Crítica: Hellions (2015, de Bruce McDonald)

2015 definitivamente não foi um bom ano para os filmes de terror, dá para contar nos dedos as produções que realmente podemos dizer que são ótimas. Hellions era um dos filmes desse ano que mais tinha potencial, porém, infelizmente o longa ficou bem abaixo do esperado.

A trama é ambientada na noite de dia das bruxas, na cidade de Waterlord, conhecida como a capital da abóbora. Na cidade mora a jovem Dora Vogel (Chloe Rose) que descobre estar grávida no dia do halloween. Confusa, a garota não sabe como contar a descoberta para mãe e para o namorado. Logo ela é convencida pela mãe a ir a uma festa com os amigos, porém, enquanto ela espera sozinha em casa pela chegada do namorado um grupo de crianças mascaradas começam a assustar Dora. Agora a garota precisará se defender dessas crianças misteriosas que se revelaram hostis.

Pela sinopse já se percebe que a produção é uma mistura de filmes temáticos de halloween com o subgênero ‘home invasion’. Essa mistura funciona muito bem no primeiro e em boa parte do segundo ato. As crianças fantasiadas (que não são simples crianças) é o ponto alto da produção, pois elas são sinistras, estranhas, misteriosas e mortais, o destaque vai para o garoto espantalho e para o menino que tem um balde na cabeça que são os mais assustadores. O que deixam eles ainda mais sinistros são as risadas que gelam até o coração.

Também é importante mencionar a fotografia, que inicialmente não possui nada de inovador, porém lá para os vinte e cinco minutos a produção adquire um tom meio rosado, que apesar de inusitado, deu ao filme uma qualidade visual diferenciada. Os mais desatentos se perguntarão porque dá mudança, mas já vou logo avisando que lá no início é falado rapidamente que irá acontecer o fenômeno da tal lua sangrenta (que explica a mudança de cor).

A trilha sonora também merece destaque, pois são poucas as produções de terror que investem em uma trilha no mínimo diferenciada, aqui eles utilizam um coral de crianças, que ao mesmo tempo que dá um tom infantil a música a deixa sinistra pelo seu conteúdo. Realmente no que se refere a fotografia e a trilha sonora este filme está de parabéns. O elenco é bem desconhecido, não consegui reconhecer ninguém. As atuações são bem medianas e os personagens sofrem da falta de personalidade. A única que é mais ou menos desenvolvida é a protagonista, que particularmente não gostei muito.

O grande problema, porém, é o terceiro ato, que é tão louco e tão absurdo que nem parece ser o mesmo filme que comecei a assistir, trazendo algo mais voltado para o sobrenatural, com direito a um ritual entre outras coisas. O rumo que as coisas vão tomando é muito sem noção, parece que os envolvidos usaram drogas para finalizar a história. Infelizmente é nessa parte que a qualidade cai e prejudica muito no resultado final, a explicação para os acontecimentos são patéticos e não são tão fáceis de digerir, pois não funcionam no contexto geral da história. A falta de explicação sobre as origens das crianças ou o que elas são também ficou a desejar, pois neste caso era necessário alguma explicação, até para entendermos melhor os seus objetivos. Além de um final tosco, o que ajuda ainda mais a afundar a produção são as cenas mal feitas, como por exemplo uma que mostra um monte de abóbora explodindo (gente qual a razão daquilo!!).

Mas, o pior não para por aí, pois, aquela última cena põem em cheque tudo o que foi mostrado até então, e deixará os expectadores com um monte de perguntas, que claro não serão respondidas.

Enfim, Hellions é um filme controverso, que ao mesmo tempo que é bom é ruim, se eles tivessem mantido a simples trama de invasão domiciliar e a luta pela sobrevivência, que mesmo sendo clichê, poderia ter salvado a produção da tosquice, e talvez ter um resultado mais satisfatório e não uma história sem pé nem cabeça. Vou recomendar, mas para os curiosos que querem se aventurar, pois, apesar do final ruim, o início vale a pena.

Título Original: Hellions

Direção: Bruce McDonald

Elenco: Chloe Rose, Robert Patrick, Rossif Sutherland, Rachel Wilson, Peter DaCunha, Luke Bilyk.



TRAILER:



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