Crítica: O Despertar ( The Awakening, 2012, de Nick Murphy (I))



Sempre me envolvo nos lançamentos dos filmes, principalmente quando se trata de suspense e terror, por algum acaso esse ‘O Despertar’, na época de seu lançamento, não me chamou tanta atenção e passou despercebido. Somente agora após 4 anos de sua estreia que o conheci e resolvi dar uma conferida. A descoberta foi bastante satisfatória, assisti a um filme de suspense que passou a sensação de suave, assim como sua descoberta.  

A película é bastante redonda, apresentando a personagem principal, a levando a sua tarefa que irá levá-la durante quase duas horas de projeção, com um desfecho até então satisfeito. A abertura é um tanto sinistra, com uma reunião onde pessoas suspeitas tentam entrar em contato com espíritos de seus clientes. Em meio a essa atividade somos apresentados a uma protagonista que demonstra ter perfil forte, segura e decisiva, mas claro, ela tem que ter algo que faça se segurar na historia, algo que a faça sair da sua zona de conforto, e o que acontece aqui é que a garota recebe  um convite para inspecionar um pensionato e desvendar mistérios que envolvem uma criança e um misterioso fantasma.




O filme vai trabalhando seu roteiro de maneira lenta, sem mostrar nada, tudo sugestivo, parecendo em alguns momentos um filme de drama com elementos de suspense. Isso é o que torna o filme mais atrativo, querendo levar o máximo possível a realidade, mesmo envolvendo fantasmas. Atores e seus respectivos personagens, muito bem colocados na historia, deixando o espectador se interessar por todos, impedindo que algum passa despercebido. A atriz inglesa Imelda Staunton (eterna Dolores Umbridge), surge no filme de maneira graciosa, deixando cada uma de suas cenas bem executadas graça a sua atuação segura. O mesmo posso falar do ator Dominic West, com personagem misterioso que a cada momento parece mais próximo da protagonista, aqui vivida por Rebecca Hall (I), também muito bem em seu personagem. 




Além dos atores adultos, não posso deixar passar despercebido a atuação das crianças, que dão o gás final ao filme, deixando-o ainda mais sofisticado.  Alfie Field, com seu personagem certas vezes inocente ou injustiçado, e Isaac Hempstead-Wright que conseguiu tomar conta de seu personagem durante todas suas cenas, deixando-as sempre tensas. 




A direção do competente Nick Murphy, segura em todos os momentos, passa a sensação que sabe o que faz. Compreende bem cada cena, e sabe encaminhar seus atores no interessante pensionato, sendo assim poderá tornar-se um grande diretor mais na frente se continuar nessa direção de suspense com drama. O controle total que tem com a iluminação nos ambientes, os momentos chaves das cenas, seus cortes, tudo muito bem agradável e aceitável. 
É um filme que deixa o espectador no fim se sentindo confortável, aceitando os momentos e desfechos finais, pois tudo aparenta estar coerente com a proposta apresentada na sinopse, mas acaba deixando algumas dúvidas que por um lado parecem ter sido respondidas, mas ao mesmo tempo não passa a certeza que realmente é aquilo que aconteceu, e essas dúvidas talvez irritem alguns espectadores. Então a avaliação que cada um possa dar a esse filme vai depender de sua opinião como espectador em relação as escolhas que o diretor teve de apresentar no desfecho. Nem certo nem errado, apenas aceitável ou não. 



Duração : 107 minutos

Nota : 8,5

Direção : Nick Murphy

Elenco: Imelda Staunton, Dominic Wesst, Rebeca Hall, Alfie Field, Isaac Hempstead-Wright, Cal Macaninch, Joseph Mawle, Lucy Cohu, John Shrapnel. 
Trailer:


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