Crítica: A Seita (2016, de Phil Joanou)


A Blumhouse definitivamente dominou o mercado dos filmes de terror/suspense. Noventa por cento das produções lançadas atualmente, seja no cinema ou direto em DVD são da produtora. Seus filmes em sua grande maioria seguem um padrão, geralmente abordam temas sobrenaturais (demônios, espíritos, possessão, seitas, etc.) e suas filmagens são feitas em ‘mockumentary’ e ‘found footage’ (falso documentário misturado com gravações em primeira pessoa). A empresa já alavancou vários sucessos como a trilogia ‘Sobrenatural’, a franquia ‘Atividade Paranormal’ entre outras produções, mas, ela também é responsável por várias bombas, como o ‘Ouija – O Jogo dos Espíritos’ e ‘A Forca’.



Neste cenário, foi lançado no início do ano ‘A Seita’, um filme cuja a trama gira em torno de uma seita religiosa conhecida como ‘Véu do Céu’, onde seus membros cometeram suicídio coletivo. A verdade por trás do que realmente aconteceu se mantém na memória da única sobrevivente do massacre, uma menina de cinco anos. Já adulta, ela retorna ao local das mortes, acompanhada por uma equipe de filmagem, apenas para descobrir que, por trás das mortes, existiam mistérios mais aterrorizantes do que poderia ter imaginado.

O filme como já era de se esperar segue o mesmo padrão da Blumhouse. O problema é que o público nunca sabe o que esperar, a produção pode ser uma agradável surpresa ou mais uma porcaria. Infelizmente ‘A Seita’ entra na extensa lista da produtora, de filmes com potencial desperdiçado. Em um primeiro momento o longa até consegue prender, com seu clima de suspense eficiente e com a trama de investigação, mas, com o desenrolar dos acontecimentos o diretor perde a mão e a história segue um rumo ruim, tão ruim que quando chega no final da projeção o telespectador já não esta prestando atenção em mais nada.



O elenco é composto por rostos bem conhecidos, mas o destaque vai para Thomas Jane (‘O Nevoeiro’), que apesar de não ter uma grande atuação, consegue sustentar seu personagem com competência. Jessica Alba (‘O Olho do Mal’) que está ‘ok’ e a bela e Talentosa Lily Rabe (‘American Horror Story’) que sobressai em relação a todos no quesito atuação. No que se refere a parte técnica a produção também esta de parabéns, as ambientações estão bem sinistras e perfeitas para um filme de terror/suspense, a fotografia escura também foi uma ótima escolha, pois deixou tudo mais sombrio e pesado.


Os pontos negativos ficam por conta do roteiro que preferiu focar em um suspense básico e insosso. Destaco também negativamente as mortes, que são muito ruins, sem qualquer impacto, propósito e sem um pingo de tensão. Muitos ficarão surpresos pela falta dos manjados sustos falsos que a produtora usa e abusa em seus filmes. O final com não poderia deixar de ser, apresenta uma reviravolta interessante e bem manjada, outra característica da ‘Blumhouse’, mas, acaba sendo irrelevante pelo mal aproveitamento da história.


Enfim, o filme apresenta uma trama interessante, mas que é totalmente desperdiçado por um roteiro falho e uma direção ruim, o filme não se sustenta como um suspense intrigante e muito menos como um terror. Um desperdiço de tempo e dinheiro. Não recomendo.


NOTA: 4,5



Título Original: The Veil

Direção: Phil Joanou

Elenco: Jessica Alba, Lily Rabe, Thomas Jane, Aleksa Palladino, Shannon Woodward, Reid Scoot, Lenny Jacobson, Meegan Warner, Jack De Sena, David Sullivan, Amber Friendly.


TRAILER:







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