.

Confira parte da entrevista transcrita abaixo. 



Stephen Galloway: Onde e quando foi o primeiro momento que se apaixonaram por um filme? 

Mira Nair: O primeiro momento foi embaixo de um mosqueteiro, no Oeste da Índia, onde eu nasci e cresci. Tínhamos tipo um “avô adotivo” que filmava tigres de bengala. Ele vinha embaixo do mosquiteiro, era um velho amigo de nossa família, e contava a história de quando ele filmava esses tigres quando tinha 25 anos. Ele nos levou ao único cinema que tinha nessa cidadezinha, víamos ao único filme que passava todo domingo de manhã, que era Doutor Jivago. Então o contraste de ser transportado para uma história contada na Sibéria de Omar Sharif e o calor da Índia tropical era palpável e memorável e me fez querer contar histórias.

Stephen Galloway: Com que frequência você via Doutor Jivago?

Mira Nair: Muita frequência. Às vezes sem som (risos)

Stephen Galloway: E quanto a você Denzel?

Cena de O Monstro da Lágoa Negra


Denzel Washington: A mesma história (risos). Só que era O Monstro da Lágoa Negra. Eu cresci frequentando o Boys & Girls Club*, e por alguma razão era o único filme que tinham. Então víamos e revíamos O Monstro da Lágoa Negra.
* espécie de clube que tem programas educacionais e profissionalizantes  

Oliver Stone: Eu morria de medo (risos)

Denzel Washington: Te assustava? (risos)

Oliver Stone: Willian Alland o produziu, ele é famoso por A Ameaça veio do Espaço e coisas do tipo. Era uma era nuclear, quando começou, então todos pensavam em extraterrestres chegando à Terra de alguma forma ou outra e matando a todos nós.

Denzel Washington: Não cresci como sendo um fã de filmes. Meu pai era um pastor, então Os Dez Mandamentos e O Rei dos Reis era o que tinha. Era tudo o que víamos. E íamos à igreja. Eu não ia ao cinema, não era interessado em filmes. Comecei a atuar no teatro, em Nova York, na Universidade Fordham. Éramos esnobes e pensávamos que faríamos 650 dólares na Broadway um dia. Isso era nos anos 70, eu comecei em 75 e me graduei em 77 no teatro. Havia o Taxi Driver, Caminhos Perigosos, Liberdade Condicional, Maratona da Morte — ou qualquer um com um “O” — PacinO, De NirO, Hoffman-o. Em filmes assim eu não via ninguém que se parecesse comigo, então eu não me inspirava em atuar em filmes, mas eu gostava daqueles filmes de Nova York.

Stephen Galloway: Você achava que faria alguma coisa não relacionada a atuar e dirigir?

Denzel Washington: Além de atuar e dirigir? Bem, eu tentei de tudo. Era pre med na faculdade, dizia que seria médico, na ciência política dizia que seria advogado, depois estudei jornalismo. Então na verdade eu estava trabalhando o meu caminho em direção as maiores probabilidades sem perceber. Isso é o que disse aos meus filhos “você não tem que saber aos 17 anos o que farão para o resto da sua vida” – eu tinha 17 quando comecei a faculdade.

Stephen Galloway: Oliver. E você?

Oliver Stone: Minha mãe costumava me pegar na escola para irmos ao cinema. Eram as quartas-feiras que tinham dois pelo preço de um em Nova York. E ela me levou em um filme, era preto e branco, o primeiro que realmente me lembro. Tinham dois amantes no final do filme que estavam apaixonados, no meio do nada, em um carro, faróis acesos, a noite, quando de repente, batem. Fim do filme.

Stephen Galloway: Qual marcou mais você? Qual filme?

Oliver Stone: Eu não lembro do nome.

Stephen Galloway: Barry. E você? A propósito, já que você e o Damien cresceram com televisão, talvez tenham tido uma experiência diferente na descoberta dos filmes.

