Crítica: Deathgasm (2015, de Jason Lei Howden)

Os filmes que misturam comédia com terror, os chamados ‘terrir’ é um dos subgêneros mais difíceis de agradar o público mais exigente, pois, geralmente seus roteiros seguem caminhos que beiram ao ridículo com piadas pastelonas sem nenhuma graça. É extremamente difícil balancear a comédia com o terror, são poucas as produções que conseguem o mérito de entregar algo realmente bom.

Deathgasm é uma produção da Nova Zelândia, que mistura de uma forma eficiente a comédia com o terror e ainda trás como bônus muito rock.

A história é centrada em Brodie (Milo Cawthorne), um garoto problema fã de metal, que certo dia resolve formar uma banda chamada Deathgasm com seus amigos Zakk (James Blake), Dion (Sam Berkley) e Giles (Daniel Cresswel). Quando Brodie e seu colega invade uma casa, descobrem que um de seus ídolos, o músico Rikke Daggers (Stephen Ure), vive lá. Daggers entrega a eles uma partitura mágica. A banda toca e acaba, sem querer, invocando um poderoso ser das trevas, além de transformar toda sua vizinhança e demônios. Agora eles deverão achar uma forma de derrotá-lo e retomar a paz do lugar.

Quando terminei de assistir esse filme estava com um sorriso enorme no rosto, pois, me surpreendi muito come ele, visto que, não tinha assistido o trailer e nem lido a sinopse ou qualquer notícia, então tudo que vi meio que me pegou de surpresa.

O roteiro, como na maioria dos ‘terrir’ não se leva a sério em nenhum momento, e isso poderia até ser algo negativo, mas a história é conduzida de uma forma tão envolvente que nem ligamos pra isso. A única coisa que o roteiro deixa a desejar é no desenvolvimento dos personagens que é bem superficial, mas, que não prejudica tanto, visto que os atores possuem muito carisma, principalmente os protagonistas Brodie e a garota de quem ele é afim Medina interpretada pela atriz Kimberley Crossman. Ambos possuem uma química legal e são de longe os melhores personagens, principalmente a Medina, por ser uma personagem sensível e romântica, mas que ao mesmo tempo consegue ser forte e violenta nas horas necessárias. Brodie também é um personagem legal de acompanhar, sua relação com o amigo Zakk é bem interessante, pois apesar desta amizade ser destrutiva para Brodie, o mesmo o vê como um irmão que nunca teve.

A direção é ágil e certeira, mérito do diretor estreante Jason Lei Howden, que consegue nos entregar ótimos momentos de muito gore, que nos lembram de certa forma a trilogia Evil Dead. As pessoas que são transformadas em uma espécie de zumbis/demônios estão bem caracterizadas, mostrando o capricho que a equipe de maquiagem tiveram. O fato deles não terem olhos e possuir dentes afiados deram a eles um visual diferenciado de outras produções. A maneira com que acontece a transformação também é muito interessante e bem nojento

O embate entre os sobreviventes e os demônios rendem várias cenas incríveis, com direito a muito sangue, tripas e com mortes das mais estranhas possíveis, como uma envolvendo um motor de carro, entretanto, não têm nenhuma cena melhor do que aquela envolvendo vibradores e outros objetos sexuais, que é hilária. A parte da comédia neste filme ficou muito equilibrado com as cenas mais fortes. Um acerto do roteiro foi investir em um humor mais negro e em tiradas inteligentes, além de piadas mais maduras, destoando das produções americanas que geralmente investem em comédias pastelonas e infantis.

A trilha sonora também é um atrativo interessante dessa produção, principalmente para quem gosta de rock, as músicas vão se enquadrando com as cenas de uma forma eficiente, variando entre o rock pesado e o rock light.
O final é muito bom. O embate final é violento e sangrento, com mortes bem feitas e o melhor de tudo é que não é utilizado os efeitos de CGI, tudo aqui é feito no melhor e velho estilo. Aquele monstro é bem feito e muito feio, só acho que ele poderia ter sido mais aproveitado.

Enfim, Deathgasm é mais um dos ótimos ‘terrir’ lançados esse ano, com uma trama ágil e uma ótima direção, essa produção acaba se destacando, por apresentar um estilo único, misturando rock com comédia e terror. Para quem curti filmes violentos, com mortes bem feitas e ainda com piadas inteligentes e claro com muito rock, recomendo assistirem a este filme, que já esta na lista dos meus favoritos.

OBS: Existem duas cenas pós-créditos no filme, então para quem ficar curioso, sugiro continuar assistindo, pois, até que elas são engraçadas.

Título Original: Deathgasm

Direção: Jason Lei Howden

Elenco: Milo Cawthorne, James Blake, Kimberley Crossman, Sam Berkely, Daniel Cresswell, Delaney Tabron, Stephen Ure, Colin Moy, Jodie Rimmer, Nick Hoskins-Smith, Erroll Shand, Kate Elliott, Aaron McGregor, Andrew Laing, Tim Foley, Cameron Rhodes.

TRAILER:








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