Crítica: Clown (2014)

Palhaços sempre foram o sinônimo de medo ao longo dos tempos. Da ficção a realidade, eles sempre causaram medo. Não é por qualquer motivo que Stephen King escolheu um palhaço pra ilustrar o medo coletivo em It, na “vida real” temos o famoso “serial killer” John Wayne Grace Jr, que foi acusado de matar 29 crianças nos anos 70.

Sobre essa paranoia o diretor e roteirista Jon Watts, realizou esse excelente filme sobre um palhaço demoníaco que se alimenta de crianças.

A história é bem simples, pelo menos no começo do filme. Mas a complexidade do roteiro vai aumentando ao longo da produção. Kent (Andy Powers) faz um pai de família que vive para o trabalho. No aniversario do seu filho, o palhaço que vai animar a festa falta e sobra pra ele compensar sua ausência. Assim, ele acha uma velha fantasia de palhaço numa casa onde ele ia vender. Ao vestir a fantasia ele fica possuído pela roupa que segundo a lenda é feita de pele de demônios. Toda a mitologia em torno do palhaço é muito bacana, principalmente ao mexer, ou melhor, inventar lendas antigas para deixar o mito muito mais sombrio.

Quando Kent veste a roupa e não consegue mais tirar uma série de acontecimentos ocorre. Como o fato do DNA dele mudar. Tem uma cena interessante onde ele se vê totalmente transtornado com a fantasia e então ele tenta se matar. E quando da um tiro na boca invés de sair sangue, temos confetes em suas veias, esses detalhes enriquecem muito a trama. Aos poucos o próprio Kent tenta manter sua personalidade em frente a sua família. Mas ele entra em choque com seu novo instinto, e assim ele volta a matar crianças para se alimentar.

Outro ponto legal do filme é como muda a perspectivava em relação ao “palhaço” e depois vemos as coisas no olhar de sua mulher e filho, se na primeira parte acompanhamos a transformação de Kent num palhaço na segunda parte a sua mulher Meg (Laura Allen), consegue mudar a situação e vemos tudo no ponto de vista dela. Até o ponto em que ela se vê em se entregar ao mundo do seu marido e ajudá-lo a saciar sua fome por crianças ou detê-lo para sempre.

Para quem gosta de terror no estilo do Eli Roth, ou melhor, aquele bom e velho “gore” que vimos no “Albergue” é um prato cheio. A fotografia do filme como eu disse é excelente e já vale o filme todo. Então pra quem tem Coulrofobia (fobia de palhaços) é um ótimo modo de tratar esse medo.


Direção: Jon Watts

Elenco: Peter Stormare, Eli Roth, Laura Allen e Andy Powers

País: EUA

Trailer

           

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