Martyrs: Destruindo o preconceito contra filmes de terror não-americanos

“França, começo dos anos 70. Lucie, uma garota de 10 anos, esteve desaparecida por um ano quando finalmente é encontrada numa estrada, louca e desorientada, sem conseguir contar o que aconteceu. Seu corpo apesar de maltratado não tem indícios de violência sexual, então é levada a um hospital onde se afeiçoa a outra garota chamada Anna, que passa a cuidar dela e estreitar os laços de amizade para que supere a experiência traumática que viveu 15 anos depois, Lucie está completamente fora de controle, em busca dos responsáveis por todo aquele sofrimento, envolvendo Anna em acontecimentos com consequências imprevisíveis.”
Fonte: Filmow

Apelativo? Sim. Funciona? Sim.
Começamos com uma trama cheia de suspense e fios soltos que prendem a atenção. O maior terror não é o gore e a violência tão presentes, mas sim o terror psicológico. O filme se desenrola em cima do tormento que Lucie sofre em consequência dos traumas que viveu quando criança e nada até então faz muito sentido. Somos levados a cenas brutais e cruéis de forma eletrizante e consciente, porque somos curiosos para o que é mal, o que é extremo.

Vemos em cenas de mortes cruas, Lucie com auxílio de Anna executando sua vingança contra os que a maltrataram. Assistimos seus delírios e automutilação durante todo esse processo. Amarrados ao mistério, percebemos que o filme acaba de começar.

Com excelente fotografia, somos levados ao outro lado de uma história polêmica, cada vez mais desorientados. Anna descobre um cativeiro debaixo da casa em que moravam os responsáveis pelos danos e maus tratos a Lucie e lá, uma garota vítima de tortura sádica na sua definição mais desumana possível.

Na tentativa fracassada de salvar a moça, ela é flagrada e recebe sua vez de tornar-se objeto da desumanidade mais cruel que jamais conheceu.
Sem entender direito o motivo de tais torturas extremas, ficamos presos às fortes cenas que surgem, nos indagando se os limites humanos de torturar e ser torturado realmente vão tão longe.


O desfecho do Cult Movie nos traz a questão mais pertinente à nossa raça: o que acontece após a morte?

Recomendadíssimo esse filme incrível que eliminou de mim qualquer preconceito referente à capacidade francesa de produzir filmes de terror.
As cenas vagaram na minha mente por horas depois que terminei de assistir.

Os primeiros trinta minutos do filme nos induzem a pré-julgar a obra como mais uma tentativa frustrada de produzir terror, no entanto descobrimos que ela cumpre exatamente o papel ao qual se propõe. Sim, funciona!

NOTA: 9,5

Trailer:

“Martyrs”
Ano: 2008
Duração: 99 min.
Gênero: Terror/Drama/Thriller
Direção: Pascal Laugier
Roteiro: Pascal Laugier
Elenco: Anie Pascale, Catherine Bégin, Emilie Miskdijan, Erika Scott, Gaëlle Cohen

Deixe uma resposta