Crítica: Peter Pan (2015, de Joe Wright)


Esta nova versão do clássico conto do Peter Pan é um dos maiores fracassos de 2015. Dividiu a opinião da crítica e a bilheteria foi fraquíssima. Uma pena, pois embora o filme tenha pequenos defeitos, é um longa com algumas ideias interessantes. A começar pelo visual. Desde cedo percebemos se tratar de uma superprodução, um filme caro com grandiosos efeitos especiais. Este é o primeiro grande acerto do filme. Visualmente falando, a computação gráfica usada é realmente de qualidade, não devendo em nada para Star Wars ou os filmes da Marvel, por exemplo.
A fotografia também é linda, cheia de paisagens fantasiosas fascinantes, algo que chega bem perto de Avatar. O figurino, maquiagem, cabelos e direção de arte são outro ponto forte. Tudo feito de verdade, é muito bem criado e passa credibilidade ao visual das personagens. A edição sonora e efeitos sonoros também acertam. Todo este apuro técnico áudio-visual tornam o filme um legítimo blockbuster para se assistir no cinema e em 3D.




O protagonista é vivido por Levi Miller, que tem potencial no cinema. O garoto tem carisma com a tela e até mesmo lembra Leonardo DiCaprio nos seus primeiros filmes quando era jovem. O sempre competente Hugh Jackman também se sai bem como o excêntrico vilão Barba Negra. Muitos reclamaram da excelente Rooney Mara, que aqui ela estaria péssima. Não vi este horror todo. Embora não brilhe tanto, a atriz ainda consegue ter um desempenho razoável. Quem parece mais perdido é Garrett Hedlund, com seu personagem canastrão. Temos ainda aceitáveis participações de Amanda Seyfried e da modelo Cara Delevingne (Cidades de Papel).


O diretor Joe Wright, vindo de filmes épicos ingleses de sucesso, consegue se sair bem. Mesmo que sua direção seja um pouco mais comum e menos inspirada que Orgulho e Preconceito ou Desejo e Reparação, ainda assim se sai satisfatoriamente bem. Ele e o roteiro tem lampejos de originalidade, como em algumas criaturas diferentes, um leve humor negro ou até mesmo na cena em que todos cantam rock com Barba Negra. Hugh Jackman solta a voz, todos o acompanham e a cena fica engraçada e empolgante. Interessante ver uma música mais agitada e moderna em um épico de fantasia. Este estranho contraste não é muito usual. E estas coisas não muito usuais é que dão um toque diferente.

Enfim, esta releitura da clássica história não agradou a maioria. O excesso de clichês e o roteiro que várias vezes aposta nos lugares comuns, como “a profecia de um escolhido” por exemplo, tornam o filme um tanto superficial. Por outro lado é um filme visualmente grandioso, que diverte e traz uma ou outra cena mais original. Um bom longa para se assistir sem compromisso. Dentre tantas outras porcarias que são lançadas recentemente, este aqui consegue se escapar, o que o torna injustiçado. A velha magia ainda está lá. O filme ainda faz com que queiramos ir à Terra do Nunca.

Direção: Joe Wright

Elenco: Hugh Jackman, Levi Miller, Garrett Hedlund, Rooney Mara, Adeel Akhtar, Nonso Anozie, Amanda Seyfried, Lewis MacDougall, Cara Delevingne.

Sinopse: abordando uma nova visão sobre a origem dos personagens clássicos criados por J.M. Barrie, o filme conta a história de um órfão que se transporta para a mágica Terra do Nunca. Lá, ele encontra diversão e perigos para, finalmente, descobrir o seu destino – se tornar o herói que será conhecido para sempre como Peter Pan.

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