Sabe aquele tipo de filme que você nem demora muito para escolher e, sem muitas expectativas, já coloca para assistir sem dar nada por ele? Hoje eu apresento a vocês, leitores do Minha Visão do Cinema, um desses filmes – costumo apelidá-los de “achados” – que acabam por surpreender (positivamente) quando você menos espera.
Dirigido por Patrick Brice, que também atua no longa, Creep é um suspense/terror no estilo found footage (algo como filmagens perdidas, no Brasil) disponível no catálogo da Netflix sob a categoria “terror”. O filme conta unicamente com dois personagens: Aaron (Patrick Brice), um cinegrafista desempregado e Josef (Mark Duplass), aparentemente um homem que está prestes a morrer de câncer e que deseja filmar algumas memórias para que seu filho – ainda não nascido – conheça um pouco sobre o pai.
Sendo assim, Josef contrata Aaron para acompanhá-lo com a câmera ligada durante um dia, capturando alguns de seus momentos a serem mostrados para a criança. Os dois vão passear por uma floresta, conhecem uma cachoeira, saem para lanchar, tudo isso enquanto o pai deixa mensagens para o filho. Comovente, certo? Mas não é bem por aí. Josef, que de início aparentava ser um homem comum e inofensivo, começa a apresentar sutis mudanças de comportamento, que com o passar do dia chegam a ficar bem assustadoras. Quando Aaron percebe que pode estar em perigo nas mãos de um provável psicopata, será que é já tarde demais?
Além do plot interessante, as atuações – que costumam receber bastantes críticas negativas em filmes found footage – somam outro ponto positivo para o longa. Mark Duplass realmente convence a quem assistir de que Josef é, de fato, um creep (do inglês, estranho/esquisito): a medida em que o comportamento do personagem deixa claro se tratar de um homem mentalmente perturbado e instável, temos a impressão de que a qualquer momento Josef está prestes a “atacar” Aaron, podendo causar certa sensação de desconforto e até agonia durante o filme – quando você sabe que algo vai acontecer e fica naquela expectativa.
Algo que pode ser citado como um ponto negativo é a presença de alguns furos no roteiro, também comuns para o tipo de narrativa. No entanto, na minha opinião, nada que no geral atrapalhe ou descredibilize a trama. Por fim, Creep é uma excelente prova de que um filme nem sempre precisa de um alto orçamento para ser bom. No caso, dois personagens e poucos cenários foram o suficiente. Além disso, é uma ótima pedida para o mês de Halloween e me garantiu alguns jumpscares. Fica aí a dica! 😉
Direção: Patrick Brice
Elenco: Mark Duplass, Patrick Brice
Sinopse: O cinegrafista Aaron (Patrick Brice) aceita uma proposta de trabalho na qual ele teria que filmar Josef (Mark Duplass), um homem com um tumor terminal e que quer guardar algumas lembranças para seu filho não-nascido. Apesar do comportamento estranho do homem, Aaron continua trabalhando, pois não está em condições de recusar o dinheiro. No entanto, Josef vai se tornando cada vez mais bizarro e Aaron percebe que corre perigo nas mãos de um homem bem sinistro.
Trailer:
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