Barry Jenkins: De uma certa forma, mas eu era meio que como o Denzel. Eu não queria ser um cineasta. Realmente não pensava nisso. Eu via filmes, mas não achava que havia um lugar para mim. Éramos tão pobres que parecia algo de muito além. Acabei entrando na Universidade do Estado da Flórida, que é uma grande escola de futebol. Quando reconstruíram o estádio tiveram que colocar um programa de artes lá, então a escola de filmes era no estádio. Então indo para um jogo de futebol vi um aviso da escola de filmes e pensei “eu gosto de filmes, vou experimentar”. Primeiro semestre foi terrível, era um pouco mais velho do que parecia e ainda estava muito novo nesse negócio de filme. Tinham cineastas muito bons no programa na época, David Robert Michell estava lá. “Eu quero estar aqui mas tenho que dar um jeito”. Então fiquei um ano fora, fiz aula de fotografia, comecei a ler a Sight & Sound* e comecei a assistir. Todos na escola de filmes fazem filmes que são parecidos com os dos cineastas que eles admiram. Queria que minha voz fosse diferente então comecei a assistir somente filmes estrangeiros e escolhia aleatoriamente do mural de filmes estrangeiros. Lembro de encontrar o Tarantino na capa de Amores Expressos – e pensei “por quê o Tarantino está na capa de Amores Expressos?”. Acontece que a empresa dele foi responsável pela distribuição do filme nos Estados Unidos. Eu assistia aquele filme e pensava – nunca estive em Hong Kong, não faço ideia de como é, eu realmente não lia as legendas mas isso era incrível e queria fazer isso! E isso foi o que me pegou.
*

Sight&Sound é uma revista britânica que cobre a indústria cinematográfica 


Matthew Belloni: Damien. Quão abaixo está a linha da música da linha de querer fazer filmes?

Damien Chazelle: Filmes vieram primeiro. Meu pai sempre foi obcecado por música então sempre havia jazz ou blues tocando pela casa. Ele é francês então acho que sua obsessão pela música americana do século XX foi uma das grandes razões que fez com que se mudasse para os Estados Unidos. Os filmes eram algo que estavam passando na TV. O primeiro filme que vi foi Cinderella, eu sentava e assistia várias vezes. Era um daqueles garotos que ficavam aficionados naquela experiência de serem completamente transportados, que começou com os filmes da Disney. Eu lembro que um dos primeiros filmes que vi por alguma razão bem específica foi Tempo de Glória. Eu não sabia que os personagens podiam morrer no final. Eu conhecia algumas daquelas histórias de Shakespeare e sabia que isso era possível, no teatro ou em coisas mais antigas do passado mas por alguma razão nunca me ocorreu que um personagem principal pudesse morrer em um filme. Acho que entreguei o filme [risos]. Um monte de gente morre no final daquele filme, inclusive um monte de gente que você começa a gostar. Assim que você [apontando para Denzel Washington] e Matthew Broderick caem eu ficava dizendo – “se levantem!” – e ficava bravo. Depois acabei vendo esse filme uma centena de vezes. Acho que todo filme que vi naquela época me afetaram. Havia uma conexão emotiva que havia descoberto e não conseguia ver em nenhuma outra forma de arte.

Stephen Galloway: Quanto a você Mel?

Mel Gibson: Olha, eu não ia para a telona ou a sala escura…. eu tinha um monte de irmãos e irmãs e ninguém nos levava ao cinema, então minha experiência de cinema era em casa na telinha preta e branca e um canal. Digeria o que passava como uma hidra, alguma coisa passava e você engolia. Eu deliciava meus pais com imitações, aos 4 anos, com o sotaque de John F. Kennedy. Tudo que via era emulado de alguma forma. Eu ingeria tudo. Estou com o Denzel, sou do mesmo ano, então os anos 70 para os filmes, foram realmente impressionantes. Foi uma época muito frutífera.

Denzel Washington: Alguém aqui nessa sala pensava em ser cineasta quando era criança? 



Damien Chazelle: Eu.

Denzel Washington: – Quantos anos você tinha?

