Crítica: O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015, de Alan Taylor)



Em um 2015 onde Star Wars, Mad Max, Jurassic World e até mesmo Creed brilharam e honraram sagas clássicas, não teve o mesmo espaço para o novo filme do Exterminador do Futuro, desta vez um quinto capítulo chamado de Gênesis. O longa agradou apenas 35% dos críticos e fracassou em bilheteria na maior parte do mundo. Só se escapou em números pois na China inexplicavelmente o filme quebrou recordes, salvando-o assim do fracasso total. Mas há uma certa injustiça com este filme. Embora ele seja inferior aos demais longas citados mais acima, não é de todo ruim e merece ser conferido mais de perto.
A começar que é um filme exclusivo para os fãs da saga, mais especificamente os dois primeiros, já que se passa numa linha do tempo paralela. Aqui temos todos os ambientes, personagens e características dos dois ótimos filmes originais, deixando de lado os fatos do terceiro e quarto, muito criticados. Porém todos estes elementos foram modificados, invertidos. O diretor Alan Taylor (vindo da série Game of Thrones e de Thor: O Mundo Sombrio) parece brincar com a linha temporal dos filmes originais, bagunçando-a sem medo. Isso por si só requer coragem e já merece algum mérito. O elenco, embora nunca perfeito, está bem. Emilia Clarke (também de Game of Thrones) manda bem e se parece com a Sarah Connor original. Arnold Schwarzenegger é o elemento saudosista, brincando o tempo todo com sua idade, mantém um bom humor e é um artigo de luxo no filme. De certa forma ele sempre foi a alma da franquia e aqui não é diferente. A cena em que ele mais jovem e sua versão recente e envelhecida se encontram é interessante e apresenta uma certa metalinguagem. Algo que você já viu em Os Mercenários, mas que ainda funciona aqui.





Jai Courtney e Jason Clarke não tem nada de especial, mas atuam dentro do confortável para este tipo de papel. Byung-hun Lee, que deveria ser o novo e temido exterminador é quem fica mais apagado, sendo descartável dentro do enredo do filme. A participação do veterano J.K. Simmons é a que mais se destaca, mostrando a versatilidade deste ator muitas vezes esquecido. Nas características técnicas, a trilha sonora está de volta, porém apenas reutilizada o suficiente para lembrar os filmes antigos. Os efeitos especiais estão todos muito bem executados, com algumas cenas de ação empolgantes, porém de tão frenéticas acabam sendo rápidas demais. Em vários momentos há belos feixes de luz jogados contra a câmera, dando uma chamativa iluminação.

No geral é um filme para se divertir e reviver um pouco dos dois primeiros. O ritmo corrido e muito enrolado faz-nos perder em alguns momentos, impedindo assim que o filme seja mais marcante. Com um pouco mais de cuidado e menos reviravoltas, teríamos um filme tão bom quanto o novo Star Wars. Mas acabou sendo apenas um “fan service” visualmente rico, mas com história inacabada, parecido com Vingadores: Era de Ultron. Dois filmes que no geral são bons, divertem e tem referências aos seus próprios universos. Mas vistos separadamente, perdem para os anteriores por não terem vida própria e faltar algo no final. Sem falar que em ambos os filmes, o marketing e os trailers foram exagerados, mostrando demais e tirando a graça de se assistir ao longa. Ficou a sensação de que tudo que tinha no filme era o que já estava no trailer. Mas dizer que é um dos piores do ano, aí já é demais. Assista sem esperar nada e poderá apenas se divertir.




Título Original:
Terminator Genysis

Direção: Alan Taylor

Elenco: Emilia Clarke, Arnold Schwarzenegger, Jai Courtney, Jason Clarke, Aaron V. Williamson, Matt Smith, J.K. Simmons, Byung-hun Lee, Douglas Smith, Sandrine Holt.

Sinopse: quando John Connor (Jason Clarke), líder da resistência humana, envia o Sargento Kyle Reese (Jai Courtney) de volta para 1984 para proteger Sarah Connor (Emilia Clarke) e salvar o futuro, uma mudança inesperada nos acontecimentos cria uma linha do tempo fragmentada. Agora, o Sargento Reese se encontra em uma nova e desconhecida versão do passado, onde ele encontra aliados improváveis, incluindo o Guardião (Arnold Schwarzenegger), novos e perigosos inimigos e uma missão nova e inesperada: redefinir o futuro…

Trailer:





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