OBLIVION (OBLIVION, 2013, EUA)

(Crítica publicada por “Anjo Da
Guarda”, com seu nome original, no caderno de Cinema da Rede Bom Dia de
jornalismo, edição de Itatiba, São Paulo)




“Longa de ficção científica revitaliza clichês do gênero, torna-se esteticamente
atraente e surge como uma opção agradável. Ainda assim não chega a ser uma
surpresa.”




Existem filmes e filmes, uns tendem a se embrenhar pelo melodrama na
esperança de “fisgar” os espectadores, outros tendem numa tentativa de ser
original, mas não vão muito além. O que fica claro em “Oblivion (Oblivion,
EUA, 2013)”, disponível para locação e venda no país, é mais ou menos isso. O
diretor Joseph Kosinski, o mesmo que fez certo barulho ao dirigir “Tron – O
Legado” em 2010, intercalou seu filme com doses de nostalgia, tentou ser uma
novidade no gênero, mas a única coisa que realmente conseguiu fazer de fato foi
revitalizar saborosamente os clichês de sempre. É por conta disso, do deleite
que, pelo sim e pelo não, o filme se torna, que “Oblivion” chama a atenção.


A história se passa em 2077, onde após uma guerra nuclear, onde
alienígenas foram destruídos, os seres humanos foram levados a viver numa
colônia fora da terra (alias, um assunto muito em voga ultimamente no cinema). Restaram aqui, num ambiente um tanto elegante, um
sistema cuja missão é inspecionar os robôs, chamados de “Drones” (talvez a invenção em que mais se aposta nos dias de hoje, os “Drones” realmente existem, mas são espécies de “caças” usados pelos militares. Ainda assim acredita-se que os “Drones” são mesmo muito importantes para o futuro do mundo) . São eles que
preservam a terra de qualquer ameaça e dos tais “saqueadores”, que vai se
descobrindo quem é e que depois se tornam cruciais à história. Quem nos ajuda a
interpretar esse contexto é o casal formado por Jack Harper (Tom Cruise) e Victoria
(Andrea Riseborough), que trabalham dia após dia em verificar incidentes com
“Drones” e em manter a “ordem”. E Jack é o líder da história, é ele quem tem flashbacks
da época “de ouro” da terra, visões que trazem a lembrança de uma mulher que
lhe surge como um mistério. Também pudera, suas lembranças foram apagadas pelo
sistema que os controla. De vez em quando sua saída é se refugiar numa espécie
de oásis que mantém num lugar escondido e que permanece em segredo.




Tudo vai aparentemente bem até que um incidente traz a terra
tripulantes humanos, que depois são exterminados pelos “Drones”, mas nem todos,
afinal Jack consegue salvar um deles, uma única mulher. A questão é que ela
também é de interesse dos saqueadores. E assim a história está feita. Pois bem,
a estética do filme criada por Kosinski, arquiteto de formação, é muito
atraente, mas não tem tanta força. A história, com certa coerência até pouco
mais de sua metade, chama a atenção, mas depois se entrega aos clichês, aquilo
que todo mundo já viu. Vale lembrar ainda que temos a presença coadjuvante de
Morgan Freeman, chefe dos saqueadores e da revelação de outro filme chamado
“Amor Pleno”, a ucraniana Olga Kurylenko, quem interpreta a misteriosa mulher.
Mas quem garante mesmo o filme é Tom Cruise, que praticamente carrega o mesmo
nas costas, com interpretação eficiente. No mais o filme nos lembra de muitos
outros, afinal a tarefa de criar um trabalho autoral, que surja como uma novidade
ou mesmo uma obra-prima no gênero ficção científica, ainda é muito árdua.



NOTA 7

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