Crítica: Mutações (2009, de David Morlet)

É fato que produções estrangeiras estão cada vez mais ganhando espaço e reconhecimento no cinema mundial e nos mostrando que não é só Hollywood que consegue fazer ótimos filmes. No gênero do terror, um país em especial, a França, vem trilhando um caminho invejável e já brindou os fãs com os excelentes ‘Martyrs’ (2008), ‘Alta Tensão’ (2003), ‘A Invasora’ (2007), ‘A Fronteira’ (2007), entre diversos outros. Como não poderia faltar, o país também já fez alguns filmes retratando a versão francesa do apocalipse zumbi, posso citar como exemplo o frenético ‘Legião do Mal’ (2009) e esse ‘Mutações’, que pode não ser tão bom quanto os filmes citados, mas ainda assim merece ser conferido, principalmente por manter algumas das características indispensáveis do terror francês, muita violência, sangue e gore.
Na trama somos introduzidos em um mundo devastado por um mortal vírus pandêmico, nele conhecemos um grupo de pessoas em fuga, que estão tentando encontrar o único lugar seguro para se refugiar, a base militar secreta ‘Noah’. Chegando lá o grupo fica encurralado pelas criaturas sanguinárias. Agora eles terão que se unir e lutar por sua sobrevivência.

Na cena de abertura já podemos ter uma noção de como a produção não irá poupar o telespectador de cenas violentas e gráficas. Isso se torna o maior trunfo da película e para quem gosta desse estilo mais pesado vai ficar com um sorriso enorme no rosto. É importante ressaltar o magnífico trabalho de maquiagem, tanto dos zumbis quanto das cenas de mortes, que justamente por serem tão bem feitas, deixa tudo mais impactante e chocante. O diretor acerta em criar um bom clima de tensão e algumas boas sequências de perseguição e mesmo tendo um aspecto mais dramático o longa nunca chega a ser cansativo, pelo contrário, ele possui um bom ritmo e alguns elementos interessantes, que mantém o público preso.
A falta de carisma dos personagens e do elenco se torna o maior aspecto negativo do filme, fazendo com que o público não fique apreensivo e torça por suas vidas. O mesmo ocorre com o roteiro que não se importa em desenvolver seus personagens para que possamos criar alguma empatia, isso acaba refletindo na própria protagonista, vivida por Hélène de Fougerolles, que nunca chega a empolgar, pelo contrário, ela é irritante e sem personalidade.  Outro erro do roteiro foi na questão de não aprofundar e explorar algumas tramas, como o fato de determinado personagen ser imune ao vírus.




A trama acaba sendo focada em boa parte da película no processo de transformação de determinado personagem. Essas sequências são realmente muito interessantes, principalmente por mostrar toda a evolução e degradação física e psicológica do hospedeiro. Esse plot ganha alguns pontos por trazer uma mitologia singular, que difere de muitas produções do tema, mas ainda erra  por não ser dada qualquer explicação em algumas questões.

Entre pontos positivos e negativos, ‘Mutações’ consegue ficar acima da média. Não é o melhor representante do subgênero e muito menos o melhor filme francês, mas em um todo ele não é ruim e deve ser conferido por aqueles que gostam do tema e do estilo francês de fazer filmes de terror. Recomendo.







Nota: 6,5







Título Original: Mutants

Direção: David Morlet

Elenco: Hélène de Fougerolles, Francis Renaud,  Dida Diafat, Marie-Sonhna Conde, Nicolas Briançon, Luz Mandon, Driss Ramdi, Grégory Givernaud, Justine Bruneau.



Trailer:

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