Crítica: No Limite do Amanhã (2014, de Doug Liman) Uma das injustiças do ano!



“Viva. Morra. Repita.” – esta é a base desta nova superprodução de Tom Cruise, um blockbuster de ficção científica que fracassou em bilheteria. E isto sem dúvida é uma pena e uma injustiça, já que se trata de uma das surpresas do verão norte-americano. Para se ter uma ideia, o filme ganhou cerca de 90% de aprovação da crítica especializada em alguns meios de pontuação, uma das maiores notas do ano. Bem, sucesso ou fracasso à parte, vamos ao filme. Parece que Tom Cruise ama mesmo fazer ficções científicas, possivelmente devido sua crença e estudos na cientologia. Após Guerra dos Mundos, Oblivion, Minority Report – A Nova Lei e outros, ele volta a entrar no mundo fictício.
A trama inicialmente é bem clichê: o exército precisa combater uma invasão alienígena, trajes especiais são criados para combater as criaturas, um cara que nunca lutou vai a guerra. Daí em diante ele passa sempre a viver o mesmo dia, morrendo em combate. Quando aprende a sobreviver numa situação, morre em outra e recomeça. Nesse meio tempo ele tenta descobrir o que está acontecendo. É aí que ele se junta com a “megera de ferro”, a grande heroína do exército e quem explica tudo. A cada nova vida, ele aprende como seguir adiante e morre, aprende mais um pouco e morre. Este fato e a edição frenética e eletrizante do filme dão a impressão de que estamos diante um jogo de vídeo game, onde temos várias vidas para tentar de novo.

A direção de Doug Liman é certeira. O cara já nos trouxe o mediano Jumper e nos blindou com os ótimos A Identidade Bourne e Sr. e Sra. Smith. Aqui, Liman mostra que ainda está afiado para a ação, uma ação mais diferenciada. Tom Cruise pode ser um ator que sempre faz os mesmos tipos de papéis, é verdade. Mas o cara sempre se sai bem nos papéis que escolhe. Outro destaque é para Emily Blunt, que tem uma presença feminina mas forte em cena. O roteiro mistura clichês. Mas aqui temos um exemplo onde clichês são bem utilizados. E há alguns momentos que conseguem surpreender. A inteligência do público não é subestimada. Nem tudo no filme é bem explicado e percebemos que situações já aconteceram antes, sem serem apresentadas. Além de surpreender, isto faz-nos pensar um pouco. Sabe-se lá quantas centenas de vezes algum fato já aconteceu, e estamos vendo ou ouvindo pela primeira vez. Estas possibilidades atemporais são sempre interessantes.


No Limite do Amanhã é um grande blockbuster, que merecia mais destaque do que recebeu. Mesmo que com um final clichê, há certas partes em aberto, abrindo a porta para diversas possibilidades. O filme é dinâmico, a ação é incessante e consegue passar a sensação de tensão. A química de Tom Cruise e Emily Blunt é boa e o filme ainda apresenta uma edição de som gritante. Como sou fã de ficção científica e produções deste nível me torno suspeito para recomendar. Mesmo assim fica a dica de que vale a pena conferir. Este é um dos mais eletrizantes filmes de 2014.



Direção: Doug Liman

Elenco: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton, Charlotte Riley, Deborah Rosan, Denis Khoroshko, Dragomir Mrsic, Emmanuel Akintunde, Franz Drameh, Jonas Armstrong, Kick Gurry.

Sinopse: O tenente-coronel Bill Cage (Cruise) é um oficial que nunca viu um dia de combate quando é descaradamente rebaixado e depois escalado – destreinado e mal equipado – para o que equivale a pouco mais do que uma missão suicida. Cage é morto em alguns minutos, tentando levar um Alpha com ele. Mas, incrivelmente, ele desperta e volta ao início do mesmo dia infernal, e é forçado a lutar e morrer de novo… e de novo. O contato físico direto com o alienígena o jogou em um túnel do tempo, condenando-o a viver o mesmo combate brutal sem parar. Mas a cada passagem, Cage se torna mais resistente, mais inteligente e capaz de envolver os Mimics com uma habilidade cada vez maior, ao lado da guerreira das Forças Especiais Rita Vrataski (Blunt), que destruiu mais Mimics do que qualquer pessoa na Terra. Assim que Cage e Rita assumem a luta contra os alienígenas, cada batalha repetida se torna uma oportunidade de encontrar a chave para aniquilar os invasores e salvar o planeta.


                                   Trailer:

















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