Crítica: Condemned (2015, de Eli Morgan Gesner)

Sabe aqueles filmes ruins que você tem noção de como são horríveis, mas que mesmo assim você gosta? Pois é, tenho vários exemplos dessas produções medíocres que de algum jeito consegue conquistar nossos corações. Condemned é mais um exemplo de filme ruim que ao mesmo tempo consegue ser bom. Na trama conhecemos Maya (Dylan Penn) uma jovem que cansada das brigas constantes de seus pais resolve morar no apartamento de seu namorado Dante (Ronen Rubinstein) que vive em um prédio abandonado de Nova York. Entretanto, o que era para ser a solução dos seus problemas acaba se tornando seu pesadelo após o surgimento de uma infeção originada dos restos de resíduos do lixo presente no edifício, que de alguma forma deixam as pessoas transtornadas, furiosas, violentas e com os instintos assassinos ampliados.
Como já disse, o filme é ruim, mas não inteiramente, pois, ele possui seus pontos positivos. Inicialmente somos apresentados aos moradores do prédio, que são loucos, depravados, esquisitos e nojentos. Na primeira parte do filme conhecemos um pouco da vida dos habitantes, que se resume praticamente em drogados viciados, prostitutas e fracassados, tudo é explorado superficialmente, algumas tramas que são até interessantes são deixados de lado, pois, o objetivo mesmo é o terror. O elenco é mediano, as atuações são bem fracas e prejudica em parte no resultado final, mas, o que pega mesmo é a falta de carisma do elenco, não gostei de nenhum deles achei todos dispensáveis. Alguns rostos até que são conhecidos, como por exemplo Johnny Messner (Anaconda 2 – A Caçada Pela Orquídea Sangrenta), Jon Abrahams (A Casa de Cera), Lydia Hearst (Cabin Fever: Patient Zero), mas toda a atenção é para Dylan Penn (filha de Sean Penn com Robin Wright) que não consegue segurar as pontas como protagonista, estreando de forma bem mediana.


Algo interessante no roteiro é a origem da infecção que é provocado pelo acúmulo e a mistura dos diversos lixos dos moradores no encanamento do edifício, que acaba criando uma espécie de bactéria transmitida pelo ar e infectando todos os moradores. Também é interessante acompanhar a evolução dos sintomas da doença, que é diferente em cada pessoa, se manifestando de forma lenta, deteriorando tanto física como psicologicamente os enfermos. 

Um dos pontos mais positivos do filme e o que faz ele valer a pena é o trabalho de maquiagem que esta perfeito. Desde o início sabemos que a produção tem um orçamento limitado, mas, tudo esta bem feito, na medida do possível, principalmente no que diz respeito a degradação que doença vai causando no corpo do hospedeiro. Existem várias cenas que chocam o espectador de tão nojentas, aqueles machucados na pele são repugnantes. Acompanhar a decadência do ser humano é realmente uma tarefa difícil, por isso para aqueles que tem estômago fraco já recomendo não assistirem.

As mortes estão bem feitas, principalmente as primeiras que são as melhores. Em algumas cenas são utilizados efeitos gráficos, mas, que não estragam no resultado final, pois são usados pouquíssimas vezes. Infelizmente a produção fracassa no quesito suspense e tensão que são necessários nesses tipos de filmes, mas, que acabam ficando de lado por ser uma produção voltada mais para o gore. O roteiro também tem a capacidade de nos jogar cenas totalmente desnecessárias e absurdas e que acabam gerando risos em vez de medo, como por exemplo uma cena em que determinado personagem leva uma facada no rosto e mesmo assim continua discursando ou quando outro personagem continua vivo e andando com suas tripas para fora do corpo, é ridículo e ao mesmo tempo hilário. Outro fato que me incomodou um pouco foram as subtramas que não agregam em nada na trama principal, tipo, achei que aquela história do ‘japa’ fabricante de drogas seria mais relevante, mas, pelo contrário ela é totalmente deslocada do roteiro em geral e nem chega a ter uma conclusão.


O final é legal, com um bom ritmo de perseguição, mas, mesmo assim achei tudo simples, sem muita emoção, ousadia ou novidade. Desde de o início já sabemos quem sobreviveria e mais o menos como a trama terminaria, que é bem típico e clichê, que deixa uma enorme ponta para uma sequência, inclusive a cena após os créditos ressalta a possibilidade de uma possível parte dois.

Enfim, Condemned por ser um filme B, que preza mais a diversão e o entretenimento, até que se sai bem, mas sei que não agradará a todos, porém, para quem gosta de filmes repugnantes, com cenas nojentas, com direito a muito vômito, feridas nojentas e mortes sangrentas este filme é perfeito, pois é justamente na parte da maquiagem que a produção se sobressai. Recomendo para quem tem estômago forte.

Título Original: Condemned

Direção: Eli Morgan Gesner

Elenco: Johnny Messner, Jon Abrahams, Ronen Rubinstein, Lydia Hearst, Michael Drayer, Dylan Penn, Jordan Gelber, Genevieve Hudson-Price, Perry Yung, Anthony Chisholm, Michael DeMello, Kea Ho, Tuffy Questell, Kevin Smith Kirkwood, Honor Titus.
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