Damien Chazelle:

 Eu não lembro. Era uma época que eu ainda estava tentando entender o que era aquilo. Como o primeiro filme no qual me senti conectado era uma animação, eu desenhava bastante. Eu pensava em ser um Walt Disney, esse era o meu sonho, depois Spielberg e por aí vai. 































Filmagem de Até o Último Homem







































Stephen Galloway:
Houve algum momento em que vocês perderam a vontade de trabalhar com filmes?

Oliver Stone: É um grande trajeto, então você acaba passando por um monte de derrotas, tem bastante contra-tempo para todos. Sempre temos alguns sucessos aqui e ali mas sempre parece que temos mais falhas que sucessos.

Mel Gibson: É como ir numa batalha ou algo do tipo. Você sente que é um general, que tem tropas e às vezes são boas mas às vezes há alguns deles que deixam a desejar. Há muitas frustrações.

Oliver Stone: Você diz sobre ganhar ou perder, mas eu digo que não tem como consertar o exército, ele sempre será diferente. O importante é o processo. O processo é mutável, e você sempre tem que se adaptar e mudar.

Stephen Galloway: Houve algum momento em que houve um “estou deixando os filmes, vou fazer alguma outra coisa” ?

Denzel Washington: eu tive. Na parte dos negócios. Eu tive uma…derrota. Eu pensei comigo – quer saber, estou fora. Não era algo saudável para ser honesto. Não havia planejado ser o diretor de algum roteiro que alguém havia me dado e meio que me forçado a fazê-lo e lembro de ter falado com Phillippe Rousselot, o diretor de fotografia, e ele perguntava onde colocar a câmera. Isso foi bem antes da filmagem, não no primeiro dia de filmagem. Então eu disse “coloca aí na frente, eu não sei também” [risos]. Então estava bastante assustado quando eu dirigi pela primeira vez.

Stephen Galloway: Mais medo de quando você vai atuar?

Denzel Washington: Um tipo diferente de medo, sabe. Porque tem 200 pessoas a sua volta esperando você lhes dizer o que fazer. Atuar, aquele medo é mais no palco. A primeira noite do espetáculo. Eu fiz três shows na Broadway nos últimos 10 anos, não lembro qual foi o último, talvez tenha sido Fences. A primeira noite que os ingressos se esgotam eu nem sei se já me lembro das minhas falas. Dizem que quando você perde esse sentimento você devia parar. Quisera eu perder esse sentimento. [risos] 




Leia nossa crítica sobre Fences.

Matthew Belloni: Mel, qual foi um dos dias mais difíceis para você no set de um dos seus filmes? Seus filmes normalmente tem centenas de figurantes e atores por toda a parte, nos de um exemplo de um dia aterrorizante.

Mel Gibson: Temos cerca de 3000 pessoas no set, temos 9 câmeras, tem bastante coisa para fazer, tem gente para alimentar, tem gente reclamando, todos tem que estar no lugar certo, na hora certa para fazer a filmagem. Logisticamente falando, você precisa de uma equipe muito boa de pessoas a sua volta para lidar com essas coisas. E você precisa de bastante energia. Me lembro que antes de ter esses monitores no qual se pode ver todas as diferentes câmeras eu

tinha que ir numa moto de quatro rodas e dar a volta para ver se todas as câmeras estavam fazendo uma boa filmagem, ou colocar alguma outra lente. Olha, é tão sufocante às vezes, que se você pensar no todo, você vai rastejar de volta para se esconder e não sair mais. Então o que você tem que fazer quando é jogado no meio do oceano. Um oceano de um mar de problemas, e pessoas, problemas de logística, e câmeras, e os produtores. Tem tanta coisa por trás que você tem que ignorar, então se você está no meio do oceano você tem que começar a nadar naquele direção [aponta um lado]. Uma nadada de cada vez e eventualmente você alcança a terra. Você não tem o luxo que costumava ter como antes. Tive que filmar algumas coisas do Até O Último Homem em 59 dias, tive o dobro de tempo em Coração Valente e tinha um maior orçamento e isso foi há 20 anos atrás. Tive 59 dias para fazer três sequências de batalhas maiores com um pesadelo logístico de explosões, coadjuvantes, soldados e dublês e tudo mais. É como tentar colocar 5 kilos de merda num saco de 2. 




