Crítica: Southbound (2016, de Roxanne Benjamin, David Bruckner, Patrick Horvath e Radio Silence)

Quem aí curte filmes onde as histórias são contadas por meio de contos? Eu não sou um grande amante desse subgênero, mas, também não posso falar que desprezo. Lembro que a primeira produção desse estilo que assisti foi ‘Contos da Meia Noite’ de 1997 que passou a muito tempo no ‘Supercine’. Depois dele só tive a oportunidade de ver o excelente ‘Contos do Dia das Bruxas’ de 2007, que é de longe o meu preferido, a trilogia ‘VHS’ e agora esse ‘Southbound’ (que são dos mesmos criadores de ‘VHS’, mas, sem o found footage).

O principal problema envolvendo este tipo de filme é a diferença de qualidade entre um conto e outro, até porque na maioria dos casos, cada história é dirigida e escrita por um profissional diferente, então fica evidente no resultado final a discrepância na qualidade. Um bom exemplo é a própria trilogia ‘VHS’ que consegue apresentar excelentes contos de terror e outros nem tanto assim.


Enfim, quando a sinopse de ‘Southbound’, saiu fiquei mais animado, pois, conforme foi anunciado, seria cinco histórias diferentes, porém, com ligações umas com as outras, mais ou menos parecido com o que foi feito com ‘Contos do dia das Bruxas’ onde acompanhávamos várias histórias diferentes, mas dentro de uma mesma mitologia e espaço de tempo. Para mim esse foi o primeiro acerto da produção, pois a falta de ligação entre os contos é algo que me incômoda.



O primeiro conto denominado de ‘The Way Out’ dirigido por Radio Silence (diretor de um dos segmentos de ‘VHS’) conta a história de dois caras Mitch e Jack que estão fugindo de uma espécie de caveiras flutuantes das mais sinistras. O segundo conto chamado de ‘Siren’ dirigido por Roxanne Benjamin acompanhamos um trio de garotas que estão a caminho de um show, porém o pneu do veículo fura (ah! sério!) as garotas acabam sendo ajudadas por um casal que as levam até a casa deles para conseguirem assistência, mas logo elas descobrem que estão se envolvendo em algo sinistro e satânico. O terceiro intitulado ‘The Accident’  dirigido por David Brukner, conhecemos Lucas, um cara que está viajando a noite e acidentalmente atropela uma mulher, daí em diante acompanhamos sua luta para manter a mulher viva. O quarto conto ‘Jail Break’ dirigido por Patrick Horwath, conhecemos Danny, um homem que esta a procura de sua irmã, porém sua busca pode levá-lo a um lugar sem volta. E por fim o último conto ‘The Way In’, dirigido por Radio Silence  seguimos uma família que é atacada por estranhos em sua casa, agora eles devem se unir e fazer o que for possível para  sobreviver.

Aqui os contos possuem um equilíbrio na questão da qualidade, mas, mesmo assim alguns acabam se sobressaindo, como por exemplo o segmento ‘The Accident’, que para mim foi o melhor de todos, a história é bem simples, mas sua condução e direção é espetacular, fiquei tão tenso que achei que não conseguiria terminar de assistir, ele é cruel, violento e perturbador e merece ser conferido por quem gosta de terror na sua forma mais pura. Outro conto que se destaca é o primeiro, que trás uma perseguição das mais interessantes e estranha, aquelas caveiras conseguiram me cativar e assustar muito, principalmente quando resolveram agir (que cena foi aquela…pirei de emoção), a produção técnica está de parabéns, pois os efeitos digitais das caveiras são excelentes e foram cruciais para causar toda a tensão necessária, até porque se fosse feito de um CGI barato não acho que a cena causaria o mesmo impacto.



Os demais contos também são bons, mas não se destacam como os citados, porém todos possuem histórias envolventes e que prendem o público, mesmo quando são mau exploradas como o segmento ‘Jail Break’. Como já foi falado os contos possuem ligações entre si, mas esta ligação é mais forte entre os segmentos ‘The Way Out’ e ‘The Way In’, sendo que este acaba servindo como explicação para os acontecimentos daquele. E entre os segmentos ‘Siren’ e ‘The Accident’.


É importante ressaltar, que todos os contos possuem elementos sobrenaturais em sua história como por exemplo as seitas satânicas, os demônios e o próprio fato de o tempo ser totalmente diferente e confuso no lugar dos acontecimentos. Muitos acharão ruim o fato de ficar varias pontas soltas, sem qualquer explicação, mas faz parte e acaba abrindo espaço para a própria pessoa que assistiu concluir e especular. Acho que existem várias coisas para serem exploradas em uma possível sequência. Enfim, ‘Southbound’ é um bom filme, muito confuso, mas vale a pena ser conferido, principalmente para quem gosta do estilo.








NOTA: 7,0








Titulo Original: Southbound


Direção: Roxanne Benjamin, David Bruckner, Patrick Horvath e Radio Silence.


Elenco: Chad Villella, Matt Bettinelli-Olpin, Kritina Pesic, Fabianne Therese, Nathalie Love, Hannah Marks, Dana Gould, Anessa Ramsey, Susan Burke, Davey Johnson, Mather Zickel, Karla Droege, Zoe Cooper, Justin Welborn, David Yow, Tripper Newton, Matt Peters, Maria Olsen, Tyler Tuione, Kate Beahan, Gerald Downey, Hassie Harrison.






TRAILER:


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