Crítica: Macbeth – Ambição e Guerra (2015, de Justin Kurzel)

‘Macbeth – Ambição E Guerra’ é o mais novo filme baseado na lendária peça de Shakespeare, que inclusive ganhou uma adaptação brasileira chamada ‘A Floresta Que Se Move’. Não deve ser lá essas coisas comparado com este aqui. Ele é um drama complicado, porque apesar das batalhas mostradas no trailer, eles colocam as melhores cenas lá. É incrível isso, como muitos trailers ainda conseguem nos enganar facilmente. Não sei vocês, mas eu ainda passo por isso.


Pois bem, o enredo do filme é o seguinte: o Lorde Macbeth (Michael Fassbender), campeão do Rei Duncan (David Thewlis) ouve a profecia de três bruxas que dizem que ele irá se tornar o Rei da Escócia. Ele, então influenciado por sua esposa (Marion Cotillard), resolve pôr em prática essa profecia assassinando o rei e por conseguinte, tomando o seu lugar. Porém, logo Macbeth se vê rodeado pela preocupação do seu crime ser descoberto e de tentarem tomar o trono de si da mesma maneira que ele o tomou de Duncan. Daí em diante, ele se isola de seus aliados, o que contribui para sua própria queda. A história é incrível! Após várias adaptações da peça de Shakespeare para as telas, posso dizer que esta foi a mais fiel e não só por ser a mais recente, porque para isso posso mencionar ‘O Morro Dos Ventos Uivantes’, cujo o filme de 1992, com Juliette Binoche e Joseph Fiennes é superior ao de 2011, com Kaya Scodelario e James Howson. A única coisa que será o problema para muitos são os diálogos arcaicos e formais. Sério, pra quem assistiu ‘Melancolia’, de Lars Von Trier’, vão saber do que estão falando. É realmente difícil acompanhar tramas lentas, onde várias partes são paradas e a ação demora para acontecer.




Aqui em ‘Macbeth’, não é diferente. Confesso que lutei muito para aguentar até o final e algumas “piscadas longas” me pegaram na metade da sessão, mas não o suficiente para perder o fio da meada. É que na realidade, tudo começa a ficar complicado quando o sentimento de medo que Macbeth carrega após cometer o delito e isso atrapalha um pouco a concentração do público. O diretor decidiu dar ênfase mais no aspecto trágico e dramático da obra original através da severidade das falas. Esse método, ao longo de suas quase 2 horas de projeção, se expõe rapidamente ao nos transmitir um cenário estático, com tons sempre cinzentos; isso acabou por oferecer pouco interesse do telespectador devido a atuação insossa de Fassbender: ele não aparenta ser o guerreiro medieval que é no começo do filme para depois cair em extrema depressão a ponto de trazer algum efeito ao público. A atuação que salvou o filme no geral é a da linda e talentosa Marion Cottilard, de ‘Ferrugem e Osso’ e ‘Era Uma Vez Em Nova York’, entre o elenco pouco exemplar, reproduzindo perigo e astúcia nos monólogos da sua personagem. O resto do elenco tiveram suas boas participações como coadjuvantes, exibindo figurinos soberbos.

Em suma, confesso que esperava batalhas um pouco mais épicas, as cenas em slow motion são sim muito boas e com um visual deslumbrante. Portanto, indico para quem curte longas poéticos e que apreciam a natureza de produções assim, como eu me agradei. Diria que é um filme pra poucos.



Nota: 8


Direção: Justin Kurzel


Elenco: Marion Cotillard, Michael Fassbneder, Alex Claus, Amber Rissmann, Barrie Martin, Brian Nickels, David Hayman, David Thewlis, Eleanor Stagg, Elizabeth Debicki, Gérard Miller, Hilton McRae, Jack Reynor, James Harkness, James Michael Rankin, Julian Seager, Kayla Fallon, Lynn Kennedy, Roy Sampson, Sean Harris, Seylan Baxter, William Stagg.


Trailer:
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