Leia nossa crítica sobre Até O Último Homem



Stephen Galloway: Alguns de vocês já tiveram alguém da equipe que se rebelou ou questionou?

Mira Nair: Já. Eu estava filmando O Fundamentalista Relutante, um thriller político situado em Lahore. Haviam dois atores na mesa conversando, boa parte do filme era assim então relíamos e fazíamos bastante ensaio mas no dia de filmar o ator se recusou a dizer suas falas. A forma como foram discutidas e escritas. Tive que parar e retrabalhar para que pudéssemos continuar. 

Matthew Belloni: Oliver, como você lida com esses atores displicentes?

Oliver Stone – Vocês estão falando na parte de direção. Eu estou envolvido no roteiro, no co-roteiro e na direção, e muito envolvido na edição. Snowden levou 2 anos e meio, uma das coisas mais difíceis que já fiz porque foi necessária muita pesquisa. E é a pesquisa que te mata. Porque você tem que ser responsável pela vida de uma pessoa que fez algo muito importante. E você quer contar a forma que ela vê porque tudo que está além já é nova informação. Havia um tremendo senso de responsabilidade carregar isso até sua conclusão – é desagradável no set porque as pessoas discordam tanto. Eles não querem dizer uma fala dessa maneira ou daquela, fazem da sua vida um inferno às vezes. Mas quando chega na edição, você repete esse processo várias vezes. E depois você é julgado por todos, e questionado por todos no fim do dia. Acho que quando Kubrick disse aquela famosa fala “leva anos para fazer um filme e duas horas para escrever sobre ele”, ele estava realmente desabafando sua frustração nas pessoas que podiam sentar lá e pensar que viam tudo em duas horas. Não é possível. O processo de edição é o mais questionador da Terra. Você tem que percorrer o roteiro todo de novo, e frequentemente reescrever na sala de edição. Você está exausto quando sai.

Stephen Galloway: Como você confrontou Edward Snowden?

Oliver Stone: Não, não, não. Ele é um jovem muito direto, muito justo, bastante certinho. Um escoteiro. Eu recebi um convite de seu advogado do recursos humanos para encontrá-lo porque ele queria vender seu livro sobre ele, uma ficção, que compramos. É um livro interessante. Mas acabamos contando a história do Snowden. Fiz nove visitas, ultimamente, para Moscou. Ele olhava para o filme e me dava conselhos técnicos muito bons, e às vezes outros conselhos. E ele estava feliz com isso. A NSA está dizendo que é tudo besteira, mas eles terão que viver com isso.




Leia nossa crítica sobre Snowden




Stephen Galloway: Qual foi o pior emprego de vocês?

Denzel Washington: Eu era gari, como Troy. Você tem oito horas de trabalho, mas dá para fazer em 3. Então você pode ir para casa assim que termina. Correio, você tem 3 horas e você o faz em pelo menos 8. Trabalhei nos dois. Eu gostava mais de ser gari. Mas eles não eram trabalhos ruins.

Oliver Stone: Eu fui bastante coisa. Soldado, marinheiro mercante. Mas antes eu tinha sido professor na Ásia. Depois em Nova York, um temporário, fazendo um trabalho novo a cada dia. Esse era difícil. Mensageiro, assistente de produção em várias coisas, incluindo um pornô. Mas era softporn; não era particularmente excitante.

Barry Jenkins: Meu primeiro trabalho foi cortando grama, em Miami. Tinha grama em toda parte. Você só pega o cortador, anda pela vizinhança e corta a grama. Quando eu me mudei para Los Angeles pela primeira vez, fui assistente de diretor, e depois assistente de desenvolvimento. E eu tinha esses despertares repentinos de que estava perdendo tempo – “Oh, eu quero ser um cineasta e este é o meu caminho” – mas eu não estava realmente tentando, sabe. Estava tentando ser um assistente de desenvolvimento. Perceber isso sobre mim fez eu me sentir terrível.

