Crítica: A Pirâmide (2014, de Grégory Levasseur)


Estava bem ansioso para assistir A Pirâmide, principalmente por ser um filme que aborda em sua história pirâmides e múmias, e pelo fato de o diretor Alexandre Aja (um dos meus diretores favoritos) estar envolvido com o projeto, mesmo que como produtor.

Na trama, acompanhamos uma equipe de arqueologistas que encontraram uma pirâmide enterrada no deserto egípcio. Eles conseguem acessá-la e iniciam a exploração, mas acabam perdidos nas escuras catacumbas. No escuro, eles percebem que não estão sozinhos.

Tinha muitas expectativas em torno desse filme, talvez seja por isso que me decepcionei tanto depois que o vi, não que o filme seja ruim, longe disso, mas esperava muito mais, a sensação que fica no final é que eles desperdiçaram uma ideia com potencial em uma produção genérica. O filme é a estreia de Grégory Levasseur na direção, que já trabalhou com Aja em quase todos os seus filmes, seja como roteirista ou como produtor.

O longa é uma mistura de filmagens ‘found footage’ com filmagens convencionais, que deixam o filme mais interessante, porém, nada de muito grandioso ou excepcional. O roteiro é bem simples, sem qualquer trama mais profunda, trazendo até como plano de fundo as rebeliões que aconteceram na cidade de Cairo, mas que não têm qualquer relevância para a história principal.

Como disse acima, a produção tinha grande potencial, e poderia ter entregado um ótimo filme de terror psicológico, como fez o bom Assim na Terra como no Inferno e o excelente Abismo do Medo, mas a produção peca em vários pontos e que no final das contas pesam muito na nota final, fazendo com que não passe de uma produção meia boca que poderia ter sido muito melhor.

O primeiro problema a ser ressaltado é o roteiro, que como já disse é bem simples, além de ser vazio e trazer personagens burros (Sério!!! quem em sã consciência entraria em uma pirâmide recém-descoberta sem qualquer monitoramento, e ainda por cima com ar tóxico). Além de burros os personagens são todos descartáveis, a única que mais ou menos se destaca é a ‘Nora’, interpretada pela atriz Ashley Hinshaw (Poder Sem Limites) que traz uma protagonista segura, carismática e forte. O restante do elenco não faz nada além do trivial.

De todas as falhas, a que mais chama a atenção são os efeitos dos monstros que vivem na pirâmide (tudo feito de um CGI barato e de mal gosto), no começo eles aparecem apenas de relance (deve ser para esconder os péssimos efeitos visuais) até criando um bom clima de suspense, entretanto, tem uma cena em que um deles aparece mais nitidamente que é muito assustador (negativamente) de tão mal feito, não devendo em nada as produções da Syfy.

Sinceramente não gostei do monstro principal, estava esperando por outro tipo de coisa (uma múmia sinistra e mortal), se é que me entendem, e suas motivações apesar de serem interessantes deixou a trama muito sobrenatural, que não funcionou muito bem.

Apesar de algumas falhas, o filme consegue acertar em outros pontos, principalmente nas ambientações, que estão bem feitas, cheias de armadilhas e lugares escuros. Além de várias passagens minúsculas que deixam o clima mais tenso e claustrofóbico. Destaco a cena da armadilha de areia, que é bem tensa, só perdendo para cena seguinte que é uma das melhores do filme. As mortes também são outro ponto positivo, pois são todas bem violentas e com muito gore (característica das produções de Aja), mas que poderiam ter sido bem melhores na sua execução. O final até que rende umas perseguições legais e tensas, mas os efeitos do monstro não ajudam muito na construção dessas cenas de maior tensão.

Resumindo, A Pirâmide, poderia ter sido um dos melhores filmes de terror de 2014, mas se contentou com o básico e o trivial, trazendo um roteiro simples, personagens burros e péssimos efeitos especiais, mas, acertando nas ambientações escuras e claustrofóbicas e nas mortes violentas. Recomendo como um mediano entretenimento.

Título Original: The Pyramid

Direção:
Grégory Levasseur

Elenco:
Ashley Hinshaw, Denis O’Hare, James Buckley, Christa Nicola, Amir K, Faycal Attougui.

TRAILER:


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