Damien Chazelle: Tive um monte daqueles trabalhos avulsos no inicio, fazer sanduíches no balcão de um delicatessen e coisas do tipo. Trabalhei para um empresa de mudança. Fui pago como músico. Esta é provavelmente a coisa que mais me alimentou na ideia de fazer filmes. E minha versão da história do Barry era conseguir um trabalho como escritor. Era realmente muito, muito chocante escrever sobre o segmento de filmes de horror. Mas eu adorava a ideia, de conseguir pagar uma conta escrevendo.

Mel Gibson: Fiz um monte de coisas entediantes em fábricas e coisas assim. O pior foi fazer janelas pré-fabricadas em alumínio, juntando pequenos pedaços de borracha com martelo. E depois trabalhei em uma fábrica de suco de laranja. Era como Jerry Lewis. Tanques de dez mil litros, bastava tirar a mangueira errada que você inundaria a fábrica inteira.

Stephen Galloway: Damien, seus atores tinham medo do cantar e dançar em La La Land?

Damien Chazelle: Nós todos estávamos nervosos. Se um musical sai dos trilhos, a coisa fica feia. Todos sabíamos disso, mas eles foram capazes de não deixarem seus nervosismos interferirem em seu trabalho, e isso é algo que nunca fui capaz de conseguir.




Leia nossa crítica sobre La La Land.




Stephen Galloway: Um filme deveria ser julgado independente da história do cineasta?

Oliver Stone: Tenho esse problemas desde que comecei. Porque um dos meus primeiros filmes era sobre o Vietnã. Pensavam que eu era um soldado, depois por causa do linguajar grosseiro sobre as mulheres em Salvador eles te identificam, te estereotipam, e permanece dessa forma. Ainda há críticos me atacando 30 anos depois. “Do que eles estão falando?” (risos) Eu não sou Richard Nixon e Jim Morrison; eles são duas pessoas diferentes. Mas eles meio que assumem que eu sou louco ou eu sou Richard Nixon de alguma forma. Você é estereotipado o tempo todo, eu posso garantir isso. (vira para Mel Gibson) O que você acha? Você tem o complexo de Jesus, certo?

Mel Gibson: Há percepções que você não pode alterar, não importa o que faça. Não sei se é injusto, mas só não é correto.

Damien Chazelle: Em um jeito estranho, você acha mais frequentemente nos casos de bons filmes. Se você está sendo lembrado como Nixon ou Jim Morrison, para mim este é o porquê desses filmes serem tão bons.

Oliver Stone: Porque você fica subjetivamente envolvido. Você é aquela pessoa enquanto está fazendo o filme. Mas depois você muda sua persona. Como ator, então ruma para alguma outra coisa.

Mel Gibson: Eu estava ao vivo na televisão certa vez, e Anderson Cooper disse, “As pessoas vaiaram quando os créditos apareceram no início do seu filme.” Então eu disse, “Os créditos não estavam no início do filme” (risos). Ele só fala merda.

Stephen Galloway: Um monte de gente não viu O Nascimento de Uma Nação de Nate Parker pela controvérsia em volta dele. Isso é justo?

Mel Gibson: Não acho que seja justo. Ele foi inocentado de tudo aquilo (julgamento de estupro no qual ele saiu como não culpado). E isso foi anos atrás. Você tem que seguir o sistema lá. Eu acho que ele é inocente de tudo aquilo. O fato dele ter que viver com esse estigma afeta a arte que ele faz, e isso eu acho injusto.

Mira Nair: Acho que sim, a arte deveria ser separada. Mas nesse caso, foi irônico porque que no coração de O Nascimento de Uma Nação estava a natureza de sua ligação com a acusação (um estupro da esposa do personagem principal). Foi isso, eu acho, o que criou ambiguidade e confusão nos olhos da audiência.


O artigo original e a entrevista se encontram aqui.

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